"A senhora não tem o que fazer?"


Pois é, eu sou do tempo que reclamar era falta do que fazer. Era ser enjoada, chata e paranóica. O tempo avança e o homem também. O código do consumidor está aniversariando neste mês. São 16 anos de conquistas suadas, e também fedidas.... como o cheiro das corrupções estampadas no ar.

Mas, avanço é avanço. Espalha e se instala feito erva daninha porque pra garantir direitos conquistados, há de se comer muita grama. Desculpa aí, o mau jeito. Digo: avançar significa gastar tempo.

Lembro quando iniciei a batalha no muro das reclamações. Foi no antigo Romcy Montese. Eu, resoluta, com uma pequena embalagem de produtos para feijoada quase mortos (havia vida ali que eu não queria dar para a família), fiz-me consumidora reclamante.

"A senhora não tem o que fazer?" foi o estímulo que recebi do atendente ao se deparar com os pequenos vermes.
- Sim. Estou fazendo, respondi atrevida e ciente dos direitos.
- "E o que a senhora quer que eu faça?"
-Que troque por algo mais novo e comestível, repliquei estrebuchando-me entre os desaforos que a mente explodia.
-"Ah, isso não é comigo, não! Vá reclamar com o gerente".

Despachada, de primeira, fui ao gerente. Poucos minutos depois, saía com uma outra embalagem, desta vez, violada por mim para identificar possíveis condominos.

Essa foi uma das inúmeras reclamações que fiz e que pretendo continuar fazendo, sempre que necessário.

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