Rima pobre


Vamos rimar. Eu sou do tempo que poesia tinha que ter rima pobre. Pelo menos, esse era o meu entendimento. E lá ia eu, ensaiando as primeiras frases, descobrindo um contentamento incrível pelo sucesso que elas faziam entre os colegas de escola.

Frases bem boladas, bilhetinhos para o menino interessante da sala ao lado. Eu trocava por lanche (opa! Naquele tempo era merenda mesmo), livro, caderno, lápis. A cada dia mais requisitada, descobria como brincar com palavras. Realmente ler e escrever são a experiência de maior liberdade que se pode experienciar.

Participei de concurso de poesia. Um dia, caprichei na inspiração, mas a comissão descartou. Aí, me disseram que o impactante seria fazer coisas mais ou menos sem sentido. Ah, faz sentido, então vamos lá.

Busquei inspiração que veio de imediato. Na maior brincadeira, juntei letras e joguei à sorte o texto que mereceu o segundo lugar:

Ei, você aí, me vê? Então me empresta os olhos que eu também quero
ver.
Ei, você aí me ouve? Empresta-me os ouvidos que também quero ouvir.
Você fala? Empresta-me a língua que eu também quero falar!
Sentiu aí o movimento poético? Não está completa. Perdeu-se no tempo como toda palavra entregue ao vento. Para seguir os meus momentos de poesia confira o outro espaço.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito legal Fá! Parabéns, e um
beijão. Graça

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...