Nem toda disciplina é pra ser aprovada

Meus filhos cresceram, ou pelo menos estão mais altos. Pensamento de mãe que não quer deixar de oferecer o seio e quase sempre reclama intimidade. Estava assim envolvida com a maternidade, quando a principal manchete de o Povo de hoje, me chocou. Ainda bem que não me psicoadaptei à extraordinária insistência da violência nossa.

A matéria em questão denuncia que o IPPS tem uma escola de sequestradores, tomando a liberdade de completar, insinuei que o presídio já é uma escola, e que o seqüestro é só mais uma disciplina. Como toda a denúncia traz reflexão, fiquei presa à imagem de uma criança ao lado da mãe, num indicativo de que estava indo ao encontro do pai ou parente próximo.

O sugestivo título de escola e uma criança a caminho provocaram em mim uma imensa tristeza. E ontem, a gente comemorava a liberdade.

O 7 que Se(tembro) pinta


Hoje, acordei 7 de Setembro. Temos aniversário com festas e bandeiras carregadas de números. Não é a bandeira que aprendi com dificuldade a traçar no meu caderninho, lá nos idos da infância. Lembro, que a mando da professora, ensaiava a arte e sempre quebrava a ponta dos lápis na tentativa de dar cor aos meus maus traçados riscos.

Interessante, que naquela época, a pátria pra mim era apenas um tema incesssante e repetitivo. As escolas assim procedem: acompanham as datas infinitamente.... Fui boa aluna de História. Decorava datas com facilidade. Não abstraía e, muito menos, percebia-me cidadã brasileira.

Cresci alienada e sonhadora porque nos idos anos 60 o país sediava momentos angustiosos, que passaram por mim, quase ou totalmente despercebidos. Não sei se foi melhor assim!

Depois, na escola superior, vi-me fora do nicho político. E quem perguntava porque evitava os grupos eu nem lembro o que dizia. Não vivi a experiência da efervescência da época. Fui coadjuvante do filme que dá respaldo a muitos outros irmãos na brasilinidade.

Continuo crescendo e acompanhando de perto com sustos, desvarios, e até lágrimas, o produto do que somos.

Olho pro céu de anil, vejo o brilho do sol que a tudo permite viver, inspiro o ar da minha casa maior e agradeço por me entender igual ao passarinho incansável, que tenta apagar o incêndio. Nesse momento, pincelo mentalmente as cores do país emprestadas pela natureza.

Quero meu dinheiro de volta!!!


Quando vou pagar as contas, é impossível não sentir o constrangimento de ir para o caixa deixar quase todo o meu salário lá. É um adeus definitivo das cédulas.

Digo constrangimento porque sou obrigada a desfazer-me da grana esperada mensalmente. Hoje, as contas vêm mais transparentes(?) demonstrando a porcentagem de impostos que quadriplica o que foi consumido.

Cada vez mais me sinto menos consumidora e mais consumida. E ainda dizem que dinheiro na mão é vendaval. Eu diria melhor: tem um vendaval contínuo que me deixa de mãos vazias, que desocupadas, me ajudam a segurar a cabeça e pedir socorro.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...