Fora exclusão!



Eu não faço idéia do quanto este país arrecada. Economia política ou política econômica foge à minha compreensão. Primeiro, são números demais, e quem me garante que os apresentados, são reais? Ora, a gente erra até na divulgação! Por que não duvidar?

Sempre que posso, digito a mesma tecla, cobrando atenção à educação nossa de todos os dias. Os números apontados pelas pesquisas apavoram. Tomemos por base o que diz o deputado federal eleito, Ariosto Holanda, em artigo publicado pelo jornal O Povo.

No texto ele chama atenção para o aumento da exclusão da maioria dos brasileiros. O deputado tomou por base pesquisa realizada pelo Instituto Paulo Montenegro, na publicação do 3º Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional. Diz ele:

"Na população de 15 a 64 anos existem 114 milhões de
brasileiros, dos quais 10 milhões são analfabetos, 35 milhões têm um nível muito baixo de escolaridade, 41 milhões estão no início da alfabetização e somente 28 milhões têm qualificação para entrar no novo mercado de trabalho que exige conhecimento"

E depois nós consideramos grande o número de faculdades e universidades que proliferam iguais ao número de farmácias. Mas, alguém já mediu o conteúdo de aprendizado dos meninos que pagam fortunas pelos cursos? De vez em quando tenho a oportunidade de ver o trabalho de alguns estagiários.

Quer saber se eu me arrepio? Claro! Bem que poderia deixar pra lá e pensar egoísticamente que o mercado está estourado, sem vagas, e concorrente ruim, é um a menos. Só que o problema é bem mais profundo.

Em casa, os pais que trabalham feitos loucos para manter a escola privada, correm o risco de ter os filhos fora do grupo dos 28 milhões de profissionais qualificados. A quem cabe responder por isso?

Eu, sinceramente, culpo às escolas, que deixam muito a dever na formação do cidadão. Você acredita que já ouvi de uma professora que cabe única e exclusivamente à família formar o cidadão? Então, devolva o meu dinheiro que vou investir em livros, sentar com os meus filhos, discutir "as lições" com amor(isso a escola não dá mesmo).

Você pensou em exceção? É claro que tem. Mas, educação é regra.

Eu quero muito que algum professor leia e me conteste. Aliás, torço para que a contestação seja geral e eu, sozinha, seja a única que não entendeu.

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Eu também quero abraçar


Idéias boas, a gente propaga. Um grupo de jovens espanhóis lançou a campanha do abraço.

Antecipar os cumprimentos do Natal, sem tapinhas nas costas, por favor!

Abraço é energia. É troca de afeto. É doação. Lembro que só descobri o prazer do abraço, há pouco mais de três décadas.

Mas, agora, não! venha cá, receber o meu abraço.


imagem Uol notícias

Não disse que a vida é uma nó vela?



Deus nos acuda! A violência está cada dia mais próxima de nós todos. Andar de ônibus, de certa forma já é uma violência. Lotados sempre, somos constrangidos a nos espremer, e ainda, corremos o risco do pecado capital, protagonizado por assaltantes.

Passo poucos minutos na lotação, e não me imagino(bato na madeira, porque vale tudo, até superstição) presa horas a fio, sob a mira de uma arma.

Fico me perguntando quando faremos o mergulho em nós mesmos, para ver no espelho mágico, o desperdício de tempo e de energia, mergulhados no pantanal dos vícios.

Enquanto isso, uma vida de felicidade nos espera.

imagem Uol notícias

A vida é uma nó vela


Quando a rua está molhada, não adianta colocar salto alto para evitar molhar o pé. Ou seja, quando algo não está bem, não adiante se fingir de morto. Eu falo das nó velas(é assim mesmo que escrevo) da TV brasileira. Eu não sei se é por capricho dos autores, ou se a criação passou a ser reduto do mau gosto.

Sei porque não gosto de acompanhar os folhetins televisivos: eu não suporto certas cenas. Pode até ser por questões mal resolvidas na minha mente maluca. Mas, aquela cena do casal de adolescentes na cama, o pianista e a bailarina... essa, eu não paguei pra ver.

Infelizmente, as nó velas invadiram a minha vida e o meu texto. Te contei?

Rasguei as páginas da vida. Dei uma escalada, soltei o grito, disse cobras e lagartos. Achei pouco, abri a janela estiquei o olho para o espigão vizinho, e quis ver a feia mais bela das ruas da minha Cidade.

No calor da alta estação, desejei um copo de cristal de chocolate com pimenta. Se eu morasse na Amazônia seria um bicho do mato, uma gata selvagem, esperaria paciente pelas flores do mandacaru, antecipando refresco para minha sede.

Mas, na impossibilidade de pertencer à zona Norte, eu me consolo, fazendo malhação, na avenida Beira-Mar, lugar de louca paixão de turista equivocado, dono do mundo, num cavalo de aço, querendo viver paixões proibidas. E, se ele se demorasse na cisma, com certeza, perguntaria que rei sou eu?

Eu ainda com temperamento rebelde, tomando emprestado o linguajar do sudeste, diria que já enfiei o pé na jaca. Mas, pelo menos, resta-me o consolo de que em vidas opostas, noutra viagem, eu não tenha sido a sinhá moça. Para minha felicidade, como profeta, eu espero ter visitado o tronco e tenha venerado os ossos do barão.

Mas, com toda a desarrumação, e os conflitos que se somam, por amor, ainda torço pelo cidadão brasileiro, o salvador da pátria. Para que ele coma todos os dias feijão maravilha, dancing days, numa praia tropicaliente, que mantenha os laços de família, e carinhoso, seja amigo dos irmãos coragem. Um pai herói.

Também espero não ser a próxima vítima do desemprego, reclamar do pão que a gata comeu, nem tão pouco participar de cambalacho. Quero escapar do tititi da maledicência, e não ser clone do bebê a bordo. Porque não tenho vocação para ser barriga de aluguel. Quero um filho bem amado.

Já com relação à sexualidade, eu queria mesmo era que desaparecesse o personagem locomotiva, e desse lugar a outro, as mulheres apaixonadas, Tiêta, ou a rainha da sucata, por exemplo.

Uga-uga pra você porque o morto o texto, eu faço ponto, e rogo a Roque Santeiro, paciência.

No universo


Hoje, como sempre pretendo, me rendo à infinitude do Universo. Graças à tecnologia, permitida pela inteligência prima do Criador, podemos com os olhos carnais vislumbrar a constelação de Órion, invisível para nós terrenos.

Neste momento, é flagrante a certeza do quanto sou pequena com relação ao todo; e como sou grande com relação a compreensão que virá.

imagem UOL/últimas notícias.

Voto no Nonato

Eu nem pisco. Vou de antenaparanoica, o blog que me incentivou a ter dois. Lanço convite aqui para os que deitam o olhar sobre o pensar e votem até o dia 11. Ao melhor, o prêmio, e aos que se candidatam, a vontade de fazer melhor.

Acompanhe o que dizem sobre o concurso dos melhores blogs da web.

Susto aos 25(esta é para o diário)


Gente, quando completei 25 anos tomei um susto terrível. Pensei em parar o tempo e passei a dar mais atenção às filhas pequenas, imitando a infância. Tentativa vã.

O susto era porque não queria ser balzaquiana e temia as décadas que viriam. Pudera! Naquela fase de casamento mal arrumado(pra não dizer desgastado), queria mesmo era ser uma mulher gostosa. Irressistivel, porque era assim que eu compreendia a forma de chamar atenção do marido, que não tirava os olhos das bonitas frequentadoras dos restaurantes.

Curti , e como, o buzinaço na rua. Era uma barulheira danada sem me importar, de fato, com o sentimento. E quem pensa em sentimento, quando o propósito é aparecer de qualquer maneira? Hoje, cinco décadas vividas, me vejo tão mais bonita. A gostosa deu espaço a mulher que está aprendendo a apreciar o que tem de bom. E, olha que eu tenho.

São descobertas solitárias, prazerosas. Nem sempre as pessoas percebem o maravilhoso que há em nós. E sabe por que? Porque o crescimento é individual. O Bem é que é coletivo.

Experimentei todas as fases. A da criança sofrida, incompreendida, que descobriu um aliado, um companheiro invisivel que ouvia os meus queixumes de menina ignorante do ser integral que sempre fui, mas que não via, como hoje ainda, integralmente.

Fui adulta por conta do tamanho, cabeça nas nuvens, pensamento ao vento. Fantasia contínua. Fui Polyanna menina, moça e hoje, ainda, escreveria a Polyanna adulta. Beirando a fase sexagenária, não me surpreendendo com a transformação do corpo e não corro, como já disse aqui, em busca de parar o tempo. O que hoje vislumbro é tão intensamente maior.

Os 60 anos não me ocupam antes do tempo, que se tornou aliado(oh, chavão) . Só a expressão senhora me incomoda, deve ser lembrança de algo que não me traz boa impressão. E hoje, feminina sempre, acompanho com tranquilidade o corre-corre de outras em busca do retardamento do tempo, no corpo.

Conter os efeitos é uma escolha, no entanto, é preciso querer crescer. E nada é tão grande quanto a isso. Foi mais uma vez, Clara Rodrigues que me tocou, como texto sobre o aprendizado do crescimento.

Confira e descubra a sua melhor fase.

Rádio é para escutar


Pode me chamar de regionalista, bairrista e outros istas. Fique à vontade, porque também estou, para reclamar programação local nos rádios da minha Cidade.

Eu já cantei aqui qual é o meu xodó. Foi numa emissora de rádio, a antiga e já inexistente, Rádio Iracema, que cedeu lugar à CBN, que comecei a palavrear nos microfones.

Parece perseguição porque hoje, a CBN tomou praticamente o lugar da Am do Povo, rádio que considero escola. Foi lá que aprendi a fazer radiojornalismo. Fiz quase tudo, até editora executiva, nome bonito para uma função diferente.

Sabemos que quando algo é criado e foge da sua razão de ser, tende a acabar. No aspecto rádio, é a programação que acaba, o veículo fica. É resistente e, copiando a Associação Cearense Emissoras de Rádio e Televisão, Acert, o rádio é tão atual que pode ser acessado pela Internet.

Não estou levantando bandeiras de luta contra as grandes redes, há espaço para elas, assim como também, há espaços para rádios puramente cearenses. E são de boa qualidade, como a CBN, por exemplo.

O rádio, acima de tudo, é um prestador de serviços, o que faz por meio da informação. Sendo informador é um educador. Pode reger as massas para um bom objetivo, assim como pode ser contra ela, apresentando programas de má qualidade.

Não falo da programação antiga, que pertence ao seu tempo, mas da valorização cultural. Nós merecemos um rádio melhor. Nesta terra há profissionais para isso.

Se eu fosse


Estava navegando na net e vi a foto do presidente Luís Inácio Lula ao lado de sua mulher, dona Marisa. Fiquei curtindo a imagem e logo comecei a imaginar.

Se eu fosse a mulher do presidente, andaria com ele de mãos dadas nas raras manhãs de calmaria. Estamparia no olhar e no sorriso o apoio ao público.

Exerceria o poder da intimidade para convencê-lo de que não pode controlar e, muito menos, resolver tudo. Que precisa dos aliados, por isso, corre sérios riscos.

Daria filhos para garantir a continuidade da família, que giraria em torno da figura central do homem mais forte do país.

Choraria com ele a amargura que as críticas destrutivas provocam.
E mandona diria: demite todos, só você é leal ao povo.

Comungaria da alegria dos acertos e roeria as unhas sempre que fosse tomar atitudes do bloco do "eu sozinho".
Lembraria a necessidade de combater as principais mazelas do mundo: fome, violência, traição, infidelidade partidária.

Pediria algo mais para fazer além de ostentar o título de primeira-dama. Iria querer andar por aí sem ser reconhecida. Não ser alvo de piadas.

Em certos dias comemoraria a vitória(?) e noutros, suplicaria a Deus para que os quatro anos passassem sem deixar máculas na imagem alimentada por mim com tanta admiração.
Resistiria fortemente aos abalos domésticos porque presidente também é homem e tem certos caprichos, intransigência e homem e mulher têm diferenças.

Abdicaria das minhas vontades de mulher apaixonada para amá-lo à distância porque, mesmo estando lado a lado, os compromissos nos manteriam afastados.
Fingiria não ver o assédio de outras, querendo carona... Eu não imagino a cobrança de fidelidade para alguém que convive com tanta infidelidade.

Se eu fosse a mulher do presidente, neste momento, eu não estaria aqui, supondo uma vida que jamais quis. Isso, porque sou doméstica demais e tenho a boca grande demais para viver uma rotina tão retida.

Minha solidariedade a todas as primeiras-damas do meu país.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...