Natal festeja-se


Escrevi neste espaço que ainda não havia entrado no clima natalino. Há um certo q incógnito. Mas, longe de mim ficar sentada, largada e alienada do burburinho e até mesmo da melancolia de muitos que conheço.

Acordo cedo, vou para o meu laboratório de experiência (cozinha) e enfrento, numa boa, o fogão. Enquanto preparo os quitutes para a família, vou agradecendo a Deus pelo alimento. Eu sei que é acordar sem dinheiro para comprar pão.

Convido aqueles amigos desgarrados, digo os que estão com parentes distantes, mas alguns deles insistem em ficar remoendo suas saudades em casa, vendo TV.
Se ao menos ficassem ouvindo melodias de qualidade. Para ver TV neste período é preciso tomar algumas precauções.

A primeira delas é não largar o controle remoto. Vai que aparece aqueles programas com todo mundo sorrindo, vestidos caros, maquiagens que mascaram o conflito interior e aí você se identifica?

Ou aquelas receitas de última hora, com indicações de produtos que até o momento você não fazia idéia da existência? Ou ainda, os tijolões massacrantes com as bandas de forró, que proliferam iguais à erva daninha?

Há ainda os que odeiam a data.

A noite é sua, mas também é de todos. Não importa como queira atravessá-la. Em alguns momentos, não insisto para tirar da toca os intocáveis. Só desejo, que no exílio dos seus pensamentos, se vejam plenos, como uma das maiores criações que o mundo já viu.

E para aqueles que ainda não se encontraram e duvidam de que Jesus tenha nascido, sugiro este caminho.

Viver



Já que o momento é um convite à fraternidade, relembro a campanha da Igreja Católica de 2001, em defesa da vida.

Porque a mídia é coisa séria


Já é complicado e constrangedor entrar no rol das mulheres traídas numa pequena comunidade, imagino o quanto deve doer o conhecimento público do fato. Há um certo prazer na mídia em escancarar a dor. Neste momento, quero ser solidária à atriz Suzana Vieira por ser alvo dos veículos de comunicação, que se alimentam da fofoca.

Em todos os espaços o marido da atriz é notícia. No setor degenerescência ele ganha mais notoriedade do que ela. E isso faz sentido porque o talento está com Suzana. Não pretendo aqui por mais pimenta no molho, nem avaliar e colocar pechas no policial. A chamada é para tentar achar as razões que justifiquem a tomada tanto espaço e tempo da mídia.

Será que dá pra perceber que não é só o policial que perde oportunidade de ser leal?

Vaia resolve?



Eu não assisti à solenidade de diplomação dos deputados eleitos. Mas, fui informada de que as vaias foram ouvidas com intensidade. Lembro que nós não sabemos lidar com a rejeição. É complicado ser alvo desse sentimento.

Sei também que o ouvido vaidoso amplia o som da vaia e neutraliza os aplausos. Ou seja, numa platéia formada por cem pessoas, se uma delas soltar um estrondo uuuuuuu, com certeza é para ele o arquivo especial da memória.

Eu nunca esqueço que a rejeição significa perda, e por isso, mesmo deve ser instrumento de aprendizado. O aplauso alimenta a vaidade e, com o tempo acostumamos a ele, nos perdendo no seu verdadeiro significado.

O mesmo não ocorre com a vaia. Ela marca. Estigmatiza. Degenera. Quer experimentar? Se o manifestante bem soubesse, se avaliasse o dano que consegue provocar no íntimo, não faria.

É claro que não estou aqui cobrando mudança de atitude. Estou apenas tentando refletir sobre a rejeição.

Muitas figuras importantes do país já foram vaiadas. Graça Aranha quando declamou a poesia o Sapo, de Manuel Bandeira; Caetano Veloso, durante o festival de MPB quando interpretava É proibido proibir. Nenhum artista brasileiro foi tão vítima de apupo como aquele.

No entanto, recentemente, um ministro de Lula destronou Caetano. Durante uma cerimônia ele foi vaiado durante dez minutos seguidos. Confira no site
www.ucho.info, matéria com o título Matando a cobra.

Clima de Natal



Falta pouco para o Natal e eu ainda não entrei no clima. Estranho é que quando comento as pessoas que me ouvem falam o mesmo. O que será que está ocorrendo? Normalmente, neste período eu fico mais buliçosa, curto as luzes que tornam a Cidade mais bonita. Faço e refaço as contas para premiar os mais próximos.

Mas, até agora, nada! Nem nas festas tradicionais de confraternização tenho achado o meu clima. O que será que houve? Até janeiro de 2007 devo me sintonizar com o tempo, já que duas confraternizações foram agendadas para o próximo mês. Será que foi por desencontro? Não sabemos.

Será que estou contaminada por algum vírus de lucidez? Mas, o Natal não é um sonho. É um momento, que deveria ser eterno. Ou será que eu já vivo o Natal o ano todo? Sempre sou pretensiosa quando divago.

Sem sacolas, sem meias, sem bolas vermelhas e com pouca grana, vou olhando as vitrines, sem desejos incontidos. Eu nunca pisei tanto no freio. Acho que estou amadurecendo, de fato.

Mesmo assim, muita luz pra você que acompanhou os meus escritos até aqui.

A paz pode ser apenas indiferença


Domingo é um bom dia para ficar desestressado. Acordar sem pressa, tomar um bom café feito na hora, curtir a manhã de um dia convencionado para o descanso, ler o jornal e se estarrecer. Não que traga alguma novidade deste mundo. Afinal, a prostituição nos acompanha há muito tempo, só que antes era motivo de vergonha coletiva.

Como é possível continuar a intenção harmoniosa diante de tanta miséria que acontece bem próximo a mim? A paz que desejo se esvai com a mesma rapidez, que um raio cruza os céus e despeja o seu poder sobre uma bela e frondosa árvore.

Você quer destruir alguém? Abuse dele sexualmente.

Agora, acordei a juíza self e passo a me cobrar o que tenho feito em prol desses meninos e meninas indefesas? Como produtora da rádio Am do Povo, tive inúmeras oportunidades de promover denúncias, que mereceram CPIs na Câmara Municipal de Fortaleza e, mais recente, no Congresso Nacional.

Alguns foram denunciados e tiveram que responder à Justiça. Mas, não foi o suficiente para acabar com o crime. E o pior de tudo, é que nos lugares onde isso ocorre (quero dizer, entre nós), muitas vezes a desgraça passa ao largo. É a indiferença anestesiante. Estamos preocupados com outras mesmices.

Estamos psicoadaptados com a miséria humana. Suspiros prolongados me fazem parar a leitura logo de início. Fico nas manchetes e nos pequenos textos porque não é preciso ir até o fim para perceber a dor e o abandono que vitimam essas crianças.

É por isso que ao ligar o rádio, a TV, ler revistas e jornais, vemos os espaços quase todos ocupados pela aberração do mau gosto e o abuso do sexo. A interpretação equivocada da sexualidade humana.

Não estou aqui ditando normas, quem dera que eu pudesse ou conhecesse um manual que orientasse e fosse seguido para libertar essas crianças. E libertar também os que delas abusam, porque também estão presos à deformidade moral.

Faço um apelo àquele que tudo vê e nos concede o livre arbítrio, mesmo que mal utilizado, para que interceda em favor deles. Mas, isso não quer dizer que iremos ficar de braços cruzados. É preciso cobrar dos meios de comunicação o seu papel de denunciar, fiscalizar e criar incentivos, por meio de campanhas de valorização da vida, em busca da vida digna que eles merecem.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...