Cedendo aos caprichos


Por que cedemos aos caprichos do outro? Boa pergunta esta! Porque também somos caprichosos. Queremos fazer mimos para quem gostamos. E como somos confusos, digo. As exigências, na maioria, são ridículas.

São pequenos testes de tolerância, de passividade. E todo mundo vai na onda porque o centro das nossas atenções está chamando a nossa atenção. E tudo converge para ele. Fulano, o nosso bem maior quer algo e a todos ordena. Isso não é amor. É ditadura!

O ditadorzinho não faz idéia (ou será que faz?) do imenso trabalho que nos dá. E é um tal de quero aquilo, não, esse não presta! Eu quero porque quero. E a gente já substituindo o sorriso de gratidão pela existência do ser por um Ufa, que saco! Quer bem feito? Vai fazer, ora!

Só que o ser amado não quer fazer ou não sabe. E quando sabe tem argumento fatal: fica melhor quando é você quem faz. E nós na onda, quase desistindo. E agora, será que satisfaço os seus desejos? Claro que não!

E quando, finalmente, desistimos pra lá de cansados, de solícitos passamos a ser intolerantes, enfezados... insatisfeitos com a insatisfação do outro. Haja exercício!

A ilustração é uma homenagem ao autor dos caprichos (Los Caprichos) mais famosos, Francisco de Goya, que depois de perder a audição se fez mais completo porque passou a ouvir o talento com muito mais vigor.

Só pra dar uma razão cultural ao pensar de hoje.

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