Quando se guarda é sempre jovem



Hoje, pelo menos, neste momento, não tenho 51, tenho 15. O mágico da reversão do tempo, um cantor, ou melhor cantores bem afinados que trouxeram de volta as músicas que embalaram os meus sonhos de menina-moça(é o novo!).

Pois é, "ai de mim, querida ai de mim", quantas vezes repeti acompanhando os passos suaves da dança da época. As letras sempre tão simples falavam de um amor às vezes inatingível que "fazia o coração parar". Eles continuaram entoando, trazendo o balanço, que ainda acompanho porque não agride o já histórico corpo meu.
Não vou mais longe do que isso. Não me atrevo. Não quero os 15 anos de volta, ah, não! Não me negaria a experiência do riso, da dor, do desconsolo e tantas vezes do ombro amigo que se debruçou e ainda se debruça, ofertando-me apoio. Nada é mais apreciável e prazeroso do que a lembrança de tempos somados aos amigos.

Sonhos? ah, sim, eu sonhava. Ou melhor, interpretava uma personagem diferente. Eu fui uma mulher atraente, linda, forte, poderosa. Conquistava a todos, ou melhor, dominava. Na minha pequenez de persona e de gigantesca ignorância da vida, eu queria o poder sem me preocupar que, apesar de atraente, o poder é tão efêmero.

Sempre passa e muito rápido. O pior é ter que conviver com isso. As seqüelas de quem faz do poder a única opção da vida, e vê na oportunidade uma forma de estar por cima e acima de todos.


"Se eu fosse você não faria o que você faz", letra sugestiva dos nossos compositores da Jovem Guarda, hoje Velha Guarda, que eu guardo na lembrança gostosa, embalando o sonho de ser melhor. A grandeza desejada, passou. Ainda bem.

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