A companheira

Se existia algo que sempre me deixava com desagrado era ler o resultado de audiência de programas de rádio. Como nunca fui entrevistada por nenhum órgão de pesquisa, a pulga por trás da orelha já estava maior do que a cabeça.

A AM do Povo, a Companheira, em segundo lugar? Isso nunca me tirou o ânimo e a vontade de fortalecer a equipe. E eu, nem tchun para isso. Quem tinha que se virar era o pessoal do comercial, que não tinham dificuldades para vender. Isso porque nada era mais agradável do que acompanhar a programação da rádio O Povo.
Trabalhar lá? Será que poderia? Tinha talento e competência suficientes? Antes de ouvir a resposta, lá estava eu, numa quinta-feira, diante da máquina Olivetti com carbono e tudo. Lugar de encontro: a redação da Companheira, a melhor e maior redação de jornalistas que uma emissora já teve!

As vozes no ar, simplesmente fantásticas. E os comandantes dos programas, gogós de fora com sotaque do sudeste, sem exageros, eram bem trabalhados. E também os artistas de maior sucesso. Os âncoras da Am do Povo faziam tanto sucesso quanto os astros que entrevistavam. As mulheres faziam filas nos corredores, no auditório do estúdio, sim porque pelo tamanho, servia de auditório.

Todos os programas, sem exceção, chamavam o público, e a maioria feminino. Dizer que trabalhava na AM do Povo era fazer parte de um status só conquistado nos tempos de glória do rádio brasileiro, bem antes da TV.


Eu não quero fazer saudosismo, porque, na verdade eu não sinto saudades da AM do Povo, o que sinto é um prazer redivivo por ter participado dessa escola e que me tem rendido frutos.

Amanhã, contarei mais. É uma tentativa de homenagem a rádio que aniversaria neste mês.

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