Cur(ativa)


Feridas e ferimentos. Veria a vida assim caso fosse médica? Cada um de nós tem um pouco das profissões necessárias, mais básicas, para continuar sobrevivendo.


Em muitos momentos fui ferida aberta. Dolorida não queria que me tocassem, dóia demais. Fui surda diante das súplicas de amigos (enfermeiros) alertando-me para a necessidade de, pelo menos, assepsia, mudança de curativos...


Mas, sangrava sempre na troca e ficava assim, quase que anestesiada, esperando a dor maior. E depois, via a necessidade de modificar, levantar, ver crescer, renovando a pele, numa cicatriz. Magia do amor.


Outras vezes, amputavam-me as chances, a esperança tinha sido cortada, mas agora, já prevenida, e mais flexível para com os enfermeiros, deixava-me cuidar. Retornava o membro retirado e me via inteira.


Pronta pra outra? Sim, mas só na companhia do mágico amor.

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