Homem tecno


Passando pela rua, sempre admirando o lixo que se acumula - fico surpresa com tudo, um bairro considerado nobre, como o de Fátima - tenho a feliz oportunidade de ver que parte daquele pequeno contorno, lembrando uma pracinha está capinado!


Agradeço mentalmente pelo serviço duro seguido pelo sol, deixando a pele daqueles trabalhadores brilhando. Logo na frente, alguns descansam à sombra das árvores que emprestam conforto sem escolher a quem. Estão sempre ali alegres, verdejantes, serenas, apesar de tudo.


Numa calçada, instalada, uma mulher, segura absorta um aparelho de celular. A cena tão comum tocou-me o pensar: o avanço tecnológico prolifera e populariza o que já foi considerado status , indicativo de quem pode arcar com altas despesas.


Aquela forte mulher, que dá duro para limpar a sujeira dos pretensos civilizados, participa de uma cadeia produtiva, sem, talvez -acho eu - perceber que o homem tecnológico avança contra si mesmo. É tão mais fácil adquirir um aparelho de tecnologia de ponta, enquanto é tão difícil ser notada como uma cidadã, que não se diminui diante do trabalho desafiador, mas que lhe nega as oportunidades de uma vida digna por conta do parco salário.


E ainda há quem considere que o avanço intelectual caminha igualmente ao moral, o respeito pelo outro. Considero digno todo o trabalho, mas os mais básicos, como manter limpa uma cidade, por exemplo, é tão vil na questão sobrevivência.
Bom comentário é do Marcelo Gutierrez.

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