Eu até que já apostei no verbo que indica ação antiga e desconhecido em suas formas: bedelhar, que quer dizer intrometer-se, prática antiga nossa. Quem forma o bedelho, o intrometido? A vontade pura e simples de meter-se na vida do outro porque a sua não lhe diz respeito, precisa da atenção do outro(?)
É na bedelhação - permita-me o idiotismo - que muitos profissionais entopem as bancas de revistas e até garantem emprego para muita gente. Fico pensando no que poderia ocorrer caso as oficinas formadas por bedelhos célebres e céleres fechassem. O que seria desse mercado bestial?
Já disse aqui que fazer fuxico não é jornalismo. Me poupe! Mas, espanto-me em admitir que não desejo o desaparecimento do tal "profissionalismo". Ora, o que fariam os leitores ávidos do material? Estou insistentemente treinando a minha tolerância com relação ao setor.
Um amigo invisível já informa que não podemos julgar o outro porque não sabemos da sua verdadeira missão. E quem sou euzinha para chegar aqui e bedelhar a vida dos bedelhos? Vou continuar fazendo o que acredito: dar mais créditos à informação que educa, que faz crescer o entendimento de que somos seres especiais, apesar de nem sempre nos darmos conta.
3 comentários:
O capitalismo é mesmo inimitável na arte de criar inutilidades e desejos. Só existe a indústria da fofoca porque vende. Assim como a da pornografia, da droga, do tráfico, do jogo.
gostei muito do seu texto, achei-o enquanto estava (ironicamente?) bedelhando na internet.
é copyleft?? posso usar em um trabalho??
só pra complementar a ironia do dia, sou jornalista...
Oi Carolina, só agora vi o seu comentário. É claro que pode usar. Um grande abraço.
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