Eu que fui criada com a ordem Viva o bucho e morra o luxo! experimento uma sensação gozada: um misto de espanto com entusiamo, após ler matéria de O Povo constatando o crescimento do mercado sofisticado no país. Dá pra entender?
E pelo que percebo, o crescimento desse setor não fica só nas regiões Sul e Sudeste do País. Curtindo as ruas de Fortaleza percebo que não reconheço a Cidade, que nasci e cresci vendo as principais avenidas de dentro de um coletivo.
Fortaleza hoje abriga o luxo. O que mais gosto dos bairros chiques é a limpeza quase que completa: não se vê com freqüência - também não costumo visitar com assiduidade os paraísos que abrigam a classe nobre da Cidade - montinhos de lixo ou até mesmo um papelzinho dançando ao vento disputando espaço com sacos plásticos, logo após a passagem do carro coletor.
Também não costumo ver carros - que nem sei pronunciar o nome - com o seu guiador constrangido diante de uma cratera tão comum na grande maioria dos bairros da Cidade. Puxa, o luxo é realmente uma experiência digna.
Carros blindados, roupas que não permitem o usuário ficar parado em uma esquina de localidade duvidosa, jóias que transformam a visão e tornam o olhar mais estrábico diante da miséria, e a maquiagem, verdadeira plástica triunfante diante do tempo.
Eu gostaria de experimentar um dia para ser mais fiel a sensação de ser um luxo.
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