Nem sempre percebemos os recados que vêm do alto. Em alguns momentos, estamos tão pra baixo que o ponto mais fácil de escalar é o pico do umbigo. Mas, recado uma vez dado, fica para sempre.
Hoje me dou conta das muitas tarefas missionárias que protagonizei sem que o verdadeiro discernimento viesse a tempo. O meu primeiro trabalho usando a voz foi para a Colônia Antonio Diogo. Com meu jeito espaçoso de ser - graças a Deus - topei o desafio estimulado pelo professor de fotografia.
Tratava-se de um texto sobre o trabalho naquela casa, pano de fundo para um pequeno filme. Não cheguei a ver o trabalho completo. Apenas emprestei a voz. Esse foi o primeiro passo para trabalhar em rádio. Nonato Albuquerque, contemporâneo na Universidade Federal do Ceará, ouviu e me levou para treinar na rádio Iracema.
Essa lembrança foi despertada na tarde de hoje enquanto ouvia um convite para ir à Colônia Antônio Diogo, num trabalho voluntário, doação que tanto nos acalanta o viver.
E a voz, antes tímida, trêmula, hoje flui em sintonia com o alto. Pois é, transmito recados para quem tem ouvidos. E isso não é presunção. É ser instrumento de um trabalho bem maior que a minha compreensão, mas que nem por isso diminui a vontade de chegar lá.
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