Ai que saudade me dá


O saudosista tem razões para ser. Eu vou logo dizendo que não sou por vocação. Mas, quem não gosta de ouvir as canções que marcaram época, como diz o chavão?


Estava esperando o pão ser pesado, ali diante de mim, com o preço mais alto e sem nada fazer, porque estava dando ouvidos à voz de Roberto Carlos num verso de apelo: Onde você estiver não se esqueça de mim. Com quem você estiver não se esqueça de mim. Eu quero apenas estar no seu pensamento, por um momento pensar que você pensa em mim.


Pode ser meloso, mas que é bem melhor do que ser chamada de cachorra e ainda com aquele som infernal, num convite ao abuso, ao desrespeito, ah, é bem melhor.

Lamento pelas garotas de hoje, cheias de hormônios manipulados pela química dos alimentos, vivendo num apelo feroz, desrespeitoso do corpo. Num efeito sonrisal, porque a euforia maquiada de interesse sexual, é fugaz mas deixa marcas perenes.

Na época em que o romance, as paixões sofridas eram argumentos para os compositores, havia desencontro e choro, mas com o apelo de conter a promiscuidade, que hoje se estampa e é moda!

Ainda bem, que na maioria das festas de que se tem notícia, os DJs estão oferecendo as canções mais antigas, que para mim representa uma crise da criação da música, ou pior ainda: o escancaramento da insistência pela inversão dos valores éticos, morais, sociais, tão necessários para que possamos continuar evoluindo.

O que consola é saber que tudo passa e somos sobreviventes. Além disso, os compositores que alimentam a alma continuam.

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