Eu vi(olência)
Enquante de O Povo pergunta se a polícia está preparada para combater a violência. Respondi como a maioria: não. A propósito, ninguém está, porque na intimidade nossa a coisa se instalou e vai demorar para sair se não trabalharmos por isso.
Quem está trabalhando seriamente para banir (essa palavra é violenta) essa chaga de dentro de si mesmo? Já disse aqui que tudo mora na tolerância. Tolerar é preciso, assim como viver é preciso.
Saindo da superfície que explodimos sem cerimônias, quantas vezes já fomos constrangidos a conviver com algo/alguém que nos desagrada? Eu, quase sempre. No impulso, digo não. Não aceito! Aí, respiro, inspiro, e vejo que a coisa tem saída.
Faço-me criança, com toda a pretensão que lhe é peculiar, em seguida, apostando no que aprendi nessas cinco décadas, aí tento administrar. Aliás, administrar não é baixar cabeça. É ver que a tolerância é necessária, absolutamente necessária.
Somos administradores das nossas emoções e exploradores do desconhecido. A grande maioria de mim mesma é desconhecida. Os que me provocam são os instrutores. Terrível reconhecer, mas são os intrumentos.
A sociedade não tem que conviver com a violência externa e para isso é preciso, necessário, reconhecer-se intimamente ligada ao violento. Um dia, isso tudo estará muito distante de nós, assim como hoje, é distante a resolução.
Esperança é algo que não se acaba, a não ser que a gente não faça algo por nós mesmos.
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