Na padaria


Estou insistindo no quesito violência. O internauta que me perdoe, mas é que a coisa anda tão grave, que não dá para fingir de morta. Estava na padaria. Enquanto esperava o pão que tranquilamente era posto em um saco de papel pelo atendente simpático, ouvia comentários a respeito de mais um homicídio no bairro onde moro.


É uma pena. Ele tinha duas filhas tão bonitinhas... Pois é, mas já havia matado um durante uma discussão num bar... uma das menininhas é linda, tem cabelos pretos e olhos azuis... Polícia é assim mesmo, profissão de risco... É, quem mata...


Não era bem o que gostaria de ouvir na manhã de hoje, fresca pelos ventos de setembro, que exageram e chegam a derrubar árvores e construções. Fortaleza é assim: tão quente e ao mesmo tempo tão fresca.


Quando me dirijo à padaria em busca do primeiro alimento da família, costumo agradecer ao Criador pelo dia bom que se inicia. Pela oportunidade de estar respirando e ter filhos, e de também ter dinheiro para alimentá-los. Nesses momentos de prece silenciosa, preferiria ouvir música celestial, mas estou na Terra, onde continuamos matando os seres vivos, inclusive da mesma espécie.


No trabalho, reclamam segurança combinada com o aumento de policiais. Cá, com os botões fico cismando quando entenderemos que os órgãos de segurança não acabarão com a violência, apenas atenuarão os seus efeitos.

2 comentários:

Eduardo Andrade disse...

Nem sempre polícia tem que matar! Pode ser diferente...

Anônimo disse...

Nem me fale! Hoje,pela primeira vez, senti que ia ser assaltada. Faltou pouco prum flanelinha, daquele que limpam vidros de carro, pedir minha bolsa no sinal! Mas muito pouco mesmo! Há muito pouco tempo, andava tranqüila pelas ruas de Fortaleza, agora morro de medo...
Beijos!

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...