Nem velas


Há coisas que só fazemos porque somos constrangidos a fazer, não é verdade? Uma delas é comprar caixão para servir de último transporte para alguém que volta ao mundo dos espíritos. Já avisei em casa: nada de gastos comigo. Caixão mais simples possível; orações com amigos com base no evangelho sem ser, necessariamente, velório.


Você deve estar se perguntando por quê das quantas inicio uma semana com este tema. É que acabei de ler sobre uma feira de objetos fúnebres. Tem caixão pra tudo quanto é gosto e bolso. Fico cismando porque se gasta tanto em situações assim. Seria para compensar momentos de evasivas companhias?


Ou seria para dar um adeus permanente?


Nem sempre sou atendida no que peço, mas insisto com a turma lá de casa para que me poupe e poupe aos outros a angústia do velório. Simplesmente porque se estou de partida é porque já devo (acho eu) ter cumprido mais uma etapa. Então, antes de ser um defunto, serei uma vitoriosa.


3 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, que assunto "pesado" pruma segunda-feira! Eu prefiro nem pensar nisso...
Beijos!!

Eduardo Andrade disse...

Fátima,
Só uma coisa eu não concordo: "Me poupe". Porque defunto não sente nada!
Abs,

Fátima Abreu disse...

O defunto não, mas o espírito com certeza vai sentir. Eu sou espírita, estou em mais uma reencarnação. Bem, que não lembro das outras vezes, mas tenho ligeiros estremecimentos com relação a forma de ser encaminhada terra a dentro. Fiz-me entender?

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...