O que a Globo pretende com o personagem da excelente atriz Camila Pitanga? Estou - só de bem - acompanhando, de vez em quando a trajetória de Bebel na novela, em sua forma invejável(?!)
O papel que alguns insistem em dizer que é rico porque ser prostituta não é fácil, não mereceu ainda, um tratamento que me convencesse. Qual é mesmo o recado? Mostrar que a mulher objeto ainda é a bola da vez? Que a única inspiração de vida é o sexo vendido? Que a maior felicidade é ser cliente exclusiva para sair das ruas?
A repórter Glória Maria fez recentemente uma entrevista tímida com Camila Pitanga a respeito do personagem. Tímida porque só se ocupou da performance da atriz num passeio num dos belos recantos do Rio. Senti a idéia da Globo que é tornar o Rio de Janeiro, uma cidade mais agradável, apesar de perigosa. O apelo global mostra a maravilha que já foi de forma superficial demais.
O cenário, restrito ao bairro famoso Copacabana, maravilhoso por Deus, está longe da realidade que a própria emissora mostra em seus noticiosos.
E o que diabo uma cearense tem a ver com a cidade maravilhosa? Tudo! Faz parte do meu cenário também porque o que mais me incomoda é a insegurança, não só pelo números de vítimas, mas por todo um contexto que desvaloriza o ser humano.
E também porque estou cansada da superficialidade. O brasileiro é antes de tudo, um criativo incansável, mas muitas das idéias morrem na praia. Não sugiro o aumento do espaço de Bebel na novela, mas será que daria para ser mais objetivo?