Na imprensa



Não me sinto história, mas sou protagonista, porque no mínimo, no mínimo, sou um número no blog, na imprensa, na grande mídia. Sou também número nos coletivos, no mercado de trabalho, como usuária dos serviços públicos e privados.

Eu sou, como demorei a cair na real para saber que sempre fui, mesmo quando não entendia porque tanta crise de identidade. É, porque sei que nada conheço, nada entendo, eu me identifico. Identifiquei-me com as letras que democraticamente se deixam levar.

Depois de muito batente, pela história do jornalismo sério, nem a número um nesse infinito universo de precisão e, muito menos, a incógnita.

De véspera


Na véspera do dia da imprensa, que transcorrerá amanhã, fiquei cismando o pensar sobre o tema de hoje. Quando estou ao léo - tenho dificuldade até para lembrar como se escreve a palavra que me define no momento - vem a tal da cobrança de manter-me fiel ao diário na web.
É um compromisso assumido, um fazer contínuo de opiniões, nem sempre esclarecidas, mas que não objetivam equivocar. É o livre pensar como defendem os jornalistas românticos. O romantismo, aliás, deve ter sido um dos motivos pelos quais tornei-me jornalista.
Pois bem: a idéia inicial era comentar a foto que capturei do site oficial do Senado, cujo texto que a imagem justifica, pode ser lido aqui. Trabalhar com a imagem é ampliar o link do pensar. E quem é das letras, vive delas e por elas, pode exercitar legendas.
O que importa é ser livre para ter acesso às informações. Não obstante, o questionar é outro exercício ao qual o homem também é livre para fazer.

Ser idoso é...


Ser idoso não é motivo para poesia, mesmo que a idade represente o acúmulo de vivências merecedoras de créditos e de muitos méritos. Num momento em que o corpo vale mais do que o ser na essência - o espírito - há uma forte rejeição no ar, na terra e no mar.


O corpo é a escultura social que representa bem - apesar de mal utilizado - o que somos, visto sob essa ótica de submissão à beleza formatada. Então, envelhecer é tudo o que se quer evitar. Não obstante a vontade geral, envelhecemos. E o que podemos comemorar?

Penso nisso porque a aproximidade da era sexagenária é contínua. Enquanto a maioria tenta parar o tempo, cismo com a idéia de ter que conviver com aposentadorias. Pelo que vejo, não vai mudar muito a política do arrocho, da qual sou constrangida a viver. Vou continuar pendurada em dívidas porque o que a economia oferece ao idoso é um sem fim de contratos financeiros. Isso tudo, maquiado como benefícios.

Vai posar?


Ser bonita é um carma: vai posar nua qualquer hora dessas em alguma revista que cultua a beleza feminina. Claro que estou sendo irônica. Aliás, nem gosto de ser assim porque aprendi que ironia vem de ira. Mas, não é para fazer graça que ocupo este espaço hoje.


Estava lembrando das muitas justificativas para a continuidade do concurso Miss Universo. Tem tanta torcida. Vejo que muitas mães de filhinhas bonitas são as primeiras a encorajá-las. São bonitas, então vão ter que ganhar dinheiro e fama com esse atributo. Aliás, para a bela vale tudo. Tem que casar melhor - leia com homem rico e famoso - porque sentimento não se conta.


Não torci pela candidata brasileira, que ficou em segundo lugar, porque acho que como mulher ela precisa exercer todos os direitos sem ter que, necessariamente, usar o privilégio. Tomara que não pose nua depois de vencer o contrato.


Quer saber? Eu não acho que preencher páginas coloridas com o que a natureza nos deu seja razão para ganhar dinheiro. E nem me venha com o papo de que é preciso ajudar a mãezinha comprar uma casa maior.


A mulher merece muito mais que isso: sair das páginas nuas e vestirem-se ricamente de talentos outros.

Educação que não se mostra


Não me perguntaram, mas vou falar assim mesmo. Costumo dizer para a nossa turma de estudos, que a civilidade humana, pelo menos aqui no Brasil, passa ao largo de muitos cidadãos. Experimente sair de um cruzamento com o semáforo desligado. Somos civilizados?


Enquete de O Povo põe em discussão a forma como é feita a sinalização eletrônica em Fortaleza. Sempre em caráter educativa do tipo se não aprender apanha, os fotossensores são colocados à espreita, para pegar o desavizado ou o contraventor. Nada contra os aparelhos e a intenção de diminuir o número de vítimas do trânsito. Reconheço que para alguns motoristas enlouquecidos o efeito surpresa até funcione.


O que acontece é que a educação não mostra a cara. Como educar sem aparentar, fazer aprender? Querem educar quem? Se a consciência predominasse seria desnecessário qualquer tipo de fiscalização. Seria até cômico ver os carrões parando, motoristas sorridentes e pedindo aos mais velhos e aflitos que passassem, seguissem em frente com a paz de Deus.


Educativos, nada!

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...