A falta da senhora


Como a cachorra sente falta da senhora. Não que a cultura do macho não tenha mudado, sofrido interrupções.
O tempo quedou-se longe quando uma flor solitária se deixava acompanhar do gesto obsequioso do galenteador. Apesar da linguagem parindo poesia mostrar uma suposta face de gentileza, tudo não passava de artifícios sedutores. Minha gentil senhora era o obséquio que nenhuma alma feminina se deixaria declinar.


O efeito linguagem, pelo menos, lá no fundo, sugeria graciosidade. Bem melhor ser chamada de senhora, longe do demonstrativo de poder, mas sobretudo, de submissão, do que se aninhar no canil que propõem as letras (?) das músicas(?) atuais.


A inspiração veio daqui do romântico texto jornalístico dos anos 50.

Considerações


Insisto em me firmar como uma pessoa que não envelhece: atualizo versão, bem no estilo cibernético. Hoje estou 5.2 e o meu conteudo, a cada nova formatação vai aumentando. Estou me adaptando aos recursos paciência - que quer dizer ouvir sem interromper, olhar bem de perto o outro e banir o juiz.


Isso, porque nas primeiras versões, tinha dispositivos rápidos e outros muito lentos. Por exemplo, eu fui emergencialmente rápida em julgar. Puxa, como eu tinha certeza no meu julgamento. Além disso, ninguém mais tinha tanto bom senso.


Hoje, com mais recursos, ofereço melhores serviços, na base do self. E, pois não é que funcionam! A minha "tecnologia" me permite sofrer muito menos. É que estão em baixa os dispositivos, quase sem memória, na pressa do fazer. Em seu lugar, dowload mais caprichado, que me permite, enquanto baixa , ver as conseqüências. Isso, é no mínimo, maravilhoso.


E eu achando que estava com defeito, preocupando-me com a garantia. Só assim, posso avaliar, deletando o julgamento precoce de situações constrangedoras, alimentadoras do descaso e, por que não dizer - utilizando a linguagem solta - aviltantes.


Fatos cutucam-me o pensar já maluco, como a informação sobre um garoto de 11 anos, que era amarrado pela mãe, em casa, numa tentativa de mantê-lo longe das drogas. Lembro o que tenho ouvido sempre: "Só sabe o que é a convivência com um dependente químico, quem convive com ele".


Certa vez, li um artigo de autoria de uma psicóloga em socorro às angústias maternais. A mãe sempre está certa em sua tentativa de ser mãe. Ou seja, para a profissional o que vale é a intenção. Antes de fazer qualquer julgamento superficial - porque assim ocorre - considerações são necessárias.


Esse garotinho é apenas um no universo de apatias, desinteresses, indiferenças, psicoadaptação.

Enquanto isso, continuamos amarrados a essas correntes.

Pergunta aos universitários


Gente, fui universitária durante quatro anos movimentados e gostosos. E, incrivel: completamente alienada dos processos do somos do contra porque queremos mudanças. Se me perguntarem nem sei dizer porquê.


Agora, assistindo a insistência dos universitários pela permanência dos estudantes de baixa renda nas instituições, com direito à moradia, alimentação e transporte, me vejo, pelo menos, com o mastro dessa bandeira nas mãos.


Se ouve muito falar sobre auxílio ao estudante e se, começar pelo transporte que é pago todos os dias, o aluno não tem mesmo estímulo para sair de casa e enfrentar a rotina do aperto. Torna-se sanduíche recheado de insensibilidade e um número na escola.


O professor, por sua vez, acompanha o aluno na mesma política de arrocho, só que no caso dele, tem comprometida a sobrevivência. Ontem, enquanto esperava um táxi para voltar à casa, conversava com uma professora que "acorda, dorme, come e respira provas", como ela mesma afirmou, lamentando ao mesmo tempo, que uma das filhas tenha escolhido a mesma profissão.


E eu ali, ouvindo, concordando em silêncio. Qual resposta daria para alguém que não vê a hora de se aposentar, para ter um pouco de sossego. Eu disse, sossego???

Diante da Terra



Hoje é dia de olhar profundamente a superfície da nossa Casa. Abrir os olhos, atentar os ouvidos, conferir a respiração e agradecer.

Habeas Brasil


Estava passeando na Net e vi muitas estórias e histórias curiosas ocorridas no País. Por ter acontecido no mês de junho, destaco a ocorrida no estado da Paraíba, no ano de 1955, quando as serestas eram a bola da vez. Um grupo de boêmios fazia o seu showzinho quando a polícia incomodada apreendeu o violão.


O grupo, não satisfeito pediu ajuda a um recém-formado advogado, Ronaldo Cunha Lima, que se notabilizou como político. A defesa em prol da soltura do bem em questão recebeu o nome de Habeas Pinho.


Às vezes sinto falta do romantismo na interpretação de leis oportunistas. Defendo uma prosa para liberar o país das muitas angústias que amarga. Elejo para isso, um Habeas Brasil.
A imagem é a capa da primeira Constituição do Brasil.

Corrupção, tô fora?!


Acabar com a corrupção é a ordem do momento no Congresso Nacional. Sabe o que me suscitou esta notícia? Lembrei-me de imediato, de uma das muitas fábulas de La Fontaine, a assembléia dos ratos que, para se livrarem do gato predador, foi consenso colocar no pescoço do bichano um chocalho. O som seria o aviso para que todos se protegessem.


O diabo era que ninguém se atreveu a colocar o guizo no pescoço do animal. Essa conclusão, quase precipitada, me deixa alerta para outra face da questão. Costumamos por no político a responsabilidade integral da corrupção. E nós, como estamos?

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...