Apagão moral?

Em tempo de apagão, acabo de ler um sugestivo artigo do pastor Airton Evangelista da Costa. Veja aqui , a exposição de motivos do religioso, chamando a nossa atenção, antes que todos quedemos na psicoadaptação.

A cada dia se faz necessário elevar o pensamento ao Alto, sob pena de ficarmos presos às angústias das adversidades. E, antes de praticarmos a revolta, vamos dar um tempo para reflexão.

Já disse aqui que tudo mora na tolerância, caminho para discernir o que seja moralmente favorável ao nosso crescimento.

Se a gente quer paz, não vai ser brigando, o que implica partir para uma grande exploração sem fim definido, de nós mesmos.

Censurar é ...


Na primeira vez que sofri um corte - censura do chefe à uma matéria - foi a sensação mais terrível que senti. De início, porque não fui informada do embargo, e muito pior, porque senti-me o que é ser seccionada numa ação em que apostava como certo. E até hoje ainda aposto.


Não fui peitar o chefe como mandava a impulsividade. Ponderei. Contei até mil e, por sorte, fui encontrar respostas no que considero reduto de vivências na imprensa, uma colega de trabalho, melhor dizendo, a diretora da empresa, que tinha me ensinado os primeiros ensaios da ética, da filosofia da comunicação: Adísia Sá.


O que ela me disse naquela época, ainda é modelo para as minhas avaliações. Enquanto reclamava do corte sofrido, a jornalista, com muita calma, destacou que o pior mal que um profissional da comunicação pode cometer é autocensura. E, outra: que o fato de ter sido embargada, não significava necessariamente que eu concordava com a filosofia da empresa.


Que alívio para um ser que se debatia ainda com o cheiro de iniciante. Ficar calada significava para mim ser conivente, ou pior, covarde, negar tudo que aprendera! Hoje, consigo continuar respirando quando os embargos aparecem e tento ver como prossegue o seu caminho, a água represada. Se não se esvai com a força dos ventos, goteja pacientemente em busca de saídas.


Insensível


Não senti nada quando vi o resultado da votação que permitiu - democraticamente, insistiram em dizer - que o senador Renan Calheiros continue com o mandato e com a função de presidente do Senado. Epa! este espaço não é político, mas eu sou uma cidadã política. Por isso estou aqui contando sobre as minhas emoções.


Aprendi com o tempo que os meus sentimentos não devem sofrer ingerências externas, a não ser para melhorá-los. Portanto, nada é pessoal quando vindo de fora. Não estou preocupada por ter ficado muito mais estimulada ao assistir o Segredo 2 do que com os noticiosos televisivos.


Que novelaço até poderia dizer sobre os casos de Brasília, que renderão por muitos anos, enquanto a história do homem vingar no Planeta.Não me atrevo a tecer comentários porque analista política não sou, restrinjo-me a escrever sobre o pensar, ao contemplar o alvoroço contínuo nosso.

Na padaria


Estou insistindo no quesito violência. O internauta que me perdoe, mas é que a coisa anda tão grave, que não dá para fingir de morta. Estava na padaria. Enquanto esperava o pão que tranquilamente era posto em um saco de papel pelo atendente simpático, ouvia comentários a respeito de mais um homicídio no bairro onde moro.


É uma pena. Ele tinha duas filhas tão bonitinhas... Pois é, mas já havia matado um durante uma discussão num bar... uma das menininhas é linda, tem cabelos pretos e olhos azuis... Polícia é assim mesmo, profissão de risco... É, quem mata...


Não era bem o que gostaria de ouvir na manhã de hoje, fresca pelos ventos de setembro, que exageram e chegam a derrubar árvores e construções. Fortaleza é assim: tão quente e ao mesmo tempo tão fresca.


Quando me dirijo à padaria em busca do primeiro alimento da família, costumo agradecer ao Criador pelo dia bom que se inicia. Pela oportunidade de estar respirando e ter filhos, e de também ter dinheiro para alimentá-los. Nesses momentos de prece silenciosa, preferiria ouvir música celestial, mas estou na Terra, onde continuamos matando os seres vivos, inclusive da mesma espécie.


No trabalho, reclamam segurança combinada com o aumento de policiais. Cá, com os botões fico cismando quando entenderemos que os órgãos de segurança não acabarão com a violência, apenas atenuarão os seus efeitos.

Vilania



O melhor enredo para filmes, mini-séries e, lógico, novelas, tem sido a violência. Nas novelas, o mau caratismo emplaca do início ao fim. Os produtores não sabem trabalhar com o outro lado: a bondade, o altruísmo, a beneficência. E quando isso ocorre, ocupa pequenos espaços nas estórias e torna ainda os personagens tipo bonzinhos, sérios, honestos apagados e sem-graça.




Estamos tão psicoadaptados às cenas de violência na TV, que chegam a nos confundir. E, para completar, ainda há enquetes para encorajar os maus personagens. O vilão passa a ter torcidas. Não chega a ser um prêmio para a maldade, mas, há algo muito pior, que é a insistência no aspecto desumano de ser. Para quem o discernimento já se fez presente, separar o joio do trigo é visível, mesmo que com atalhos, mas para quem ainda está em formação - está recebendo as primeiras noções de sociedade, do bom convívio - é, no mínimo irresponsável enviar para diversos lares cenas dantescas.


Há o aviso recomendando a idade do telespectador, mas quem leva em conta a advertência? Fico cismando o pensar com relação à responsabilidade dos programas. Em muitas residências, a TV ainda é a babá eletrônica, que fornece informações demais, o suficiente para minar a resistência do bem - na maioria sem graça, sem atrativos - para a criança que está se despedindo da fase infantil e entrando na adolescência.

Alerta



O alerta do Papa para preservar o domingo como o dia de espiritualização, com o pensamento ungido ao Alto, não se sabe precisar o eco. Necessário é ouvir o representante maior da Igreja Católica, religião berço da grande maioria do povo ocidental.

Necessário se faz seguir os passos do mestre da humanidade, Jesus, pelo menos quatro dias num mês, 48 num ano! Pelo menos nesses períodos é preciso que se faça uma viagem com o fito no infinito azul, numa busca constante.

É fundamental ter o apoio de uma religião, doutrina, seita, que serve de transporte para o encontro com a fonte, a energia criadora. Porque se essa busca cessa, a solidão vai nos engolir.

Já me perguntaram se acredito em Deus. Digo que não. Eu sei que Ele existe porque reúno tudo que inspira a divindade. Estou de volta ao Planeta Terra, em mais uma etapa evolutiva, com o apoio do universo, da energia universal.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...