O ator

Eu tinha um sonho: crescer nos palcos do teatro. Ser inúmeras mulheres, ter final feliz, lutar contra as indiferenças, e sobretudo, ser amada, não importando o número de amantes. Confirmar num beijo a promessa de espera para alguém que partiria; traduzir volúpia, paixão incontida com a sofreguidão do efêmero.

Ficava sempre que podia diante de um espelho e fazia caras e bocas. Desenvolvia os enrêdos que cresciam numa velocidade ímpar na mente infantil. Fui heroína sem lutas, sem ideais. Na adolescência, as primeiras descobertas feitas sem barulho, prometiam a mulher lutadora que personificava.

Também cantava, criava versos de um amor desconhecido e casava com o enlevo solitário de uma platéia inexistente. Fui artista, subi aos palcos incentivada pelos aplausos, mas sempre corria para trás das cortinas ao menor ensaio de uma vaia. E lá permaneci.

Bem diferente dos meus sonhos,Paulo Autran permanecerá nos palcos, numa outra visão, onde sua sensibilidade permitir. É apenas um tchau.

Imagem uol.com.br

A gente sempre renasce


Aprende a sorrir


E vai espreitando sempre com muita vibração.

Vai lá, cai na onda do dia criança sem questionar os porquês. Apenas abraça uma delas, sorri como elas, brinca como elas, seja uma delas.

Notícias, notas, informes....

Certas notícias me deixam piscando os olhos para ver mais longe o que está para vir. Sempre quando é aberto um canal de comunicação, é uma alegria: empregos à vista! Há quem reclame que o mercado de trabalho do setor está encolhendo cada vez mais. Daí vem o meu entusiasmo.

Empolgo-me também sempre quando o país cria recursos para informar à população. Isso, porque informação bem cuidada, com respeito à dignidade, é educação. Por isso, estou aqui destacando a notícia da criação da TV Brasil, criada por força de uma Medida Provisória.

Está vendo com o meu pensar? Sente a diferença de um número maior da mídia no país? Não é só a questão do emprego, mas sobretudo, da divulgação da cultura nossa, que se bem observada, vai transformando aos poucos o pensar de um bom número de pessoas.

Eu sei que não estou isolada no sentimento de compartilhar informação, não àquela que escracha a miséria e insulta às instituições sociais, mas o veículo insistente que coloca o homem na sua verdadeira condição.

Surto de otimismo? Lógico que não: eu sempre espero o melhor.

Baixando arquivos


Hoje, resolvi baixar alguns arquivos da mente e voltei para os anos 90 quando ainda sentia prazer em curtir a ironia, que à época não causou grandes danos, acho.
Entre os meus amigos e colegas de trabalho, discutíamos o tratamento grosseiro de algumas pessoas, as quais insistiam manter no convívio diário. E, já com papel na mão e caneta dispomos os possíveis presentes que seriam distribuídos nas festas de confraternização(?)


A ferradura foi o objeto preferido pela maioria para um certo colega. Claro que não chegamos a comprar o indicativo, limitamo-nos a apenas desejar. Também, como conseguiríamos algo assim? Tempo depois eu soube que poderia ser adquirido numa dessas lojas de artigos esotéricos.


Eis a razão: a ferradura é um amuleto de sorte para alguns ainda, hoje. Nos idos princípios da civilização humana, na Grécia foi considerado um amuleto poderoso. Não sei qual seria a reação do nosso listado para receber a tal comenda. Caso fosse místico guardaria com atenção e, caso não fosse, além de nos sugerir lugares terríveis para visitarmos, faria jus à escolha.


São momentos que lembro com muito humor e sem saudades porque foram vividos com muita realidade.

A arte não envelhece, o artista amadurece




A arte é o caminho para a divindade é o que palpita o âmago do meu sentir. Por isso vivo batendo na exploração do visual. Digo exploração e não exposição somente. Acompanho nem sempre de perto o progresso dos muitos cantores e compositores do país. Quando a mulher da arte passa dos 40, lá vem a exigência de estar linda, maravilhosa, malhada.




Acabo de ler, no O Povo, matéria tratando sobre a robustez da vivência artística da cantora Elza Soares, que se já merecia aplausos múltiplos, agora mais ainda, considerando que o samba é patrimônio nacional. E, no mesmo jornal, vejo referências a Ivete Sangalo , que vão além da potência da artista.




Costumo ficar incomodada com a exploração do corpo e a exigência ditadora da aparência jovem, principalmente das mulheres. Estamos passando do tempo de cair na real com relação a idade, à mudança na pele e nos músculos, com o avanço da cronologia terrena.




Aqui, no Brasil, a pessoa idosa é tida como algo que ninguém deseja ser, daí a aversão à flacidez dos braços, do queixo, do pescoço. Ou então, a pessoa é considerada como um coitadinho, digno de pena. E o respeito por tudo que já se somou?




Daqui a pouco estarei na era sexagenária. A princípio, o susto! Não me sinto assim, costumo dizer. E as calças jeans apertadas vou continuar usando? E se alguém me chamar de velha invertida? Olha aí a preocupação com a aparência.


Em série


Ora, vejam: finalmente teremos programa policial na TV? O filme, que não assisti, Tropa de Elite poderá virar série de TV. Há tanta corrupção assim mesmo? E o outro lado, o que trabalha para valer, leva a sério a que se propõe? Posso estar sendo precipitada por não ter visto o filme, mas desde já espero sinceramente que a possível série nos permita conhecer a polícia legítima na sua essência, que a TV não mostra.


Isso, porque os programetes que estão no ar nas telinhas brasileiras utilizando o nome polícia, até onde percebo, bate forte na corporação, o que não ajuda. Mostrar na TV o que os que se detêm ainda no mal, na criminalidade, em detalhes, ajuda a quem?


Considero justíssima a exposição pública dos corruptos, mas é bom ter cuidado com a generalização, sob pena de descrédito de uma instituição absolutamente necessária para o crescimento social.


Sobre a vida como ela é


As biografias sobre pessoas famosas (eu não ouvi falar sobre os dados dos anônimos) tem uma certa atração. Se a pessoa está no pico, com certeza será um produto vendável e se o personagem em questão tiver se envolvido em algum escândalo, aí a mídia ocupada para esse fim, tirou a sorte grande.


Eu sempre vi com certa apreensão esse tipo de publicidade. Não estou aqui fazendo apologias contra, de forma nenhuma, porque as biografias são necessárias para nos entendermos no curso da vida. Mas, fico me perguntando se há algo além do interesse da venda.


A biografia do bispo Edir Macedo, com certeza vai ser recorde de vendas, principalmente porque o bispo exerce uma grande influência junto aos seguidores da Igreja Universal, que comprarão - arrisco aqui a previsão - por absoluto respeito, seguido de curiosidade sobre o que estão falando do líder. Outros também comprarão porque Edir Macedo conquistou uma fatia do mercado da comunicação, que está atraindo grande número de telespectadores.


A capa da obra é significativa: o bispo atrás das grades. Para alguns setores da sociedade, a prisão do bispo foi uma conseqüência de suas ações; para outros segmentos, uma tremenda injustiça. Ou seja, uma grande idéia esta de publicar a história de um dos homens mais conhecidos no mundo e não por ser apenas um líder religioso, mas sobretudo, um empresário com visão e televisão.

Do tempo do papel carbono


A Internet quando não existia a gente passava sem ela, mas agora, duvido que alguém consiga escrever algo sem que não procure com sofreguidão os sites de busca. Estava pesquisando sobre o "nascimento" do papel carbono, e como sempre, pego atalhos - porque caminhos retos não fazem a minha praia - e encontrei este sítio para lá de atual.

Confesso que ainda não entrei totalmente na onda desenvolmentista da reciclagem. Mas, estou tentando só que na hora de me desfazer do material separadinho como manda a receita, cadê o pessoal que recebe? Sempre quando junto muito plástico e papel para levar aos postos de coleta, que são distantes da minha casa, vou pelo lado mais prático: pego o número do telefone de alguma instituição e mando ver.

Gosto mesmo é de comprar produtos recriados com tanta arte. Tenho sempre em casa caixinhas para guardar bijouterias, bugingangas e vasinhos recriados, dentre outros. Mas, eu ia falar sobre papel carbono, que não é material reciclável, mas que usei por um bom tempo nas máquinas de escrever da redação da rádio O Povo.

Estava comentando com amigos, durante uma exposição sobre os avanços da tecnologia nas últimas três décadas, que estou tendo experiências maravilhosas na atual vida terrena. Da máquina pesada que aprendi a escrever - com os teclados cobertos por um arranjo de madeira para não olhar o caminho das letras - e agora, neste momento, em casa trabalhando, sem precisar me locomover até o local destino dos meus escritos.

Você que acha que o papel carbono é coisa do passado e já saiu da sua vida, confira matéria datada de 2005, da revista Isto é.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...