Médicos nunca cruzam os braços


Estava lendo sobre a greve dos médicos do IJF, o maior hospital do Estado. Superlotado como sempre, os profissionais de saúde são forçados a trabalhar duro num lugar que promete, mas que não consegue atender à demanda. Há um desencontro de informações e de buscas. O hospital é para atender traumas, mas qualquer corte no pé ou na perna é levado para lá. E tudo é um grande sufoco.

Quando o meu filho foi atropelado aos sete anos de idade, o hospital estava em reforma era bem menor do que hoje e o sofrimento já era muito grande, mesmo assim, o atendimento pelo lado humano foi muito bom, apesar das dificuldades com a falta de material cirúrgico. Lembro que até escrevi um artigo pedindo ao prefeito da época, Juraci Magalhães, que olhasse com mais atenção para aquele lugar de dor.

As nossas dificuldades no Planeta Terra não são pequenas, por isso defendo e cultuo o amor, a dedicação aos serviços prestados, muitas vezes limitados por questões materiais. Vejo o médico, a enfermeira, o atendente das portarias de unidades hospitalares como heróis da resistência. Pessoas que lidam com a dor o tempo todo, que sequer, têm tempo para suas dores.

A questão não é apenas ter o direito de fazer greve, não é apenas a legalização ou não do ato paredista, mas um apelo inflamado pela melhoria, pela qualidade de vida!

Correnteza


Dinheiro é moeda corrente. Este é o meu pensamento e este o tratamento que dou ao salário que recebo mensalmente. Porque também sei que por mais que insistiam em dizer, não tenho preço, assim como qualquer pessoa. Não acredito em oportunismo - vendaval, do tipo é agora ou nunca. Estou sempre reticente com relação ao advir.

Por isso estou sempre com o pé atrás quando o assunto é notoriedade. Os cargos, as funções passam e eu sei que vou continuar. Fico espantada com o enorme sucesso das pessoas envolvidas em escândalos e como o motivo passa a ter leitura diferente, mas igualando todo mundo. Falo do sucesso da jornalista, colega de profissão, Mônica Veloso. Vivia no anonimato até vir ao conhecimento público o seu caso com o senador Renan Calheiros.

A partir daí, não mais se pertenceu. Tira a roupa, enche a bolsa de dinheiro, e agora faz piada no Zorra Total. E por que não? Tudo virou uma zorra mesmo. No íntimo, o meu lado mãe reclama maior atenção ao lar doméstico. Não quero ser pretenciosa, a ilustre moça continua sendo uma desconhecida para mim. O diabo é a mídia que não larga dela e ela parece-me ir na onda, sem muita preocupação.

Está dado o recado da vez: mulher para ser notória, tira a roupa, incita os desejos mais íntimos - não tão íntimos; se não é bonita, se faz, aposta tudo e que se dane o mundo!

Ispaiando brasa


Nunca gostei de carnaval. Claro, já bati as pernas em salões, escorreguei por conta do assoalho espelhado e do salto alto. Sim, porque não costumo sair do salto e não largo o batom. Mas, agora volto ao passado com a nota sobre o Spaia Brasa, que me chamava atenção por conta do sugestivo nome.




Quando menina, saía segura pela mão da minha tia Almerinda, para o corso. Aquela multidão mascarada, bebâdos vestidos de mulher, frevos descadenciados, e muita goma no rosto, substituída hoje por fécula de milho. Não entendia como até hoje, o desperdício do alimento.




Em cima do muro literalmente, ficava ali sob a proteção de árvores que protegiam os transeuntes da Avenida Duque de Caxias. Aquele barulho cadenciado, corridas de pessoas com tubos de latas contendo algo que a polícia proíbia, chamavam-me atenção. Tia, o que está havendo? é gente que não tem o que fazer e dá trabalho à polícia, respondia a minha carinhosa tia.




Não podia sair às ruas, ficar na janela observando o movimento das ruas porque tinha sempre alguém que ameaçava a minha segurança. Dias ruins aqueles, por isso amava as quartas-feiras de cinzas.

Você tem sede de que?




Quando trabalhamos com a comunicação, nada é mais estimulante do que o feed-back, aquele retorno dos que nos ouvem, nos assistem, nos dão audiência. Desta vez batemos o recorde com a participação de 19 pensadores respondendo à enquete que dá título a este post. Valeu turma!




Desse total, três responderam que tem sede de água; dois de leite saudável; três, de dinheiro; três de fama; 12 têm sede de conhecimentos e o mesmo número, de novas oportunidades. A enquete em questão permitiu que o participante pudesse optar por mais de uma resposta.



Depois desse estímulo, me resta temperar mais ainda o blog, mexendo com o pensador leitor. Afinal, comunicação é uma necessidade vital. Agradeço a participação de todos os 19, que se prestaram a responder.



Para aumentar a interação, estou aceitando sugestões para novas enquetes. Acho que já deu para perceber qual é a minha sede de vida. O que mais me consome, que me deixa louca de sede é a vontade de criar, ou melhor, procriar letras, fazer com que o outro, em busca também de um discurso próprio, se sinta estimulado a fazer o mesmo.



As letras são o nosso material de consumo. A inspiração é a o empurrão que recebemos e a reunião das palavras dão sentido ao recado, que só ganha vida quando olhos ávidos debruçam-se e abrem a janela, deixando entrar na nossa casa, em alguns momentos intacta pela ignorância, a luz do conhecer, do saber do outro.
A imagem das flores veio de uma pessoa que aprendeu a gostar de mim e distribuo com você porque só gosto de passar adiante o que me deixa feliz.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...