Um ano de boa vontade



Estou de folga do computador!!! Por isso, me dou um tempinho. É que os meus dedos brigam com as teclas do laptop. Eu, como sempre espaçosa, brigamos muito hehehe.

Voltei para desejar um Ano de muita Luz!!!

Natal



Natal lembra coisa fofinha, presentes, cheiro de comida boa, caprichada resultado de um dia inteiro na cozinha. Sem querer cansaço pelo prazer de saber que estará em boa companhia logo mais.




Natal lembra o bem que o mau encobre. Os dias que seguem desesperançados para muitos de nós. Pelo menos num dia apenas querer saber da desolação.


Para mudar, aquecer o frio do egoísmo, fazer sorrir, basta usá-las.

Intolerante


No balanço de ano, reconheço a minha tolerância zero com relação à insistência. Quando alguém me indaga sobre algo, se começar a frase dizendo o que devo fazer, já perdeu feio. No início até que sou "tranqüila" e tento ser diplomática. Na segunda insistência vindo da mesma pessoa, mudo o tom que passa a ser mais enfático e repito tudo o que foi dito anteriormente.


Na terceira... bom, cearense que se preza não fala a mesma coisa três vezes, ora, mas! Com uma vontade danada de mandar a pessoa se catar, fecho a cara - que se transforma numa carranca - e volto o olhar para qualquer objeto que me desperte o interesse.
E se a criatura não perceber... aí começo perguntando pelo nome - como é mesmo o seu nome?

Pronto, neste espaço realmente digo o que sinto.

O ano só tem 12 meses e já é velho!



Fim de ano nos leva a fazer balanços. Olho para trás, ando os quase 365 dias de ré e retorno tão rápido quanto o tempo de uma manchete de rádio. Percebo que não só entrevistei fui também entrevistada, falando sobre um veículo de comunicação, respondendo questionamentos e muitas vezes fui para o paredão.


Nesse BB você acaba formando turmas e turminhas reunindo pessoas que entendem o seu vocabulário e muitas outras que você costuma entediar. Logo depois das primeiras entrevistas para TV, pensei : vixe como andar de ônibus agora? É democratização da comunicação. Você não precisa ter uma BMW para sair na telinha.


Falei sério sorrindo porque a zombaria ficou pouco tempo por aqui. E cá com os meus botões, esse 2008 só me deu alegria. Claro que pintaram aqueles pingos escuros, que afugento. Eu lá tenho vocação para sofrer!

Espinhos na vida flor

Eu não sabia que no Iraque jogar sapato é uma forma de protestar com o maior sentimento de rejeição. Aqui, entre nós jogar praga não é crime, porque se fosse ... Eu confesso que já joguei uma praga bem grande, não sabia que tinha retorno. Hoje, administro a dor enquanto a lembrança da causa e efeito tomam conta do pensar.

Bezerra de Menezes defendia que o melhor é rezar para os que cometem crimes visualizando o futuro do autor de atrocidades na redenção futura. Como é lógico esse espírito bom. A vítima precisa de ajuda, mas quem apedreja também, para que um dia utilize a força do braço para sustentar quem esteja caindo.

Eu não jogaria um sapato num presidente e também não esfregaria uma pizza na face de um ministro. Vejo os representantes de instituições com o respeito devido. Não lanço críticas a quem faz, mas não faria por temer uma das piores seqüelas que o ato traria: a desvalorização e, por conseqüência, o desrespeito o que eles representam.

O político é ruim, dê o troco: não vote nele.

Ainda faltam sete anos



Eu vivo com calendário na cabeça. É uma obrigação para quem vive acompanhando os fatos e jornalista não pode fazer de conta que não vê, não ouve, não sente... Ou seja, tem que usar os seis sentidos sempre. Mas, a cidadã, pode ignorar certas datas, como por exemplo, coisas que o cérebro bem elaborado pelo Divino, coloca num compartimento fechado.


Certa vez, durante um congresso, uma médica falava sobre os estalos do cérebro para nos levar de volta a algum fato do passado importante. Ela dizia, que não sabia precisar bem, mas que a massa pensante, sempre nos trazia a melhor lembrança.


Uma das datas que mais gosto é o dia do meu aniversário, quatro de março. Considero o dia do aniversário - e olha que na infância não fui estimulada para isso - uma data iluminada. Somo mais 365 de experiências e nem sempre bem vivenciados.


Hoje o senador Tasso Jereissati está fazendo 60 anos - muita luz, senador - e fiquei pensando como será a minha era sexagenária. Com certeza, se ainda estiver encarnada (não falta muito tempo, mas sei lá, e se de repente já estou noutra?) vou comemorar e no bom estilo: com amigos, com a família e com iguarias gostosas dentro da minha expectativa financeira.


Não irei para grandes buffets, não receberei grandes presentes, não causarei euforias entre os convidados, mas, com certeza serei sexi(sagenária) como diz o meu amigo Júlio Sonsol, o cara que traz o sol na letra, portanto, com muita luz e calor. Será que você sabe disso, Júlio?

Confraternização


Estamos vivendo a época das confraternizações. Confraternizar-se tem a ver com abraços, risos, troca de presentes. É o prazer de estar junto ganhando corpo. Mas, nem sempre é assim. Também lembra exaustão, são tantos convites... Para algumas pessoas a idéia é cansativa, deprime, decepciona.


Por que isso ocorre? É a correria dos dias, o mês de dezembro é como se fosse sábado todos os dias. E não é ótimo viver em festa? Nem sempre. Há pessoas que ficam exaustas só em abraçar e apertar a mão de tantos outros. Existe um certo ranço no ar. Mas, numa época de fraternidade?


Ser fraternal nem sempre é oportuno. Isso soa como um absurdo, mas é o que dá para sentir conversando com algumas pessoas. Se existe dificuldade no relacionamento do trabalho esse seria o momento para dar uma relaxada e vê o colega de trabalho de outra forma. Mas o difícil quando não se gosta muito de alguém é relaxar a guarda. A data é o convite que se repete a espera da nossa vontade.

Ser fraterno não é apenas desejar Feliz Natal. É abraçar a idéia, e por que não, o outro também. Bom, se não consegue estender o braço, pelo menos, pensar na possibilidade de um dia, quem sabe...

Amizade é um direito humano


A amizade é um dos raros prazeres neste mundo terreno. A vontade de fazer amigos é tão grande que para nós não bastam os que estão conosco no dia-a-dia, presentes nos momentos de angústia, nos de alegria, nos oferecendo conforto e enxugando lágrimas - temos ainda os virtuais, que a Internet nos proporciona.


Os amigos virtuais nos brindam com o seu tempo e suas palavras expressas. É o caso do professor da Bahia, o autor do Burro Falante, Eduardo Andrade; e do poeta Ivaldo Gomes, que costuma me enviar Poema com manteiga, um movimento criado por ele para distribuir poesias, as quais utilizo no encerramento do programa Gonzagando, uma homenagem semanal que a rádio FM Assembléia faz à memória do Rei do Baião, Luiz Gonzaga.


Emocionei-me com Os lençóis Molhados de Fátima texto escrito por Eduardo Andrade. Apreciei a análise que ele fez e acerta quando diz que escrevo sobre as minhas nóias sem dificuldades. É mesmo! E Ivaldo Gomes lembra-me Marighela, no dia em que se comemora a luta pelos direitos humanos. E cada vez mais penso no quanto equivocados somos: quanto mais buscamos amizades, ainda alimentamos a cultura de violar os direitos nossos, portanto, humanos.

O primeiro mouse faz 40 anos





A tecnologia é fantástica. Um dia desses, como diz o meu pai, estava teclando com força no mindinho a letra A da máquina Olivetti, companheira de todas as horas, parceira de muitos textos que me renderam salários mensais. Quando o computador apareceu na minha vida, não tinha mouse. Depois de levar uma pequena surra do insert - fiquei louca vendo as letras num processo de autofagia sem fim - até descobrir que bastava teclar a danada e resolver a questão.



Fiquei craque no Ctrl B para salvar tudo. Até hoje faço assim. Respiro o final da frase e já vou salvando que não confio nesse bixim. Mas, como dizia, a tecnologia é fantástica, o papel carbono me dava cópias que não achava borrada e nem ficaria com inveja da impressora laser de hoje. A gente precisa aprender amar as coisas que nos dão vida.



Acabo de ver o primeiro mouse e informações dando conta de que o nosso ratinho vai nos deixar em breve! Seria um adeus à LER? Iremos nos adaptar com certeza, considerando que somos seres miméticos. Num passado de iluminismo os grandes filosofos escreveram com pena sobre os pensares que nos auxiliam até hoje. Da pena ao mouse, o homem pega emprestado os animais para dar nome à tecnologia de ponta.



Seria um indicativo no futuro de coisificação generalizada?

Pichando a arte da vida



Arte em São Paulo, autor desconhecido


Conjugar o verbo pichar pode ter conseqüências danosas com a lei. Não vou aqui pretender analisar os jovens que praticam o ato tido como vandalismo. A pichação agride o visual, destrói a arquitetura, suja as ruas, dá prejuízo aos cofres públicos e às pessoas físicas. Eu não quero o meu muro pichado. Mas, o que me chama atenção é quem está por trás. Quem segura a lata de spray.



Eu entendo - me perdoe quem não concordar - que pichar é chamar atenção, de fato, como diz a garota que está presa há mais de um mês por ter pichado as paredes do prédio da Bienal, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Ela fala sobre vazio. A gente sabe que há um enorme vazio que encastela e divide classes.



O vazio de Caroline, garota que libera a criatividade porque não quer privar-se dela, é um flagrante, que nem a Internet, com toda a sua comunicação democrática, consegue encolher. Quando garota, não se pichava, mas andava-se de moto, as lambretas temidas pelas famílias conservadoras. O cigarro pendurado no canto da boca caía bem no rosto do menino que deixava o pega moça na testa, bem ostentado.



Eu sempre vi a juventude como promessa de uma frondosa árvore: galhos em desalinhos, crescendo em busca de luz; frutos sem nenhuma timidez, jorrando num eterno desafio às forças da Natureza; tronco familiar necessário, vital; e as raízes, ah, as raízes... profundas, que apesar de alimentarem a vida, também alimentam os pesadelos.




Modelos e modas


Estava ouvindo, de novo, as músicas de Luiz Gonzaga. Que diferença a mulher pro homem tem? Gal Costa perguntava-lhe e a resposta destacava os cabelos no peito masculino. Aspirantes ao crescimento moral e científico, os dois representantes dos gêneros que na humanidade se confundem, fundem a cuca de qualquer um.

Cismo o pensar e lembro frases quase chulas para definirem homem e mulher e suas relações nem sempre pacíficas. Homem só serve para duas coisas: fazer raiva e falta. Mulher é como papel só serve com peso em cima. Acabo de recordar que na adolescência esses comentários ao mesmo tempo em que me arrancavam risos, deixava ao final, um certo azedume.

Naquela época em que todos sonham com alguém para fazer par, espera a alma gêmea que lhe sorria e preencha espaços vazios... era uma luta sem fim. Mamãe cobrava-me comportamento disciplinar, condizente com uma mocinha de família. Papai, por sua vez, aconselhava uma profissão segura para garantir sustento: O melhor marido de uma mulher é o emprego.

Cada um com sua vivência e roteiro de vida para a debutante. E por que eles não seriam o meu exemplo? É como aconselhar a minha filha Érica que largue o jornalismo. Como agir assim se as letras são o meu maior atrativo e os fatos que me ajudam a ser ator social?

Ingenuidade?


Estava conversando com o meu self a respeito da ingenuidade. Aquele tempo em que você acredita que bico de cegonha é para carregar pano branco com um bebê a bordo. Ou que papai Noel é um santo alegre e bonachão que entra no seu quarto deixa presentes, mas só se os lençóis não estiverem molhados.

Pensando o quanto se engana criança, o quanto se mente, é para ficar de orelha em pé com uma vontade danada de dizer que danação de criança é apenas uma resposta ao medo que se faz. Fui uma menina extremamente medrosa. O escuro, as folhas das árvores balançando ao vento, uma batida não identificada faziam o meu sangue pulsar com mais rapidez e os nervos tensos não me permitiam dormir.

Ser ingênuo, portanto, seria o trouxa? Não me aceito assim. Fui criança censurada, num tempo em que menino não ficava na sala para ouvir conversa de adultos; que não podia pedir mais um pedaço de bolo por ser falta de educação; e, muito menos, responder aos pais. Tinha que engolir até o choro. Que tipo de adulto é o resultado dessa pressão?

Pelo verde




Nem sempre quando alimentamos uma plantinha com água e alguns adubos indicados por botânicos estamos protegendo a natureza. Estava limpando a varanda e tentando salvar a pequena palmeira de uma gulosa lagarta. Nem titubiei quando dei início à caça com vontade.




Ao sacudir com vontade as palmas, a única lagarta cai e percebo com receio que já estava iniciando ali o processo de casulo. Ainda transparente a cobertura natural, a gulosinha parecia adormecida. Peguei com certo cuidado e depositei-a ao tronco da planta. Verifiquei se não ficaria molhada com a próxima rega.




Que lição aquela! Cismo o pensar de que nem sempre estou protegendo a Natureza, mas sim excluindo alguns elementos para cuidar do objeto do interesse. Imitando a minha filha que faz curso de Ikebana, acostumei-me a ter flores em casa, num arranjo bem do meu jeito. Sempre digo para as plantinhas enquanto a tesoura faz o seu serviço de poda: Você vai ficar linda, lá no meu jarro radiando energia.




Peço perdão a muitas agressões que provoquei e que ainda provoco. No entanto, uma das manias - espero que sirva para alguma coisa- sempre adoto plantinhas jogadas nas calçadas. Fico satisfeita quando crescem o dominam o espaço.

Luzes

Praça do Ferreira, Centro de Fortaleza

Dezembro está chegando e a psicoesfera do Planeta torce para que a gente respire melhor e inspire melhores dias, mais luz, brilho na boa vontade. Isso tudo como desejo para o próximo, para o outro, àquele que a gente quer bem ... bem longe, sabe?


Gosto muito de dezembro porque a cidade se ilumina. As luzes artificiais estão longe de ser a luz providencial de que tanto necessitamos, mas pelo menos, ilumina os olhos, cutucando a somba do egoísmo que a gente insiste em continuar cultivando.


É dezembro, o último BRO de 2008, que respira aliviado porque já está tirando férias. Logo mais, passa a bola para o nove, que vem tinindo de boa vontade. Tomara que venha molhado, lavando as árvores da Cidade, regando riachos e avolumando rios, bem por aqui, no tórrido Ceará.


Ser legal


Estava lendo sobre uma ação da Autarquia Municipal do Trânsito que, seguindo determinação legal, derrubou o antigo reduto de muitos estudantes da Unifor, o Bar o Bigode. Mais um na fila do desemprego, sem recursos para sustentar a família. Foi o lamento do proprietário. Para muitos, a lei dói.


Os frequentadores reclamaram, brigaram pela manutenção do bar. Em vão. Lei é para ser aplicada. Doa a quem doer, não é verdade?


Cismo o pensar a respeito da legislação. Como deveria ser criada, atendendo as reivindicações coletivas, ou para alguns grupos, uma minoria? Há quem diga, que muitas das leis em vigor começaram assim. As leis são feitas diariamente e quase sempre desobedecidas. Isso, porque cada um de nós tem uma maneira particular para entendê-las.


Quando não me dizem respeito - ou melhor, quando não me constrangem de alguma forma - estão bem, mas quando a coisa aperta para o lado de cá... sei não. Imagine se cada um de nós regidos por forças legais dessem o pitaco, uma emendinha para atender a assunto particular?

Só o filé?



Com a TV nem sempre me entendo, mas com o controle sim. Não olho para a telinha sem ter em mão o aparelhinho mágico que me poupa muitas vezes de conferir alguns vexames. Mas, há sempre a curiosidade de acompanhar alguns folhetins televisivos. Há produtores que apostam na polêmica, tudo o que dá pra falar, alimentar comentários nem sempre felizes para as pessoas que são alvos, estão na pauta deles.


Assim, conferi sem querer, parte de um debate(?) com uma moçoila morena, pernas trabalhadas em academias, que se autodenomina Mulher Filé. Foi essa denominação que me prendeu a atenção. De pronto, já fui armada com as minhas reticências e um perfil traçado da mulher moderna, que não mais se expõe - digo o corpo - para ser reconhecida.


A moça tentava se defender das acusações de vulgaridade. Ela foi textualmente apresentada assim. O vocabulário não ajudava e ela me pareceu uma vítima, ali acoada, querendo livrar-se da pecha de que é um mau modelo a ser copiado. Uma participante do tipo bem comportada, que não precisaram o nome, alertava-a para o perigo que representa para crianças e adolescentes.


A Mulher Filé participa e defende o gênero Funk: Existem vários níveis de funk - defendeu-se, quando uma outra participante do programa, destacava que o gênero representa um segmento da população que merece respeito.


Como precisava dormir porque acordo cedo, desliguei o aparelho e não sei qual foi o resultado do embate(?) polêmico. Mas, voltando às armas , o pior de tudo não foi a moça em questão, mas o programa que leva alguém para o ar, expõe a pessoa ao rídiculo, numa tentativa irresponsável de manter audiência.


Não vou dizer o nome do programa para não fazer propaganda. Você pode ficar curioso e querer dar audiência.

Cecília


Cecília pisou no palco pela primeira vez e enfrentou com toda naturalidade - mesmo sem ter idéia do que ocorria - a platéia. Lançou um olhar rápido para a escuridão que se estendia à sua frente, tentando identificar de onde vinha o barulho dos aplausos.


Nem tirava os olhos dela até que a acompanhei com o olhar a sua atenção para o coleguinha de turma que chorava muito. Ela estancou e parou de sacudir os pequenos braços, numa dança alusiva à música Plunc Plact Zum. Nem ouvia mais o convite de Raul Seixas para o imaginário infantil.


Numa segunda apresentação, não consegui identificar a sua voz, mas percebi que cantava porque sua boca rósea fazia bico ao pronunciar tuuuuudo. Não precisou esmerar na apresentação ensaiada exaustivamente pelas "tias". A sua beleza de um ano e meio foi o grande espetáculo.


Ah, Cecília entrou no Teatro Marista nos meus braços. Isso pode dar o que falar mais tarde, quem sabe...

Sabor da infância


Acabo de colher um caju suculento, do galho que invadiu o meu quintal. A natureza - rompendo os limites impostos pelo homem - seguiu o seu rumo traçado pela força criadora e nos presenteou com o fruto. Como o dono do cajueiro não reclama, satisfaço a vontade, transformo o pedunculo floral num suco refrescante, que o paladar agradece e grava o sabor num incentivo olhar para os galhos que balançam passivos à velocidade do vento.


Cismo o pensar que percorre agora a memória do tempo. Vejo-me trepada num galho de uma frondosa árvore, pés balançando num trapézio que não me arriscaria hoje. O desejo de saciar a compensação da infância, nos remete a desafios, que presunçosamente nos mantem alerta para as descobertas do mundo. Eu sempre tive um interesse fundamental pelas plantas. Nem sei o nome, apenas prendo-me à emoção que me toca.


Nada mais é tão infantil e tão feliz do que saborear um fruto recém colhido. Esse beijo na natureza me faz mais amável.

Buscas



Se quer satisfação, procure-a. Vá fundo, pesquise os seus arquivos. Faça dowloads quantos forem necessários. Com certeza, nem adianta para o lado, buscando ajuda. Levante a sobrancelha, espiche o olhar para fustigar o pensar mais escondido. Lá bem dentro, o cérebro vai jorrar idéias que vão iluminar.


Depois desse rebuscar, veja se a razão de estar insatisfeito não está preso a si mesmo. Eu sempre dou de cara com esse resultado. É uma cena que se repete, repete...


Livros, enfim...


Enquanto alardeiam aos ventos webianos o fim do livro impresso - de outro tipo ainda se chamaria assim? - recebo convites, diariamente, para lançamento de livros de autores cearenses. Neste universo, qualquer um pode adentrar, ser ator e até personagem.


Estou cada vez mais em sintonia com a literatura cearense e tenho aumentado o meu acervo e curtido sessões de oratórias durante lançamentos de obras maravilhosas, curiosas e poéticas. Por isso, tenho ignorado convites que recebo para assinar revistas equivocadas.


A rádio FM Assembléia resolveu mergulhar neste universo e todos os sábados coloca no ar o Autores e Idéias, programa de entrevista com autores cearenses e de outros Estados. O Autores e Idéias é um espaço que permite ao escritor falar sobre suas obras de forma rica e estimulante.

Sem sinal de fumaça


Os povos indígenas estão reclamando mais porque agora estão mais próximos da informação e dos meios de comunicação. Juruna causou impressão por conduzir um gravador enquanto falava com políticos. Ele registrava as promessas e depois cobrava apresentando o forte argumento. De lá para cá poucos avanços são contabilizados para os indígenas que não desistem.


Enquanto nos preparamos para ouvir mais uma audiência pública para reclamar a demarcação de terras, uma colega de trabalho descreve a surpresa de uma determinada pessoa durante conversa com um índio. O motivo da surpresa era o endereço eletrônico que o digno representante da raça indicava para contato.


Pois é, cismo o pensar para definições antigas que param no tempo. Ainda muitos de nós quando pensa em índio, lembra os antigos sinais de fumaça que usavam para comunicaram-se entre si. Os índios sempre foram muito avançados com relação à comunicação. Qual branco pensaria algo assim, tão inusitado, tão prático, e naquela época ainda sem se falar em poluição, por serem raros, eficazes?


A fumaça hoje é o sinal de resposta das inúmeras reivindicações dos indígenas.

Fama


A fama está longe de expressar o que realmente o ator da vitrine representa. O famoso atrai atenções variadas com têmperos diversos. É eleito líder, copiado, desejado, consumido e, quando tudo é satisfeito, muitas vezes, esquecido.


O caminho para chegar ao topo é longo e árduo, mas a fama é efêmera, só dura quando póstuma.
Os fãs e adversários mal contêm a avidez para devassar a intimidade, atribuindo-lhe um perfil composto por anseios e frustrações, esquecendo a missão de cada um.


Todos somos merecedores e desenvolvedores de ações multiplas. Abraçamos causas ou abominamos, e na característica mimética, ser o outro, terceirizando, inclusive emoções.


A fama nem sempre é uma escolha, é conseqüência.

Historiando


Destaco aqui um dos bons momentos que o rádio me oferece. Um flagrante com pessoas competentes, que acreditam no meu trabalho. Na ocasião, Narcélio Limaverde lançava o seu livro de crônicas Fortaleza antiga, uma peça importante para manter viva a memória da Cidade.

Fazer rádio é viver intensamente o prazer de informar. Nem importa se a vocação e a dedicação rendem recursos materiais. Prestar serviço é a ordem que deve ser cumprida, com vontade e muita lealdade.

Pensar afoito e ações moderadas

O mais difícil de envelhecer é manter jovem o corpo físico. Enquanto o corpo segue a linha do tempo, o raciocínio está mais afoito, porque nesse período costumamos ficar mais centrados nas idéias. Ou seja, as ações multiplicadas são reforçadas pela experiência.

É por isso, que comemoro moderadamente, a vitória do presidente eleito dos Estados Unidos. Particularmente, tirando tudo o que nos conta a história desumana, nada é de extraordinário, um homem inteligente e corajoso como Obama, estar agora se preparando para comandar uma das maiores nações deste Planeta.

Dia do radialista




Estamos em festa, ainda, porque fazer rádio é estar pronto para qualquer eventualidade. É também saber reconhecer os valores humanos e, notadamente, o comportamento das pessoas.


Nós, que hoje festejamos o dia do radialista, lei sancionada em 2006, pelo presidente Lula, nem sempre nos damos conta da data. É porque mudou e por estarmos tão envolvidos em fatos outros.


Costumo pensar que ninguém é mais radialista do que o ouvinte. Estão sempre atentos e quando nos cobram, é para melhorar a programação. E também para lembrar que uma das principais razões de ser da mídia eletrônica é ouvir o outro.





O rádio é íntimo porque está mais próximo do pensar humano. Fala com quem ouve e tenta responder o que sente. É por isso, que está sempre ao pé do ouvido.

Parabéns!


Hoje a rádio FM Assembléia 96,7 completa um ano de atividades. Uma rádio que tudo leva muito a sério. Que faz parceria com o ouvinte que está aprendendo a ficar mais próximo da política. Porque todos nós somos, por excelência, políticos.


Políticos no sentido de compartilhar ações e atividades. Depois da TV Assembléia e do rádio, os eleitores passam a conhecer de mais perto o político em quem depositou o voto da confiança. Tem sido a forma mais democrática de se fazer comunicação. E os parlamentares, por sua vez, expôem com abertura as suas idéias e projetos.


A rádio FM Assembléia, um desafio constante, como toda mídia, na realidade, foi um grande presente para quem há cerca de três décadas curte rádio.

Feliz com apego?



Recebi e-mail com dicas para ser feliz. Uma das idéias é não levar a vida a sério. A frase só dá o que pensar porque não é específica. O que não deve ser levado a sério? Ou seria melhor indicar o que não deve ser levado muito a sério?


Como ser feliz sem levar alguém que faz parte da nossa vida a sério? Seria dar de ombros quando algo que não pode ser resolvido a contento? Seria fazer vista grossa? Seria por um ponto final numa frase que merece um parágrafo?


Seria dar um murro no espaço para afastar o palhaço da idéia de que só eu posso resolver algo, porque o agente incomodado sou eu mesma?


Não seria melhor dizer, não leve a vida com apego? Porque esse "sentimento" tem me causado dores terríveis, apesar de viver afirmando que não sou apegada, pelo menos, muito. São os tentáculos da equivocada conquista, da maternidade, da necessidade inventada...

Pula, pula






Recebo convite para divulgar o dia do saci pererê, que é comemorado em 31 de outubro. Abro o arquivo da infância e tento encontrar o menino arteiro de uma perna só nos meus sonhos de menina. Enquanto o dowload não é concluído, cismo o pensar para a infantilidade superficial da programação de hoje.


Lamento profundamente a falta de espaço e de oportunidades que as crianças desta década não experimentam. Pode até ser divertido usar o mouse para fazer o saci pular o tempo todo e aprontar com os desavisados, mas é bem diferente imaginá-lo no jardim, no quintal da nossa casa.


Fazer de conta que o cheiro do cachimbo daquele menino danado ou mesmo um assovio de assombro, fazendo a drenalina acelerar o batimento do coração. Pode até ser confortável a piscina coletiva de um grande condomínio, mas nada compensa a água gelada e convidativa de uma lagoa em meio ao sertão, como um grande bem quase único.


Pode ser saboroso o sorvete, mas foge longe do sabor natural da fruta comida enquanto se disputa o galho da árvore, que não nos rejeitava naquele tempo em que malinação era pular sem muito cuidado.


O saci é genuinamente brasileiro, assim como o desejo de que a criança possa experienciar a liberdade de andar descalça sem medo de pegar bicho, ou mesmo, sem se queimar no asfalto, no abandono do cuidado, do olhar materno atento.

Praias


Estava lendo há pouco sobre o desinteresse das pessoas com relação às praias. Digo, interesse de desfrutar da água salgada do mar e do sol. No século XIX, lá pelos idos 1820, no Rio de Janeiro, algumas pessoas faziam exercício e davam mergulhos fortuitos por indicação médica. Era o banho medicinal para revigorar as forças.




Só algum tempo depois, é que os cariocas saudáveis começaram a frequentar as praias, muito cedo, antes do sol nascer porque depois, quando o sol vinha saudá-los, não era de bom tom para moças e mulheres de família exporem a figura naquele ambiente que era frequentado por qualquer outro.




Alguns setores da sociedade reclamavam e não entendiam o interesse dos saudáveis em frequentar as praias vazias e distantes. Acreditava-se - veja só - que era apenas mais um modismo do Rio de Janeiro.




Hoje, bem diferente do que se apostava, toda a orla marítima do país é disputada, pedaço por pedaço, com sol alto, vida caliente e garante rendimentos inúmeros para diversos comércios, desde o vestuário a à alimentação e também moradias. As casas e apartamentos em arranha-céus não eram imaginados pelos que no início do século XIX, construiam suas residências de costas para o mar.




É por isso que hoje as praias, que ainda continuam escapando da ganância imobiliária, são consideradas exóticas.


Pedra


A cultura ainda dita que o trabalho físico, o que exige esforço físico, é para quem não usa o intelecto. E é por isso, que o pessoal do intelecto precisa pagar academias para por os músculos em ação. Que o estresse é o fruto da vida degenerativa, digo, vida sem movimentos.

O cérebro não tem músculo e não tem contra-indicação. Por isso mesmo, o homem para diminuir o excesso criou o botão, que abotoa, que trabalha por ele. Mas, para chegar ao botão, a humanidade carregou pedras, subiu montanhas a pé, levou raios e matou.

Já vai longe o tempo em que usava papel carbono e a maravilhosa copia ficava no arquivo. As vezes acho que o homem sente falta do suor derramado, do sol escaldante em roupas não próprias e dos calos que sangravam. Isso, porque os filmes que miram o futuro da humanidade sempre coloca o homem de volta ao passado, atritando pedras para conquistar o fogo, a grande descoberta.

Democracia


Aprendi em casa que quem tem ouvido ouve qualquer coisa. O pensar juiz, no entanto, vai editando as falas e deixando o que considero ser necessário, útil para mim. De vez em quando, tudo cai no umbigo, esse reduto fechado, que me castra o pensamento no outro.


Tem sido assim a razão de vários discursos até agora. Aquelas frases arrumadas, trincheiras do pensar coletivo. Não é meu nem seu, então posso estragar. Essa é a visão popular, os ditames daqueles que desconhecem as razões pelas quais o coletivo começa em si mesmo.


Por isso a depredação de praças; sucateamento de veículos; dilapidação do patrimônio público. Não é meu, não tem ninguem olhando, então, a ação individual é destruir. Quem pode administrar o coletivo se não nós mesmos?

Respirar




Tenho falado muito sobre Fortaleza. É que, apesar de passar o dia entre paredes, a Cidade sobrevive lá fora, reduto de habitantes, na maioria alegres. Eu sempre gostei muito de verde, não falo da cor da tinta dos muros e janelas. Falo em respirar. Devido a isso, as pracinhas e algumas áreas verdes são as minhas preferidas.




Não tenho tido o prazer de ficar horas sem nada em me ocupar em algum banco de praça. Apesar de algumas praças - a próxima à minha casa é cuidada - estarem praticamente maltratadas. Somos nós mesmos sem o desvelo necessário. Mas, a praça perto da minha casa, florida e verde, é um convite para o deleite ao nada fazer. Contudo, falta alma, que acalanta, que abriga. E isso nenhum administrador vai me permitir.




As plantas regadas diariamente, o chão mais ou menos limpo, não me dão garantias para a tranquilidade necessária. Enfim, como respirar ar puro, quando ao meu redor flui insegurança?

Lá vem o sol!




Fortaleza casa-se mais cedo nesses dias. O sol, marido impaciente? Cerca toda a cidade com riso amarelo e a desposada confunde e assusta quem perde o despertador. Imagine! Sol alto antes das seis da manhã.




O maridão alegre frequenta ruas e praças e bate na porta da casa que ainda não acordou. Quis saber dos meteorologistas porque acredito que o sol está muito ocupado para dar resposta a uma vizinha que visita a esposa sem pedir-lhe permissão.




Coisas dos tropicos. É por isso que em outros locais, estão confundindo o sol adiantando a hora. O homem cisma de ser criador e faz confusão.


Significados


Eloá em hebraico quer dizer Deus, presente de Deus; Naiara, em grego, aquela que comanda; Lindemberg, em alemão, altos montes.


Olha o que se encontra viajando na internet depois de ler todas as notícias - que se repetem em todos os sites noticiosos - vem a questão que não cala: por quê? Aí a mente viaja, encontra supostas respostas quando o caminho deveria ser luz.


A lâmpada pode quebrar inúmeras vezes, mas a luz vai prosseguir e nem importa o quanto alcance, o seu brilho será visto.

Entardecer



Um dia desses observava que em alguns bairros da cidade, as pessoas preferem transitar no meio da rua, evitando as calçadas. Tinha vontade de perguntar por quê, contudo, ficava na observação. Hoje estou que nem elas. Quando estou a pé, prefiro - na maior parte do percurso - as ruas porque são mais fáceis de correr para fugir daqueles que insistem em viver na criminalidade.


As ruas de Fortaleza, antes eram um convite para sair à tarde, curtindo o sol que se despedia e anfitrionava a lua. O entardecer de Fortaleza é simplesmente fantástico. Mas não dá para ficar olhando pro tempo, é perigoso!


As calçadas de Fortaleza são verdadeiras pistas de obstáculos e nem adianta ameaçar punir estabelecimentos comerciais porque nós somos coniventes: sentamo-nos numa boa em cadeiras distribuídas pelas vias que seriam para andarmos. São os bares, as pizzarias e até restaurantes.


E os veículos? ah, cada vez em maior número e tão chiques que faz lembrar que vai longe o tempo em que o Estado era considerado pobre. As vezes me pergunto por onde andei que passei a desconhecer a minha Cidade.

Professora!!



Ser professor é que nem mãe: é para sempre. Mas, nem sempre são próximos. Tive a oportunidade de conviver com muitos, a maioria, mulheres. A primeira professora (foge-me o nome dela agora) nos estimulava a cumprir as tarefas com a palmatória. Não, eu nunca apanhei dela. Aos seis anos de idade, já sabia ler algumas palavras e somar alguns números. Recusei-me a cobrir as letras do alfabeto, preferindo imitar a boa caligrafia no caderno.


No ginásio, uma outra professora marcou por ter duvidado da autoria do trabalho que apresentava. Recorri aos rascunhos(borrão) para convencê-la. Depois, com o pedido de desculpa passei a ser alvo de suas atenções pelo capricho no raciocínio. É bom lembrar que na adolescência vivi alienada, o que dava asas para a imaginação.


Outras importantes figuras ainda são do meu convívio hoje: o professor Antonio Mourão, com quem tenho a oportunidade de contar como colaborador para análises de vários temas na rádio em que trabalho; e a professora Adísia Sá, também com quem já trabalhei e sempre tivemos uma convivência maravilhosa.

Pela criança



Os ministérios da Saúde e das Cidades lançam campanha com foco na criança. É mais uma tentativa para diminuir o número de óbito infantil nas estradas do país. Ontem, enquanto jantava numa churrascaria próxima à minha casa, vi um desses flagrantes contra a criança. E acredito que ela estivesse em companhia dos pais, que iam numa moto, os dois adultos com o capacete e a criança entre eles.


Há pessoas que acreditam que o fato de estarem presentes é o suficiente para proteger a criança. Mas, num acidente, quem mais irá se machucar? A violência contra criança é tão sutil que não é percebida pelos adultos. Vem desde a falta de atenção quando um choro ininterrupto acontece em meio a madrugada, ao desrespeito do horário de se alimentar e fazer higiene.


O apelo do governo vem em forma de lei, multas contra a falta de atenção. Enquanto o bom senso não ocorre, é o bolso a parte mais sentida.

Nem sempre quero aplaudir

Estou aprendendo a ouvir discursos. Tenho um hábito: fico cismando o pensar, concordando, discordando e sempre acompanhado de aplausos. E aqui, confesso, sem medo, que na maioria das vezes sou maria vai com as outras. Ou seja, bato palmas fazendo coro aos demais. Pronto! disse.

O pensar resolve na cabeça que é uma questão de educação. Seria, mesmo? ou é cultural? Mas, confesso também, que bato palmas com enfase, quando escuto a professora Adísia Sá. Acabo de receber um exemplar do seu livro Capitu Conta Capitu, já esgotado na sua segunda edição.

Percebo que quando leio sobre a natureza feminina, tento me afinar com a escritora, por meio dos personagens. Antes de arriscar nas letras, acreditava - na maioria das vezes - que o personagem central falava do escritor, agora cismo que há muitos selfs perseguindo-me. E nessa corrida, reúno a equipe do que sinto ser e busco um discurso coerente com a realidade que posso mostrar.

Adília

O Theatro José de Alencar já abrigou momentos raros de beleza artística e o seu palco tem sido reduto de atos admiráveis. Um dia desses irei me dedicar a atender a curiosidade sobre as peças apresentadas ali e os atores - pessoas dedicadas e maravilhosas - que por lá passaram.

Essa vontade que dorme há tempos, por absoluta falta de espaço na minha agenda (me sinto metido a besta quando utilizo a palavra agenda) um dia vai acordar com uma vontade danada de subir os degraus da arte, principalmente a cearense.

Mas, enquanto isso não ocorre vou ficando com a lembrança do pesquisador Miguel Angelo de Azevedo, o Nirez. Ele conta que há 80 anos, Adília de Albuquerque Moraes "fazia efusivo apelo para que a população fortalezense comparecesse ao Theatro José de Alencar para apoiar o dançarino Edson Martins". Ele estava há 24 dias, dançando no palco do Theatro, querendo alcançar o posto de campeão mundial de dança.

Conta Nirez, no O Povo, que o dançarino incansável só garantiu público no início, depois as pessoas foram deixando de lado o persistente pernambucano. Fui remexer no passado, sem poeiras. Descobri que Adília de Albuquerque Moraes (1874-1942) foi uma persistente batalhadora também. A sua meta eram os movimentos de mulheres e isso numa época em que isso mais parecia um sonho distante.

Contudo, essa cearense da cidade de Icó escreveu em vários jornais divulgando a campanha pelos direitos das mulheres, tendo como argumento as artes e a cultura, e, principalmente a educação. É bom dar crédito a quem de direito fez muito para que eu, apenas uma representante do gênero, escancare aqui as idéias.

U$


O mundo econômico não fala a mesma língua que a grande maioria. Quem não tem dinheiro para as necessidades mais urgentes, estaria preocupado com a queda das bolsas de valores? A propósito, sabe do que estamos falando?


O bolsão de pobreza do país, notadamente no Nordeste, ouve, vê projeções e continua a vida alienada desde o nascimento. Ninguém mais sabe de crise financeira que os pobres nossos que encontramos todos os dias. E ninguém sabe melhor sobreviver à crise.


Nem pense que o meu post está fora do tom. Quem já acordou sem saber para onde ir na busca de emprego, de um dinheiro mirrado - mas milagroso - de um pedaço de pão, conhece bem a realidade. A diferença é que não pensa grande e, sem dúvida, não está na lista dos que se preocupam com a crise financeira, que vem de ladeira abaixo, engolindo todo mundo.


Yes, temos problemas sim, com a desinformação e falta de boa vontade.

Livre escolha

Depois da badalação por conta das eleições municipais, fiquei cismando o pensar sobre a questão da obrigatoriedade do voto. Iria para fila depositar a minha confiança em alguém caso não fosse constrangida a fazê-lo? Acredito que iria. Porque o pensar me indica que a obrigação é votar consciente. Na obrigatoriedade a escolha em quem e como votar permanece livre.

A Justiça eleitoral assim age para continuar garantindo o direito. Até parece meio insensato. É como mostrar para a criança que ficar parada de vez em quando vai lhe fazer bem. Que gritar com ela é necessário para alertá-la de um perigo iminente.

Será que estaríamos prontos para escolher se devemos ou não votar? E como funcionaria a barganha política? Consultei alguns colegas de trabalho. Respostas diferentes para o mesmo questionamento. Apenas uma minoria acredita que o número de votantes diminuiria, mas que a iniciativa livre, expontânea, limitaria a coação e a chantagem.

Eu pagaria para ver, e você?

Ressaca eleitoral


Qual é a melhor receita para curar ressaca eleitoral? Deve ser caseira, homeopática ou alopática, doses gigantes de civilização?


Depois de responder inúmeras vezes sobre quem iria votar, agora o questionamento é o que você espera do seu candidato eleito? Então a receita é caseira, mas por favor, sem chás de cadeira, de omissão, de esquecimento, de burocracia.
A propósito: o que é pior do que burocracia? Aquele interminável caminho de papéis, de consultas, reuniões, debates, tem gente que faz seminário até para construir uma parede.


Mas, de concreto que eu espero a partir de agora? Bom, o melhor é bom senso.

Não vendo, não troco, não dou


Nós somos constrangidos a fazer escolhas, continuamente, todos os dias, perpetuamente...

Se as escolhas são as mais acertadas, não se sabe, de imediato, contando que sejam feitas.


Há aquelas escolhas as quais pensamos que são decisões isoladas, que só irão afetar a nossa intimidade, ou aquelas outras que precisam de aprovação coletiva.


Neste domingo, voltamos às urnas e vamos dar o voto decisivo. Acredito, agora, que será acertada, mas as consequências poderão tomar os rumos indesejados. Só tenho uma certeza: o meu voto não vendo, não troco, não dou.

Na unha


Como o Narcélio Limaverde, também busco no O Povo, naquele pedacinho em que o Nirez coloca a memória em dia, ver os fatos que mereceram destaque na mídia. O pesquisador costuma apenas citar, aumentando a curiosidade sobre o que pouco diz, mas o suficiente para nos fazer viajar na net.


A nota de hoje mexe com a Psicologia por meio da unha. O olho clínico examina as cutilas já crescendo (computador acelera o processo do desenvolvimento) cismo o pensar. A forma da minha unha - quadrada - que indica caráter fraco?! Ah, tá, foi a manicure com a lixa.


O susto é porque quero ter caráter forte. Mas, o que significa a fragilidade de caráter diante de tantas adversidades? E quando é forte? Como posso medir-me? No meu caso é só lixar e a forma desaparece. Simples mudar o caráter, portanto.


Ainda, segundo a nota, roer unha significa gula e sensualidade. Tá explicada a ira do jornalista.

Fechado


Estamos vivendo épocas de eclosão de greves de trabalhadores. São cobranças de promessas antigas que se arrastam. Sendo assim, fica parado o pessoal que cuida do trânsito, da saúde e, principalmente do sangue.


Se as greves são antipáticas para alguns, a maioria já entende que é necessária, por ser legitimada? Sei não. Nas filas dos postos de saúde, menino chorando no colo, febre alta e vexames durante as noites insones, quem consola a mãe?


Em meio ao trânsito, buzinaços, e falta de fiscalização? Sei não...


Pelo entendimento

Se você puder olhar no olho, vote para não ter que dizer vôte, nos próximos anos.

Se você puder espiar por trás da janela, espie para não ter que espiar depois.

E se você torce para mudar de atitude, torça para não ter que torcer o braço para mudar de direção.

A língua portuguesa que vai mudar um tiquinho, a partir de 2009, vai confundir quem está chegando, quem está de fora da escola e quem não lê.

Lero pra quê te quero?


Depois que me tornei login e para acessar a janelinha de texto necessito de uma senha, o meu olho percorre o link dos comentários. Mas, qual o quê. Nem samba de comentários. O leitor as vezes é tão insensível à minha carência...


Depois que me tornei mãe e para falar com os filhos preciso de espaço na agenda deles, o meu olhar percorre as vias e volta no tempo o pensar de quando eles (pequenos) não me deixavam respirar. Mãe feliz e nem sabia...


Depois que me tornei solteira e para cobrar respeito de algum gaiato tenho que mostrar que estou esperando alguém, estou amarradona, vejo o quanto o outro não vacila o fitar umbilical.


Depois que me tornei quase egoísta, querendo ter mais do que o necessário, vejo que para ser feliz é melhor aprender (de imediato) que dividir é a melhor conta a fazer.

Capitu absolvida

Eu absolvo Capitu... Quem é leal ao seu amor, não trai. Parte da declaração de um breve discurso feito pela jornalista Adísia Sá, uma das pessoas mais lindas que tenho oportunidade de conhecer, durante apresentação da segunda edição do seu livro Capitu Conta Capitu.

Adísia, como eu (olha a pretensão!) acredita na lealdade do sentimento. É preciso aprender a amar, mas o caminho é ser leal ao que sente, porque como já disse um espírito bacana, nós somos o que sentimos.

Capitu, aquela mulher emblemática, sofrida, ignorada pelo marido - na opinião de Adísia, um frouxo - nem por isso deixou de viver um grande amor. A mulher sempre ama, mesmo que a convenção não a convença. A propósito, Adísia Sá destaca: Por que respeitar a convenção se ela não nos respeita?

No flagrante feito pela nossa amiga jornalista Ian Gomes, Adísia Sá, Renata Wirtzbiki, produtora da FM Assembléia e Lílian Martins - produtora e apresentadora do programa Autores e Idéias da rádio FM Assembléia - e Maryllenne Freitas diretora da rádio Am do Povo CBN.

Ser mãe dói

Ser mãe dói. É dor no desvirginar do ventre na gravidez, espaço alargado para abrigar o reencarnante, que - pela ajuda divina - não sabemos com precisão o destino. Só queremos aconchegar. É tudo o que a mãe deseja. Ter ao alcance da mão o corpinho e depois crescido, emparelhar o ombro, oferecendo o peito para o carinho.

A mulher é toda ventre, é toda ninho, quer abrigar a cria, que cresce independente dos seus gestos e surda aos seus apelos. É um grito de dor na hora do parto, o sorriso que vem a seguir, a lágrima escondida - o tempo todo - diante da decepção do destino oferecido ao filho.

Ser mãe dói. Nada é mais convergente do que o colo materno e nada mais distante, mais ausente do que a perda. Ninguém melhor para falar da crise da partida do que a mulher que amamenta.

Se a dor reúne a humanidade, todas as mulheres mães estão irmanadas. Nada é mais tangível do que o calor e o riso do filho e nada mais é tão perdido do que o filho que se vai.

Acabo de ler a dor na foto que o jornal Diário do Nordeste publica hoje.

Universo feminino


No universo feminino homem entra e fica à vontade? Estava cismando o pensar. Acredito que a mulher deixa a porta entreaberta, com vista larga para a sala, mas o sofá é desconfortável. E no quarto, um pulo hoje, nem precisa conquista longa. Daquele recanto, privado pelas paredes, o pensamento flui e nesse fluir, as portas fecham.


O universo feminino é intrinsecado - permita-me a impressão. Não é em vão que o homem já declarou: Quem entende as mulheres! Simples, não queremos entendimento. Queremos companhia sem ter que explicar a necessidade. Cruzar com Ele só de vez em quando nem pensar, queremos sabê-lo. Alcançar num vôo o abraço, e saber desprender-se do apego, nem sempre másculo, que usurpa o direito de por o pensamento em ação.


Para que a mulher não seja apenas virtual, explodimos na ação e a reação ainda não corresponde o que queremos. Vamos lá, levante-se, não queira entender. Apenas ame.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...