Por aqui


O mal pode ser escancarado e nesse momento alguém reclama mudanças, noutros é tão sutil que o agente nem se toca. É na insensibilidade nossa que se alimenta.

Estava como sempre em busca de oxigênio. Aproximo-me das plantas para renovar o ar que agora se impregna de fumaça. Urbanos com manias antigas de capinar roça, incendiando as sobras.

Interpelada pela minha santa filha, que também enfrenta dificuldades de nome rinite, a senhora dona da casa admite ser a causadora da fumaça que invade casas vizinhas, incluindo a minha.

Na defesa do gesto ela pede paciência. É pouca coisa. Já está terminando. Pois é, têm pessoas que só são percebidas quando incomodam. Lógico que desejei que ela se tocasse e mais algo que nem direi aqui. Pois é, têm pessoas que realmente continuam cegas e não vêem o outro.
Fico cismando como serei vista pela vizinhança.

O cachorro daqui só late. Não morde. Música baixa. Saio cedo e retorno tarde. Quem me vê? Com que olhos? Quem me dá ouvidos? E o que escuta?

A intolerância à fumaça será tão intensa quanto ao sentir a presença do outro? E eu que só queria curtir um pouco o lar... A vida sofre invasões frequentes ( não acho o trema) e quem eu quero que me invada continua ausente.

Um comentário:

Eduardo Andrade disse...

Capinar e tocar fogo podem ser atitudes inconscientes de volta às raízes, ou a busca do ausente. Pode ser a criança que quer ser notada e valorizada. Ou nada disso... Quem sabe a procura da ocupação física da sua mente que nunca se cansa.
Abraços.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...