Bicho não sou


Em muitos momentos, comporto-me como o cão: ataco sem razão aparente e mordo o dono, numa atitude irracional sem preocupação com o que virá a seguir.

Noutros, balanço o rabinho numa atitude alegre só para mostrar felicidade de encontrar quem amo. E quando escorraçada, baixo a cabeça e vou esconder-me num canto qualquer, para fugir da vista. Mas, assim que alguém demonstra simpatia, lá vou eu!

Não estou querendo apenas desculpar-me das muitas atitudes tomadas até agora com relação aos amigos. Estou querendo também mostrar o que sinto, quando na realidade cão, me revisto de gente. Nem sempre mordo, apesar da vontade, nem sempre baixo a cabeça - acredito que na maioria das vezes por conta do orgulho.

Não quero e não posso ser bicho - já pensei demais para retornar - mas, muito me ajudaria se baixasse a cabeça de vez em quando, para poder olhar para o alto.

O que a nudez mostra?


As revistas, que se intitulam masculinas, continuam porque apostam na adolescência e nos homens ainda adolescentes, que continuam persistindo por aí - e também por aqui, bem perto de nós mulheres, que já deixaram de ter ciúmes dos momentos mais íntimos do mundo macho.


Em nome da liberdade de comunicação (?!) as publicações permanecem para engordar o bolso de muitas que tiram a roupa com a mesma facilidade com que o olho pisca. Mostram que o prazer no sexo é volúvel, sem tempo para acontecer, faz parte do crescimento do macho e é uma arma do fascínio feminino. Ou seja, é uma oficina para o crescimento do menino, já constrangido pelo apelo sexual até na propaganda de refrigerante.


Fico cismando porque ainda persistem e como são pagos os redatores e fotógrafos artistas, que com pincéis virtuais, moldam as beldades - alvo de considerações sensuais. A modelo (?) que sambou nua na avenida carioca e, que apesar dos flagrantes dos repórteres, nega que estivesse nua - tira a roupa(?) e ganha alguns reais com isso. O que ainda faltava ser mostrado mesmo?


Tá bom, você pode dizer que ela é linda, sensual, gostosa, maravilhosa, boa ... tá, fique à vontade! No entanto, tem alguém que fale da persona, que se esconde sob as coxas roliças, seios inflados e músculos trabalhados?
Neste samba, o enrêdo se perde na imaginação, cai logo no esquecimento, porque os valores são alegorias, cujos adereços perdem o brilho a proporção que a escola não evolue.

Pauta


Modorrenta segunda-feira. Passeio sobre as manchetes das principais mídias do País e nada vejo que repercuta no teclado do micro. Adormece a pauta sugerida. É como se o texto desvanecesse e a letra caísse morta!

Jornalista dá duro para ressuscitar arquivo morto e adicionar o verde da novidade nas amarelas páginas. Não consegue suplantar, sequer, a instantaneidade do virtual.

O que ocorre? Pergunta-se aqui e ali. É a omissão do que ocorre de bom, que sob a pecha de falta de ibope, é alijado do processo midiático.

O homem que vive notícia, noticia e é notícia, consegue continuar respirando enquanto mata a pauta da vida?

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...