Cirurgia da dor

Cirurgiões da dor somos todos nós. Há aqueles que anestesiam, se especializam em balsamizar as feridas e até choram por nós.

Há outros que higienizam as chagas, borrifam palavras remediando as possíveis seqüelas. Outros ainda dão cor de essências para acordar o sofrimento.

Noutros existem a luz que cura. Somos todos assim, em alguns ou muitos momentos.

Há ainda os que não se atém aos medicamentos. Não higienizam, permitindo que o vírus do sofrimento prolifere, só por acreditar que o ritmo da vida deve ser regido pela ordem do choro e ranger de dentes. Estampam a face pálida do susto; a contração dos músculos em defesa de machucados e proclamam que isso é viver.

Naturalmente caro


Os alimentos estão cada vez mais caros. Depois do show do real, que com apenas uma nota ou uma moeda de R$ 1, levava para casa o frango, prato principal de uma refeição para cinco pessoas, com esse valor nem um pacote de pão é possível comprar para atender ao mesmo número de integrantes de uma família.


E vem mais aumento aí, a partir de maio. Logo se busca as causas: aquecimento global, que provoca cheias, que por sua vez, comprometem a safra. O homem culpando a natureza - que não se defende apenas se vinga - numa alusão ao gênio Albert Einstein.

É a lei do mercado que como a natureza: "quando agredido, não se defende. Ele apenas se vinga", como bem disse o economista britânico, William Arthur Lewis , prêmio Nobel de Economia.


E eu aqui, sem nenhuma pretensão a ser notória, apenas ter o direito de continuar dedilhando as idéias, digo que a natureza não se vinga. Ela se adequa às nossas agressões por seu infinito poder de se multiplicar.

Pela beleza

O belo é o que se deseja. O bonito é o que se quer ver. E quase sempre convivo com o feio. Esta é a forma de seguir adiante, saltando obstáculos de idéias obstruídas por sentimentos exclusivistas.

Falo em exclusividade fugindo da perspicácia do pensar. Atento-me à vontade de alçar vôos, porque é assim o transporte para chegar ao objetivo final: alegrar-se com a alegria do outro.

Faz-se muito barulho para ações de tal rumo. Enquanto a beleza está querendo desnudar a todos do orgulho de ser hipócrita.

Pela mulher


Eu já superei a fase de que preciso ler livros que estavam na boca dos intelectuais, estórias - naves para uma viagem com destino desconhecido e bagagem indefinida. Pois bem, hoje digo sem a menor dúvida de que estou sendo leal comigo: há livros famosos que vão continuar sendo ignorados por mim.


Mas, há àquelas obras que me fazem corar de vergonha: As boas mulheres da China da jornalista chinesa, Xinran, uma mulher que conquistou a coragem com medo da condição feminina num país, que reduzia as pessoas desse gênero.


Em outra oportunidade, escrevi post semelhante sobre a obra, retrato do papel humilhante que a mulher chinesa é constragida. Recomendo o livro.

Agora, você me pergunta por que volto ao assunto? Bom, há uma insatisfação crescente com relação àquele país. Esses fatos me fazem tirar o olho do Brasil e percorrer lugares mais longínquos, onde a mulher é vítima de atrocidades.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...