Vamos à luta


O trabalho dá trabalho para quem recebe pouco no final do mês. Frase contida e, ao mesmo tempo, gritada por uma grande maioria de assalariados. Mas, o que é pior: ser mão - de - obra barata ou não ter nada para receber no mês seguinte?


Quem não agradece o pouco não merece o muito, já dizem os mais antigos e, com certa razão, é sempre bom ter um ganho certo. Mas, isso não nos dá direito de levantar sempre os braços num sentido reto de agradecimento ao divino, deixando de fazer a nossa parte por aqui. Afinal, estamos na Terra para melhorar a relação entre os homens.


O homem, com sua eterna mania de ser melhor, nem tchun para quem deseja apenas estar melhor. E isso, requer melhor estrutura na sociedade. Fazer parte dela como um agente pacífico, com direitos garantidos e , sobretudo, dignidade.


Não há quem se sinta digno sem casa, sem comida, sem emprego, sem renda que lhe garanta ser olhado com respeito. É porque quando os direitos básicos faltam, o ente é relegado à marginalidade. E na marginal estamos todos nós quando apenas olhamos para o umbigo.


É preciso elevar o olhar para os céus, mas manter em movimento o cérebro e os braços em benefício do outro, porque sem o outro, o que somos?

Lembrar os gols


O atleta é atraente porque atende aos apelos dos torcedores, da mídia que ganha com ele, e o país, numa lembrança verde viva. Mas, quando se afasta dos campos e faz travessuras noutras praças, sai da página de esporte e vai para as "sociais", prato cheio para fofoca.


Acontece com quase todos os astros e a mídia inclemente deita e rola em cima. Esquece os famosos goools, a alegria de ser torcedor, feliz com a vitória do time, que dependeu do desportista.


Ronaldo não será o único a se envolver em escândalos. Na falta de gols, a avidez agora é auscultar os mistérios do comportamento que se revelam. O fenômeno agora é o cara que se envolve com personagens, que a sociedade passa a maior parte do tempo fingindo que não existe.


A tecnologia, que antes conferia a destreza das pernas saudáveis de Ronaldo, agora escancara sem pudor o que faz fora do campo. Quando o caso ficar morno, alguém sempre dará um jeito de requentá-lo.


É pra você


A Justiça está averiguando denúncias dando conta de que o uso contínuo do celular causa danos à saúde. Enquanto não se chega a um resultado científico, já percebi que o celular faz mal.
Nada mais desagradável do que interromper um bom papo porque a pessoa que antes lhe dava ouvidos fica presa ao aparelho, num indicativo de que o papo do outro lado, é bem melhor do que o seu.

O toque insistente do celular durante uma palestra também é insuportável. Principalmente na bolsa de mulheres - no modelo de hoje, enorme - o toque insiste enquanto mãos aflitas buscam o barulhento. E a culpa não é da tecnologia, considerando que o aparelho pode ficar mudo ou vibrar. Não sei o que ocorre com os portadores dos celulares.


Por força do trabalho uso dois. Contudo, quase sempre estão em silêncio porque o de uso particular só as pessoas mais próximas e membros da família têm o número. O do trabalho é mais usado para chamar os colaboradores.


O aparelho, o qual ninguém consegue mais viver sem, foram treinados para tudo. Tornou-se um escritório, considerando que podemos atualizar até blog, caso queiramos. Já assisti a alguns casos interessantes com o celular sendo o protagonista.


Numa tarde em que assistia a um congresso, o palestrante conseguia nos fazer calar com o seu discurso envolvente. No meio da platéia, o toque irritante. A pessoa portadora não conseguia fazê-lo calar. Nesse ínterim o palestrante foi enfático : Se for para mim, estou ocupado. Sensacional, pensei.


Num outro congresso, o palestrante que nos enriquecia com seus conhecimentos declarou confiante: O celular é uma invenção de Deus a serviço do diabo. Nada mais providencial, concordei.


Conheço pessoas que são tão dependentes da criação, que numa conversa que deveria durar pelo menos 30 minutos, 15 foram gastos no celular. E eu, ali com cara de tacho, lembrando com saudade do telefone da vizinha bondosa que gritava para os mais próximos de sua casa: Fulano, telefone pra você.

Na pauta


Estamos ainda em campanha pelo dia do jornalista. Muitos depoimentos, declarações e exaltações. Mas, nenhuma palavra consegue exprimir, no fundo, o que mais nos emociona.


A dor nos acompanha diariamente. Não há choro, não está na pauta, não temos tempo. Não se consegue escrever com as lágrimas regando o olho que deve ser rápido, adestrado para acompanhar as letras, evitando os erros.

É por isso, que só dá para chorar quando o jornalista se despe, volta a ser pessoa. Somos personas, acompanhantes da vida, atores de peças dramáticas, horrendas, dramalhões e alegrias. Mas, isso, a maioria das mídias está esquecendo:o colorido da vida.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...