Para não dizer adeus

Este blog vai deixar de ser visto por um leitor assíduo, um verdadeiro fã das letras que tomo emprestado sempre. Foi inspiração para continuar nas poesias por ser companheiro dos versos repetidos.

Nem todo poeta se reconhece. Quero dizer que nem todos escrevem, mas são sensíveis preferencialmente e se emocionam com as letras arrumadas em rimas pobres ou ricas.

Presto uma homenagem a um amigo que voltou ao mundo espiritual. Já começo a sentir mais perto esse portal que se abre, que engole e esconde o sorriso.



Luz, amigo Jair.

Até mais ver


Fui ao velório da minha amiga Brioso. Quando se inicia uma amizade não se pensa nesse tipo de reunião(?) É nesse espaço criado pela crença nossa da despedida, que o choro é solto. Não se esconde a dor, expõe-se e ninguém ali vai reparar a maquiagem borrada; o nariz vermelho, o fungado e não vai se questionar se você fala com o corpo pálido e retezado sem o fluído vital. Mas, não fiz assim.


Limitei-me a abraçar outra amiga recente, formando um elo de energia de boas vibrações para que o seu retorno ao mundo verdadeiro seja o mais lúcido possível e com poucas surpresas. A gente nunca sabe o que vai achar na estação de desembarque. Apenas o desejo de ser bem.


Lá dentro da sala, reduto de orações e de corpo presente, um apelo uníssono ao criador para receber de volta a filha. Lá fora, a ordem natural - que não se abala - lançava convite para um olhar mais longo ao satélite natural, que banhava languidamente as pequenas flores, ornando espaços num indicativo de que ali jaziam antigos corpos vivos e frenéticos.


Aceitei o convite e respirei fundo a realidade, de que também serei em algum tempo, razão principal para um velório. Nem adianta cantar louvor, saudade dói, prende, mas no fundo compensa a certeza do reencontro.

Crescendo na Terra


A Terra, o Planeta que nos abriga, nos obriga a deixar a matéria, que abraça a luz emergente que somos, a continuar por aqui. É devido a essa ordem, que muitos de nós insistimos em mantê-la lotada, assombrando os corpos vivos.

Apresento a pretensa definição simples - quase simplória - com o pensar voltado aos desencarnes coletivos no lado ocidente da Terra. Simultâneo ao apelo para que uma vez, ao retornarem à casa, que se sintam novamente filhos bem - vindos.

A Terra, no contínuo crescimento dos seus habitantes é por isso um lugar de transitória morada

Quem tem medo do sábado?


Há quem diga que mulher adora perder tempo e se uma representante da ala feminina for defender o contrário, nem adianta apresentar teses.


Para quem se levanta antes do dia acordar, vai para cozinha alimentar a dependência da cafeína; escolhe uma roupa sem saber ao certo o que vestir, vai para o banheiro, pula debaixo d'água e faz mais uma promessa para comprar chuveiro elétrico; enfileira os cremes na sua frente e vai aplicando meio rude na pele necessitada de carinho; dá um beijo rápido no marido e entra no carro revistando bolsa pedindo para voltar porque esqueceu o celular... quem perde tempo, mesmo?


A rotina frenética de segunda e sexta faz uma pausa no sábado? Não, mesmo! levanta uma hora mais tarde, troca carinhos, pula da cama; toma banho sem reclamar da água que já está mais aquecida por conta do tempo; come mais pão, mais ovos, mais queijo. Disputa com a neta de um ano o espaço na mesa. E entre risos e dor - de - cabeça - a gripe ainda não foi vencida - logo após o almoço vai dar um tempo... no salão!


Bem - aventuradas as manicures, a cabeleireira, a depiladora, a massagista. Mulheres assim colaboram com a alegria e o descanso das representantes do gênero. É naquele espaço enfeitado, cheio de tentações cosméticas de última linha que a gente se entende. Foi - se a correria da vida.

É singular fazer as unhas, que sempre ficam de molho na água gelada para evitar as famigeradas bolhas no esmalte, que comprometem o visual e fazem com que a tinta saia antes do tempo.


Banhos nos cabelos, fricções no couro cabeludo, escovas, cores alegres. Existe sabatina melhor? Um dia deparei-me com um marido mal - humorado reclamando do uso que a sua mulher fazia das tardes de sábado e dos gastos nos salões. Deixei que ele falasse muito, reclamasse a sua má sorte e quando finalmente, o homem parou esperando uma resposta, não me fiz de rogada. Olhei bem nos olhos: E isso não é ótimo? Não é o que nos faz mais coloridas, alegres, atarefadas e intimamente mais femininas?


Você retrucou? nem ele!!


Para finalizar um dia como este, nada melhor do que um encontro com outras amigas mulheres, tagarelar longe do relógio, assuntos nossos: rimos, lamentamos, criamos, vibramos, acalentamos e, sobretudo, fortalecemos a amizade.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...