Enquete


Adoro enquete, sempre que vejo uma, respondo em seguida. Quando dá tempo, verifico o resultado final . As enquetes dos jornais, como o Povo, já nos sugere a resposta dos outros tantos anônimos, que como eu, respondem aos questionamentos.


Uma enquete do O Povo chamou-me atenção no final da tarde de ontem. Perguntava se eu era mais ou menos louca ou se normal. Adivinha qual foi a minha resposta, sem titubeio? O engraçado é que a maioria respondeu igual: meio loucos.


Quando penso em loucura, vejo a irascibilidade que existe em mim, que surpreende que mexe com a ansiada vontade de dominar os instintos ainda tão gritantes. O cérebro novo sendo dobrado pelo reptiliano... quando serei mais suave?


O que lamento são as oportunidades oferecidas nas quais poderia ensaiar gentilezas e não correspondi. Cismo o pensar querendo a fraternidade que só ensaio com algumas pessoas e em determinados momentos, porque na maioria, eu sou bem menos.


Ah, mas não pense que entro em parafuso. Estou aprendendo a ser leal com o que sinto. Afinal, um ser em processo contínuo de evolução não pode ficar pegando atalhos, interrompendo a camianha longa que me aguarda.


Infla, inflação


Diz Martinho da Vila que se a gente canta alto, a vida melhora. O samba enreda a vida difícil dos compositores que não chegam à fama ou os que são roubados por conta da pirataria. Brada a indignação contra os preconceitos, com ginga, sem perder o rebolado.


O brasileiro é um perito em não perder o compasso da vida cara. Quando o salário permite, substitui a cervejinha gelada pelo uísque; a buchada pelo filé; o jeans de remarcação pelo de marca. E assim vamos contando a nossa história nem sempre sem traumas.


E aí depois da farra nos supermercados, a inflação chega sem avisar. Vamos pegar o lápis e riscar produtos de preferência da lista e, com muito custo, deixar os básicos feijão, arroz e café. Haja cafeína para manter os olhos bem abertos para entender os segredos da economia.


A inflação pode ser tida como a esfinge, enquanto a gente não decifra, ela nos devora.

O teatro está na rua


O Teatro José de Alencar, o indicativo da arte no Ceará, tem uma vizinhança que incomoda. Não, não sou contra a população que tenta sobreviver em meio à súplica endereçada aos transeuntes.
Por considerar viver a arte mais dramática do momento, é preciso olhar para eles, dar-lhes um lugar digno para morar. Porque, além de ferirem a estética do entorno do Teatro, dão medo, lembram insegurança, que assalta a tranqüilidade dos adoradores do teatro.


Eu bem poderia cantar loas em homenagem ao Teatro José de Alencar nos seus 98 anos que completa hoje, no entanto, quem mais me chama atenção são as pessoas, invisíveis para alguns, que gritam por socorro. O cenário, com certeza, é bem diferente dos cem anos passados, quando na construção do TJA. Aquela Fortaleza bucólica, cheia de verde, vento solto - que em nada lembra o ar aprisionado de hoje, embargado pelo paredão de edifícios dos donos do mar.


José de Alencar, o escritor que emprestou o nome, pintava Iracema, índia rápida que cortava a cidade numa manhã brejeira, sonhando com o príncipe que acabara de conhecer. Pois é, quanta diferença!
Como gostaria hoje de assistir ao espetáculo dos moradores de rua, largando o asfalto, dando adeus ao relento e reencontrando o lar. Quanta maestria seria, como aplaudiria o ato, que sem ensaios, desenharia o texto sem titubear. O homem, arte divina, encenando seus melhores momentos de dignidade!

Celulares mexem com as células




A tecnologia que vicia está sendo combatida por autoridades e por políticos envolvidos nas questões da criança. Aqui no Ceará, acaba de ser aprovado projeto de lei, de autoria do deputado Artur Bruno, que proíbe uso de celulares, ipod e outros do gênero, nas escolas.


Era um tal de manda mensagens e conversas sem limites que estavam comprometendo o andamento das aulas. A criançada em dia com a tecnologia, mas na hora de ver para crer na lição, nada! Foi radical a medida para muitos dos jovens, no entanto, necessária. Afinal, a invasão tecnológica só não é maior com relação ao número de computadores nas escolas, o que é de se lamentar.


A dependência tecnológica vem crescendo significativamente, a ponto de o governo japonês anunciar que pretende fazer uma campanha para controlar o uso da telefonia móvel. É de lá que vem a notícia de dois adolescentes - 12 e 13 anos - que estão recebendo tratamento para deixarem o uso contínuo do celular.

Como alimento, o celular e outros avanços tecnológicos são absolutamente necessários. No entanto, se faz necessário disciplinar o uso. A tecnologia salva, mas também pode matar. Muitos já perderam a vida por estarem portando um dos aparelhos. Isso, porque o portador é vítima de assaltos constantes. Eu, estreei na relação dos assaltados, e o meu celular mudou de dono.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...