Uma questão de respeito



Assisti a um debate sobre a necessidade de aprendermos a conviver no conjunto humano que somos. Com as diferenças, que nos afastam dos demais, por nem sempre aceitarmos o pensar do outro. É uma tarefa complicada, sem dúvida.


Contudo, quem nos colocou neste Planeta, deve estar nos favorecendo o tempo inteiro, conspirando para que a união como um todo universal aconteça. E alguém pessimista deve pensar e que perdure quando conquistada.


O tema comportamento humano sempre converge para um ponto divergente na humanidade: a sexualidade. Em alguns momentos é possível conviver com a bisessexualidade, a homossexualidade. É uma pretensa compreensão, que finge não se chocar com a presença de quem expõe a sua preferência sexual e aqui, leitor, permita - me assim colocar.


Quando se fala em homossexualismo, muitos de nós torcem o nariz; alguns aplaudem; outros fingem entender, mas no fundo repele a situação. Nós somos assim um misto de sensações. O que é correto e imprescindível atentar é para o respeito pelo outro, sem antepor a sua sexualidade.


O debate que me motivou a escrita de hoje foi sobre a criminalização dos ataques contra a homossexualidade. Acredito que sempre queremos deter no outro, o que não conseguimos matar em nós: a intolerância diante do que a nossa razão irraciona.


Não importa qual seja a nossa sexualidade. Não precisamos pedir licença à sociedade para fazer parte do conjunto.

Cada qual com o seu talento



Estava lendo sobre a repercussão em torno do desfile da modelo internacional, top tcheca Karolina Kurkova, que desfilou sem segredos. Ou seja, expôs a imagem do corpo com algumas marcas - quase nenhuma - de gordura nas costas e aqueles furinhos, a celulite. O que é uma praga, tenho que reconhecer. Foi o maior frisson. Como ela pôde? insinuaram alguns, ou melhor, a maioria do público magrela formado pelas modelos.


Confesso que estou acostumada a olhar aquelas mulheres magérrimas, mais pele e osso, e não mais me preocupar se estão com problemas alimentares. Cada um de acordo com o seu talento, não é o que defendem?


Pois bem: chamaram mais atenção as famigeradas celulites. O pior de tudo são os comentários, como o do alemão, ex Big Brother, quando se referiu que "traçava" a moça loira, tão linda e tão mal falada. Pelo que entendi, o moço quis dizer que fechando os olhos dá para levar adiante a modelo? Será que é só isso que ele vê?


A maledicência, com certeza, tem sido o nosso maior pecado contra nós mesmos. Ainda bem que o meu talento é buscar escrever, é correr atrás do que interessa ao público que a mídia atende. E nisso, confesso, me esmero.


Será que esse foi o grande pecado da loirissima, mostrar -se tal como está? Para mim ela estava vendendo a roupa que desfilava.

Sabor da infância


O que mais reclamamos quando a fase adulta chega - e fica pelo tempo que nos resta por aqui na atual vivência - a infância que se foi, mesmo com a insistência nossa de mantê-la viva. Eu sei que estou grande quando tento degustar o mesmo paladar de guloseimas da época em que acreditava que ser grande seria a solução para os meus conflitos de menina. Qual o quê!



O pirulito de cana- de- açucar não é mais tão macio e o suco que escorria no canto da boa, antes visto com prazer e risos, hoje falta de educação. Problema, não? Nos meus idos anos iniciais, o que tinha de melhor eram as festas juninas. Na noite de São João podia concorrer espaço com as crianças vizinhas. Também eram as festas que me permitiam ir.



Naquelas noitadas, a sanfona era o principal instrumento e as músicas de Luiz Gonzaga o repertório farto, aceito e cantado por todos. Quanta diferença hoje. Há cerca de duas semanas, levei o meu neto Victor a uma praça próxima da nossa casa, para assistir o festejo que para mim, representaria a tradição do mês de junho. Que decepção. Chegamos depois da apresentação das quadrilhas. Em seu lugar, uma banda(?) formada por alguns jovens, que nem vestidos a caráter estavam. A voz, que dilema. Desejei fortemente que se calassem.



Nada que lembrasse os verdadeiros festejos. Entoavam algo parecido com forró. Depois, uma peça que era para ser engraçada, caso o som chegasse até nós. Incrível de ser criança, é que Victor se divertiu. Via a alegria no seu rosto. Bom, dei-me por satisfeita. Eu só queria que ele pudesse participar da tradicional comemoração.



E, é provável, que mais tarde, ele possa experimentar lembrando dessa noite e que em companhia da vovó, reteve no tempo, um momento familiar, que deu um prazer imenso, apesar do meu desagrado na distante e diferente festividade.





Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...