Pode até não parecer, mas quando menina fui muito travada. Claro que disfarçava, tentando enganar-me e enganando todo mundo. Isso, porque a maioria me alcunhava de despachada. Qual nada! era travada e alienada. Por conta desse constrangimento não participei do convívio social a que muitas meninas da minha idade faziam parte.


Não vi de perto, por exemplo, a luta dos estudantes na década de 60 - e lá no íntimo até agradeço pela alienação porque não me vejo como desbravadora militante de ideais - mas, sei brigar sim pelo que acredito.


A família é o grande reduto. Nem sempre o ideal, mas que nos modela para a realidade que está para ser olhada de frente, num momento desses de discernimento que a mente humana permite.

Sobreviventes em meio a tanta turbulência, os casais que não se afinam buscam afinidades outras, na tentativa flagrante de que a vida a dois não é um paraiso róseo, mas que não deixa de prometer o pote de ouro no final do arco-íris.


Estou aqui hoje, bem família, comendo salgadinhos da festa de ontem do aniversário do meu neto de oito anos, Victor, que em breve vai mudar de casa, seguindo a mãe, que um dia dei de mamar e que espero ter alimentado também a sua boa vontade e garra.

Tributando letras


Estava lendo artigo sobre a lei tributária. O imposto é o que você paga - quase sempre em dia - para escapar do crime da sonegação. É algo que você compra sem ver nos supermercados. Você não leva para casa, não vira comida, mas é para garantir a rua asfaltada que lhe permite andar de carro sem grandes danos.


Eu não vou tecer aqui sobre a carga tributária que não conheço na sua totalidade, mas dói como o latejar da enxaqueca e não passa, quando identificada a origem. O interessante é que encontraram dispositivo inconstitucional na lei dos tributos no País.


Na minha ignorância economês - ora, poupem - me disso, de ser especialista no assunto porque prefiro ser especialista em continuar sobrevidendo, apesar de tudo - risco o pensar com o lápis da conta mensal. Apesar de ter saído da mídia, lembro o anúncio do retorno da CPMF, batizada com outro nome, com desconto menor. Ora, que venham as alternativas para ajudar o sofredor das filas dos postos de saúde.


Tirem do meu bolso o pagamento pelo meu trabalho, mas, que o destino final seja para aquele que padece, largado num corredor de hospital. Sem plano de saúde particular, contando com o SUS, tenho visão profética de também fazer parte dessa fileira, num momento qualquer.


Tirem do salário, do movimento bancário, mas evitem os atalhos.

Ah, a tapinha?


Estamos vivendo a época do cumprimento. É um alô daqui, um adeuzinho dali e quando mais próximos um tapinha nas costas. Nesta parte a minha atenção é mais chamativa. Tapinha dói? Longe de ser aquela frase da "música" censurada pelo bom gosto, essa com certeza deve doer em quem promete o que não pode fazer e em quem "acreditou".


Estou usando aspas por aqui porque quem vota pensando no cabide de emprego, não dá crédito , pra valer ao candidato. Nem adianta espernecar, está querendo barganhar também. Toma lá dá cá está mudando de leitura. Pelo menos, de leitores.


Tem muita gente que vai ficar com LER de tantos tapinhas nas costas acolchoadas de desconfianças. A recomendação técnica é aproveitar o momento para uma análise profunda, fugir da palmadinha e olhar de frente quem realmente usa as mãos para o trabalho.

Para estar em forma(?)


Não, não estou em forma. Imagine só. As minhas mãos e os meus ombros estão sim por conta da teclagem diária. E quem pode estar em forma, hoje? As gatonas da TV e do Cinema. Aquelas que comem ninho de passarinho tailandês(?!) as que pagam personal trainer para musculação; as que correm nas praias, alvos de fotógrafos loucos por um defeito - porque aqui dá mais dinheiro - as que podem fazer compras todas as horas, mas não comem!


Há muito se ouve falar em maltratar o corpo. Antigamente se maltrava para escapar de um pecado, hoje, o pecado é ter gorduras. Nenhuma dobrinha pode estar no corpo que deve ser malhado, moldado por bisturi.


Realmente estou fora de forma. E nem dou a passarinha. A moda brasileira diminuiu o tamanho da roupa, querendo me constranger. Nem tchum. Comprei dois números maiores. Se sou gordona, não!!! imagina, eu nem estaria trabalhando.


Agora comer frutas fora de estação, pagar nutricionistas, comprar pílulas de tudo quanto é coisa, inclusive lama? prefiro chupar pata de caranguejo na praia do Futuro! E sabe o que mais detesto? É ouvir a frase mais repetida do momento: Você tá mais cheiiinha? Não fale no diminutivo porque a minha indignação aumenta!

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...