Capitu absolvida

Eu absolvo Capitu... Quem é leal ao seu amor, não trai. Parte da declaração de um breve discurso feito pela jornalista Adísia Sá, uma das pessoas mais lindas que tenho oportunidade de conhecer, durante apresentação da segunda edição do seu livro Capitu Conta Capitu.

Adísia, como eu (olha a pretensão!) acredita na lealdade do sentimento. É preciso aprender a amar, mas o caminho é ser leal ao que sente, porque como já disse um espírito bacana, nós somos o que sentimos.

Capitu, aquela mulher emblemática, sofrida, ignorada pelo marido - na opinião de Adísia, um frouxo - nem por isso deixou de viver um grande amor. A mulher sempre ama, mesmo que a convenção não a convença. A propósito, Adísia Sá destaca: Por que respeitar a convenção se ela não nos respeita?

No flagrante feito pela nossa amiga jornalista Ian Gomes, Adísia Sá, Renata Wirtzbiki, produtora da FM Assembléia e Lílian Martins - produtora e apresentadora do programa Autores e Idéias da rádio FM Assembléia - e Maryllenne Freitas diretora da rádio Am do Povo CBN.

Ser mãe dói

Ser mãe dói. É dor no desvirginar do ventre na gravidez, espaço alargado para abrigar o reencarnante, que - pela ajuda divina - não sabemos com precisão o destino. Só queremos aconchegar. É tudo o que a mãe deseja. Ter ao alcance da mão o corpinho e depois crescido, emparelhar o ombro, oferecendo o peito para o carinho.

A mulher é toda ventre, é toda ninho, quer abrigar a cria, que cresce independente dos seus gestos e surda aos seus apelos. É um grito de dor na hora do parto, o sorriso que vem a seguir, a lágrima escondida - o tempo todo - diante da decepção do destino oferecido ao filho.

Ser mãe dói. Nada é mais convergente do que o colo materno e nada mais distante, mais ausente do que a perda. Ninguém melhor para falar da crise da partida do que a mulher que amamenta.

Se a dor reúne a humanidade, todas as mulheres mães estão irmanadas. Nada é mais tangível do que o calor e o riso do filho e nada mais é tão perdido do que o filho que se vai.

Acabo de ler a dor na foto que o jornal Diário do Nordeste publica hoje.

Universo feminino


No universo feminino homem entra e fica à vontade? Estava cismando o pensar. Acredito que a mulher deixa a porta entreaberta, com vista larga para a sala, mas o sofá é desconfortável. E no quarto, um pulo hoje, nem precisa conquista longa. Daquele recanto, privado pelas paredes, o pensamento flui e nesse fluir, as portas fecham.


O universo feminino é intrinsecado - permita-me a impressão. Não é em vão que o homem já declarou: Quem entende as mulheres! Simples, não queremos entendimento. Queremos companhia sem ter que explicar a necessidade. Cruzar com Ele só de vez em quando nem pensar, queremos sabê-lo. Alcançar num vôo o abraço, e saber desprender-se do apego, nem sempre másculo, que usurpa o direito de por o pensamento em ação.


Para que a mulher não seja apenas virtual, explodimos na ação e a reação ainda não corresponde o que queremos. Vamos lá, levante-se, não queira entender. Apenas ame.

É preciso viver os 50 anos


O Mário Prata fala da mulher em várias etapas da vida. O Affonso Romano de Sant'Anna também me dá energia ao retratar a mulher madura. E assim vivem os poetas, que sempre vêem na figura feminina o alvo de suas apreciações e escritos. Mas, amadurecer merece pancadas.


Não que a mulher mereça sofrer. As pancadas são as batidas do relógio de um tempo que não pára. Mas, antes de reclamar as rugas diante do espelho, a mulher que festeja o dígito cinco, tem pernas mais elásticas e vence a corrida porque está no páreo.


E é como mulher madura - graças a Deus nunca fui fruta senão estaria machucada, amolecida e descartada - que me posto. E por que estou falando na mulher dos 50? Repare ao seu redor, quem está em sintonia com o melhor da vida?


Não sei se todas mulheres 5.3 vivem ou viveram como eu: casei com quem quis, separei no tempo que considerei certo. Pari os filhos que quis e aprendi a cozinhar por necessidade da independência (minha e da cozinheira).

Sem retoques



Você é mais bonita pessoalmente. Niguém diria isso a mim porque sou exatamente o que a lente fotografa. Ou seja, não aceito retoques. Inventaram essa para "limpar" marcas do tempo. Nada disso! A neura dos 25 anos sabendo que logo mais estaria com 50, foi-se. O "tempo levou".


Nada contra quem usa o photoshop, mas a imagem que eu quero retocar está longe dos olhares humanos. Só eu identifico e, muitas vezes, finjo não ver. O meu sorriso, sempre tão largo, jamais poderá ser tolhido por botox. E as minhas olheiras do cansaço diante do computador, são as minhas melhores marcas de expressão de olhos atentos a uma tela que me mostra o mundo, mas que me esconde.


Então, quando alguém olha para mim, depois de um período de ausência física e diz que continuo a mesma é a pura verdade. Estou com tudo original. Até o azedume, característica que me ajuda a afastar quem me incomoda. Só me vê doce, quem permanece por perto.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...