Nem sempre quero aplaudir

Estou aprendendo a ouvir discursos. Tenho um hábito: fico cismando o pensar, concordando, discordando e sempre acompanhado de aplausos. E aqui, confesso, sem medo, que na maioria das vezes sou maria vai com as outras. Ou seja, bato palmas fazendo coro aos demais. Pronto! disse.

O pensar resolve na cabeça que é uma questão de educação. Seria, mesmo? ou é cultural? Mas, confesso também, que bato palmas com enfase, quando escuto a professora Adísia Sá. Acabo de receber um exemplar do seu livro Capitu Conta Capitu, já esgotado na sua segunda edição.

Percebo que quando leio sobre a natureza feminina, tento me afinar com a escritora, por meio dos personagens. Antes de arriscar nas letras, acreditava - na maioria das vezes - que o personagem central falava do escritor, agora cismo que há muitos selfs perseguindo-me. E nessa corrida, reúno a equipe do que sinto ser e busco um discurso coerente com a realidade que posso mostrar.

Adília

O Theatro José de Alencar já abrigou momentos raros de beleza artística e o seu palco tem sido reduto de atos admiráveis. Um dia desses irei me dedicar a atender a curiosidade sobre as peças apresentadas ali e os atores - pessoas dedicadas e maravilhosas - que por lá passaram.

Essa vontade que dorme há tempos, por absoluta falta de espaço na minha agenda (me sinto metido a besta quando utilizo a palavra agenda) um dia vai acordar com uma vontade danada de subir os degraus da arte, principalmente a cearense.

Mas, enquanto isso não ocorre vou ficando com a lembrança do pesquisador Miguel Angelo de Azevedo, o Nirez. Ele conta que há 80 anos, Adília de Albuquerque Moraes "fazia efusivo apelo para que a população fortalezense comparecesse ao Theatro José de Alencar para apoiar o dançarino Edson Martins". Ele estava há 24 dias, dançando no palco do Theatro, querendo alcançar o posto de campeão mundial de dança.

Conta Nirez, no O Povo, que o dançarino incansável só garantiu público no início, depois as pessoas foram deixando de lado o persistente pernambucano. Fui remexer no passado, sem poeiras. Descobri que Adília de Albuquerque Moraes (1874-1942) foi uma persistente batalhadora também. A sua meta eram os movimentos de mulheres e isso numa época em que isso mais parecia um sonho distante.

Contudo, essa cearense da cidade de Icó escreveu em vários jornais divulgando a campanha pelos direitos das mulheres, tendo como argumento as artes e a cultura, e, principalmente a educação. É bom dar crédito a quem de direito fez muito para que eu, apenas uma representante do gênero, escancare aqui as idéias.

U$


O mundo econômico não fala a mesma língua que a grande maioria. Quem não tem dinheiro para as necessidades mais urgentes, estaria preocupado com a queda das bolsas de valores? A propósito, sabe do que estamos falando?


O bolsão de pobreza do país, notadamente no Nordeste, ouve, vê projeções e continua a vida alienada desde o nascimento. Ninguém mais sabe de crise financeira que os pobres nossos que encontramos todos os dias. E ninguém sabe melhor sobreviver à crise.


Nem pense que o meu post está fora do tom. Quem já acordou sem saber para onde ir na busca de emprego, de um dinheiro mirrado - mas milagroso - de um pedaço de pão, conhece bem a realidade. A diferença é que não pensa grande e, sem dúvida, não está na lista dos que se preocupam com a crise financeira, que vem de ladeira abaixo, engolindo todo mundo.


Yes, temos problemas sim, com a desinformação e falta de boa vontade.

Livre escolha

Depois da badalação por conta das eleições municipais, fiquei cismando o pensar sobre a questão da obrigatoriedade do voto. Iria para fila depositar a minha confiança em alguém caso não fosse constrangida a fazê-lo? Acredito que iria. Porque o pensar me indica que a obrigação é votar consciente. Na obrigatoriedade a escolha em quem e como votar permanece livre.

A Justiça eleitoral assim age para continuar garantindo o direito. Até parece meio insensato. É como mostrar para a criança que ficar parada de vez em quando vai lhe fazer bem. Que gritar com ela é necessário para alertá-la de um perigo iminente.

Será que estaríamos prontos para escolher se devemos ou não votar? E como funcionaria a barganha política? Consultei alguns colegas de trabalho. Respostas diferentes para o mesmo questionamento. Apenas uma minoria acredita que o número de votantes diminuiria, mas que a iniciativa livre, expontânea, limitaria a coação e a chantagem.

Eu pagaria para ver, e você?

Ressaca eleitoral


Qual é a melhor receita para curar ressaca eleitoral? Deve ser caseira, homeopática ou alopática, doses gigantes de civilização?


Depois de responder inúmeras vezes sobre quem iria votar, agora o questionamento é o que você espera do seu candidato eleito? Então a receita é caseira, mas por favor, sem chás de cadeira, de omissão, de esquecimento, de burocracia.
A propósito: o que é pior do que burocracia? Aquele interminável caminho de papéis, de consultas, reuniões, debates, tem gente que faz seminário até para construir uma parede.


Mas, de concreto que eu espero a partir de agora? Bom, o melhor é bom senso.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...