Confraternização


Estamos vivendo a época das confraternizações. Confraternizar-se tem a ver com abraços, risos, troca de presentes. É o prazer de estar junto ganhando corpo. Mas, nem sempre é assim. Também lembra exaustão, são tantos convites... Para algumas pessoas a idéia é cansativa, deprime, decepciona.


Por que isso ocorre? É a correria dos dias, o mês de dezembro é como se fosse sábado todos os dias. E não é ótimo viver em festa? Nem sempre. Há pessoas que ficam exaustas só em abraçar e apertar a mão de tantos outros. Existe um certo ranço no ar. Mas, numa época de fraternidade?


Ser fraternal nem sempre é oportuno. Isso soa como um absurdo, mas é o que dá para sentir conversando com algumas pessoas. Se existe dificuldade no relacionamento do trabalho esse seria o momento para dar uma relaxada e vê o colega de trabalho de outra forma. Mas o difícil quando não se gosta muito de alguém é relaxar a guarda. A data é o convite que se repete a espera da nossa vontade.

Ser fraterno não é apenas desejar Feliz Natal. É abraçar a idéia, e por que não, o outro também. Bom, se não consegue estender o braço, pelo menos, pensar na possibilidade de um dia, quem sabe...

Amizade é um direito humano


A amizade é um dos raros prazeres neste mundo terreno. A vontade de fazer amigos é tão grande que para nós não bastam os que estão conosco no dia-a-dia, presentes nos momentos de angústia, nos de alegria, nos oferecendo conforto e enxugando lágrimas - temos ainda os virtuais, que a Internet nos proporciona.


Os amigos virtuais nos brindam com o seu tempo e suas palavras expressas. É o caso do professor da Bahia, o autor do Burro Falante, Eduardo Andrade; e do poeta Ivaldo Gomes, que costuma me enviar Poema com manteiga, um movimento criado por ele para distribuir poesias, as quais utilizo no encerramento do programa Gonzagando, uma homenagem semanal que a rádio FM Assembléia faz à memória do Rei do Baião, Luiz Gonzaga.


Emocionei-me com Os lençóis Molhados de Fátima texto escrito por Eduardo Andrade. Apreciei a análise que ele fez e acerta quando diz que escrevo sobre as minhas nóias sem dificuldades. É mesmo! E Ivaldo Gomes lembra-me Marighela, no dia em que se comemora a luta pelos direitos humanos. E cada vez mais penso no quanto equivocados somos: quanto mais buscamos amizades, ainda alimentamos a cultura de violar os direitos nossos, portanto, humanos.

O primeiro mouse faz 40 anos





A tecnologia é fantástica. Um dia desses, como diz o meu pai, estava teclando com força no mindinho a letra A da máquina Olivetti, companheira de todas as horas, parceira de muitos textos que me renderam salários mensais. Quando o computador apareceu na minha vida, não tinha mouse. Depois de levar uma pequena surra do insert - fiquei louca vendo as letras num processo de autofagia sem fim - até descobrir que bastava teclar a danada e resolver a questão.



Fiquei craque no Ctrl B para salvar tudo. Até hoje faço assim. Respiro o final da frase e já vou salvando que não confio nesse bixim. Mas, como dizia, a tecnologia é fantástica, o papel carbono me dava cópias que não achava borrada e nem ficaria com inveja da impressora laser de hoje. A gente precisa aprender amar as coisas que nos dão vida.



Acabo de ver o primeiro mouse e informações dando conta de que o nosso ratinho vai nos deixar em breve! Seria um adeus à LER? Iremos nos adaptar com certeza, considerando que somos seres miméticos. Num passado de iluminismo os grandes filosofos escreveram com pena sobre os pensares que nos auxiliam até hoje. Da pena ao mouse, o homem pega emprestado os animais para dar nome à tecnologia de ponta.



Seria um indicativo no futuro de coisificação generalizada?

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...