Com cem anos


Em 2055 farei 100 anos. Será que há razões para comemorações? Eu tenho certeza de que nessa data não farei o bolo, não convidarei amigos para tomar umas e outras - acho que serão apenas outras - mas, provavelmente, os bisnetos poderão encontrar velhos livros com anotações.


Como guardarei os meus escritos? O Google já terá passado por inúmeras transformações. O sistema de busca deverá ter um baú de blogs e este espaço quase diário vai ressurgir e mostrar o meu sorriso na camisa listrada?


Ao longo dos 53 anos - farei 54 no dia quatro de março - grafitei números na tabuada, letras no caderninho de caligrafia, e agora, teclando dígitos na composição regida pelo cursor. O papel carbono foi meu aliado para escrever em várias folhas simultaneamente; o disquete copiou textos e hoje escrevo virtual.


Como será decifrada a memória em torno de mim, do que sou e do que deixarei de ser?



Um comentário:

Eduardo Andrade disse...

Certamente, este seu mundo será pesquisado por muitos que apreciarão o que é bom!

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...