"Ihhhiiieeeeeeeeeeeeeeiiiiiiiiii!!!"



Eu não vaiei o sol, mas deixei que contassem a estória -acho que aqui é história mesmo.


Não fui à Praça do Ferreira, gritar o "Ihhhiiieeeeeeeeeeeeeeiiiiiiiiii!!!" caracteristicamente diferente do cearense moleque.


Mas faço careta para o sol todos os dias.

Nos galhos


De vez em quando sou assaltada pela idéia - nem sei se feliz - de ser reconhecida na arte. Cismei que era artista desde o momento em que me despia das vestes domésticas e fazia do cabo de vassoura um microfone. Era a voz mais suave e forte que um ouvinte poderia exigir.


Nos versos arriscava a inspiração da adolescência. Nos galhos das árvores do quintal, balançava as pernas num bailar frenético no palco suspenso.


O mundo tão extenso não chegaria jamais aos meus pés, mas com certeza estaria nele com louvor. Nem sei se vale a pena a fama desejada na época precursora dos meus sonhos.


A propósito continuo no cabo de vassoura varrendo lembranças singelas, que me fazem sorrir sem saudades; não mais me arrisco nos galhos das árvores hoje objetos de contemplação; mas continuo sonhando, sem desejos de aclamação. Ah, como é bom ter pés no chão.


Futurando


O meu maior medo de morrer é morrer de saudade da Terra. É por isso que eu peço a Deus, não me mate enquanto eu acreditar que o meu tempo é irremediavelmente finito.


Diante da súplica, o que faz o Criador? Devolve-me corpos variados e eu, vendo-os descartáveis vezes inúmeras, continuo na prece ao Alto: Senhor dai-me vida longa. Ele me mantem respirando ares espirituais, navegando em mares além dos sete terrenos. Diante de tanta fartura universal, quedo-me na pequenez no desejo de voltar à Terra.


Aqui embaixo, olho para o Céu e só vejo estrelas, bem à distância o pensar de que sou uma delas, com luz permanente, embora não pisque a fé para vida futura.

Agendando


As agendas sumiram? Deixaram de ser o objeto preferido de presentes nos finais de ano; no início do ano e subiram de preço! Hoje, a agenda está no computador, que alerta, que avisa e se possível fala para você o quanto é importante lembrar o aniversário da amiga.



A propósito tenho uma falha memorial enorme: não guardo nomes e muito menos data de aniversário. Isso já foi motivo para melindres de amigos meus que não esquecem o nome e muito menos a data do meu aniversário. Antes, até que disfarçava (mentia mesmo) sobre o tema, mas hoje, fazendo curso intensivo de lealdade de mim para mim mesma, xô mentira! Tô ficando idosa, não mentirosa.



Mas, falava sobre as agendas coloridas, cheias de folhas nem sempre com anotações ou borrões. E aquela chatice de repetir os nomes, os números de telefone e endereços eletrônicos. Já viciada no Ctrl C - Ctrl V, quem quer escrever? E além do mais, todo mundo muda de celular o tempo todo. Talvez agora seja menos com a tal da portabilidade.



Mesmo assim gosto da agenda. Ela é preciosa para as anotações de última hora, um aviso importante... o diabo é que esqueço qual foi a página que escrevi a nota que merece minha atenção. Mas, para isso precisamos de papel, não é verdade?


Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...