Chuva na Cidade



Fortaleza está molhada, praças mais verdes, resistindo ao vandalismo. A chuva não causa transtorno. Inunda a vida. As águas em abundância rasgam as ruas, invadem os lixões, assustam os homens, inclusive os que sujam.


Costumo fazer limpezas na bolsa quase que diariamente. Dali retiro papéis de anotações os quais levo para reciclagem no trabalho; e de alguns bombons e balas, que me nego insistentemente de jogar fora.


Não sou a cidadã que a cidade merece, sorridente vizinha de calçadas pelo medo de me expor, contudo, tenho consciência de que o lixo amontoado não saiu da minha casa.


A Fortaleza que me viu nascer cresceu mais rápido do que eu. É um mundo de ruas, ruelas e becos. Falo da periferia visitada ontem à tarde. O que poderia ser um passeio agradável, foi um desafio desviar dos buracos, do lixo, e das pessoas que não tem calçadas para trafegar.


Eu gosto da periferia porque a gente vê os rostos das crianças, das mães avisando sobre o perigo dos carros, bem diferente dos bairros onde residem os que têm salários melhores, que apenas nos oferecem muros altos e cercas elétricas.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...