Sem flagelos



O nordestino sempre foi conhecido como flagelado. A palavra ainda é repetida na TV do sudeste do País, agora por causa das enchentes. O termo significa flagelo, sofrimento. Mais conhecidos como sedentos, agora somos os alagados. O tratamento mudou com relação à solidariedade?


Ser solidário com a dor é bem mais fácil do que olhar e ver pessoas iguais. Digo isso, porque os conhecidos retirantes, que ajudaram a construir os grandes centros, sempre foram vistos dessa forma. É o olhar vesgo de uma realidade que pode atingir a qualquer um.


Diferenças físicas territoriais são bem fragéis diante da necessidade vital de harmonia, que a humanidade precisa acreditar que existe. Está meio perdida diante de tantos equívocos que promovemos. Mas, existe.


Flagrantes




Diz o evangelho que não "podemos chamar de nosso, o que outro pode tirar sem a nossa permissão". Ou seja, tudo o quanto é material. O que se conquista fica conosco, são ganhos de uma vivência contínua.




Fiquei cismando o pensar depois de ouvir de um colega de trabalho, um emocionado depoimento de um dos desabrigados do nosso Ceará. Móveis, TV e geladeira, a gente compra. Mas, as fotos dos meus filhos foram com as águas. Está tudo perdido.




Lembro que cheguei a rasgar fotos em momentos de frustração. Fragmentava momentos únicos. Hoje, guardo até aquelas que me constrangem. São pedaços da minha longa trajetória: risos, caras e bocas; abraços; beijos e, sobretudo, um tempo inigualável.




O dia seguinte...


...de todas mães é uma rotina normal. Ou seja, um misto de muito trabalho e prazer. No início, o medo da dor do parto; os cuidados com a saúde do bebê. Desde cedo, a mãe é um grande condomínio. Ali, dentro de si, um ser cresce, mexe e acorda cedo, numa estirada de perna que afasta as costelas. Muitos deles, preferem a costela direita.


Depois as noites em vigília. Ser mãe é esquecer que dorme! São horas intensas de baladas de choro, mamilos inchados... Olhos de mãe, quem olha pra eles? Vivem marejados: de preocupação, de emoção...


Eu fiz o curso intensivo de amar três vezes. E não abro mão disso. Pequenos são os nossos bebês; grandinhos, pessoas que precisam conhecer com rapidez para poder acompanhá-los; adultos, companheiros.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...