Pensando, pensando ...

Um novo tempo! Estava cismando o pensar a respeito da novidade temporal. O que é ser novo, estar mudando, se somos sempre agarrados a tantas cismas?

Eu sempre fui questionadora porque as respostas sempre estiveram em falta. Ou será que não as percebo? E se a percepção não é bem vinda?

Sempre escolhemos e nunca aceitamos administrar as consequências. É o tal de sempre pedir e sempre obter e nunca aceitar. Ser humana as vezes é tão desumano...

Só algo que nem pisco é na decisão de que devo construir algo bom, mesmo que nem perceba o ato. E aprender a questionar sem julgar.

Época de balanço

Há coisas que só compete a Deus saber e Ele sabe, conhece-me melhor e como pai atencioso espera que com as quedas eu aprenda a levantar. E não é que dá certo?

Há coisas que só compete a mim saber e eu estou tomando consciência do caminhar lento e progressivo nessa esfera, que gira sem que eu perceba.

Há coisas que só aos outros competem: acreditar que eu posso ser útil.

Há coisas que só as paredes importam: os quadros da vida que cristalizei.

Há coisas que só ao tempo compete: a valorização da história minha por aqui, mais uma vez, não sei quantas.

E não há qualquer coisa que não me diga respeito quando se trata do ser.

O balanço das ações não são coisas para estarem aqui.

2011 não é mais um tempo de envelhecer e saltar para 56 anos. É mais uma oportunidade. Que Deus permita-me ser dócil.

Luz

A luz vence o cansaço. Dentro do carro, pernas encolhidas, louca por um espreguiçar, alegro a vista com as micro lâmpadas piscando, desenhando, enroscadas em galhos verdes.

Amo esse periodo em que a cidade se veste dizendo aqui tem Natal. Fujo das lojas tumultuadas, promoções tentadoras, a máquina do cartão insultando-me, mas ter crédito não significa dinheiro. No aeroporto, o susto do voo cancelado, um desânimo estampado em muitas faces. Planos ao chão.

O mês de dezembro promete sobrecarga emocional. Todos saem de casa e lotam restaurantes, bares, são as confraternizações sem fim. Vista de cima, se pudesse, a multidão diverge em opiniões, mas converge com o mesmo sentimento: estar perto de alguém.

Sinal aberto, os pisca-piscas ficam atrás,  insistindo por um olhar para iluminar.

Liberdade

Sempre se encontra num texto um recado entre as linhas. Há sempre um chamado para fechar os olhos e sorver com prazer - como o primeiro gole do café da manhã - aquele sentido que só quem lê  percebe. Nem sempre o autor consegue alcançar o efeito da letra.

Nem sempre escrevemos o que lemos e nem sempre lemos o que traduz a palavra. É uma interpretação íntima, individual. Nesse caso, o leitor passa a ser o autor da frase. O texto se completa com a definição que se alonga ou é abortada.

O que importa é continuar expressando o pensar, porque não se prende a espaços, por maiores que sejam.

Pro sol

O mês de dezembro sempre vem com luzes. Gosto de deitar o olhar nas vias, querendo acender o coração com a força luminosa que nos impele a data. Na sua maior tradução, tento ser cristã, amar as pessoas e percebo que nem sempre consigo estender o olhar fraterno.

Temo a coisificação que contamina e me enche o peito de dor. É como estar em chamas e sentir a ardência fatal, sem que o menor gesto  possa extinguir a vontade de tudo largar. Daqui a pouco vamos cantar o ano que passa e os novos tempos, que darão continuidade ao pensar infindo.

Cada dia que passa é uma oportunidade que devo me agarrar, crendo na infinita compreensão do Alto. Aqui faço coro a música tão bem interpretada por Milton Nascimento ... dor não te escuto mais, você não me leva nada. Ei medo, não te escuto mais, você não me leva nada. E se quiser saber pra onde eu vou, aonde tenha sol é pra lá que eu vou...

A poesia, sem dúvida, é o maior alento do terreno homem.

Chama(ndo)

Ainda não havia postado letras do pensar nesta semana. Não foi por falta do assunto, o tempo se esvai entre as ocupações diárias e a mente acumula ventos, que se transformam em tempestade de ideias. Tenho percebido o recurso de leitores anônimos nos recados em outros blogs e questiono, sobretudo, essa participação evasiva.

Quando emito opinião, quero ser identificada, porque se assim procedo quero respostas. O anonimato, antes de ser um "esconderijo" é uma bala perdida, que não isenta o autor do disparo. Pode não ser reconhecido, mas existe.

Onde há fumaça, há fogo diz o jargão preventivo. A fumaça, em muitos casos, é a impertinente forma de avisar que a lealdade continuará acesa, enquanto a cumplicidade tende a se tornar cinza.

Letrando

As letras estão com saudade dos olhos que as espreitam, que colhem o significado, a cor do sentido.

A palavra sente falta das companheiras para melhor uso.

A  frase em constante conflito com a reunião das letras, tenta ser explícita com ajuda da pontuação.

A virgula não se entende com o ponto e vírgula, que para ela vive em cima do muro.

O paragrafo coordena o conjunto fraseado para as transformações que vem a seguir: redação, narração, artigo... lead(?) Oh, quem vai ai para a primeira posição?

Sim... por que não?

Tenho vivências suficientes para perceber que o Não é mal utilizado. Há pessoas que iniciam as frases com a negativa: não é que eu estava... não, é isso mesmo que quero ... não, pois é...

Esquecem que o Não sozinho fala por si mesmo. Não depende das reticências. Basta um ponto para tudo informar.É por isso que o "Mas" insiste em acompanhá-lo, numa categórica cumplicidade explícita porque também busca o Sim.

O Sim é uma porta aberta, escancarada enquanto que o Não é restrito. Um é verde e outro vermelho. Na linguagem humana, o primeiro significa vá em frente, enquanto o outro determina parar. As duas ações nos impõem sistemas de escolhas que devem ser rapidamente compreendidas.

Criações humanas para limitar a indisciplina. Com um olho aberto e outro fechado, sigo em frente, com um pé na passado, os dois juntos no presente e um salto no futuro. Sim... por que não?

Verdades

Sempre busquei ser verdadeira sem me dar conta da possibilidade e das consequências.

A minha verdade de quando criança era crescer, ser adulta. Uma vez grande eu queria, na verdade, não ter que estar ali.

Hoje, aqui, a minha verdade é ser dócil. O azedume sempre me perseguiu. Por isso, eu agradeço a todos aqueles que me irritaram e irritam. A acidez precisa de estímulo para buscar o adoçante.

Mente

Estava cismando com o escorregadio pensar, que oscila entre a fé e o desespero. Nada mais é solitário do que desacreditar na Providência Divina. É descer no abismo sem o atrito e o amparo de um galho oportuno.

Eu preciso da consciência íntima de que a ajuda está além da compreensão pois que chega  no momento certo. A misericórdia nunca atrasa. O pensar é que se adianta, corre sozinho, sem freios, destrambelhadamente, vendo obstáculos os momentos de reflexão.

A mente não é ociosa é mal empregada.

Paralelas

No trânsito das ruas da vida é de bom alvitre manter distância disciplinar para evitar choques.

As mais danosas batidas são as que a amizade em movimento negligenciou.

Sai mais barato pagar o pedágio da prevenção.

Caminho livre

Há aqueles momentos em que nada ocorre que mereça letrar aqui. E justo agora o vago é preenchido por si só. Uma imagem ajudaria se fosse o caso, mas a imaginação tem cor que o artista nem sempre é fiel.

O pensar me transporta sem cobranças, sem semáforos, sem cruzamentos, mas com batidas de ideias. Nelas surto-me teclando numa vontade sentida sem pressa para não avançar os ditames da lógica. É o trânsito num trafegar de veiculos abarrotados de lembranças.

O pensar sempre avança além do condutor.

Tempestade

Na convivência que busco pacífica, quero ser a rocha recebendo a força do mar, lembrando que em muitos momentos, fui a fúria da onda.

A areia da praia é firme apesar de estar em movimento contínuo.

É na praia que o mar encontra asilo, não importa a intensidade do vento.

Sinais

De vez em quando tenho sinais do amadurecimento. Um deles, finalmente visto, é deixar o outro caminhar com suas pernas, mesmo pedindo apoio.

Aliás, apoio só é bem vindo quando solicitado.

Amadurecer é esperar o momento oportuno.

Outro sinal é sofrer apenas com males que suporto.

Os males do outro devem ser experienciados pelo outro. E quando concordo com tudo que o outro diz é porque não estou lhe dando ouvidos.

Adisiando

A rádio FM Assembleia tem recebido semanalmente a visita de alunos de ensino fundamental. Eles vêm conhecer o painel Narcélio Limaverde, que conta a história do rádio no Brasil. Os 17 metros de história nem sempre são olhados com a curiosidade que defendo.

No entanto, ao lembrar da adolescência certifico-me que nesse período, o nosso olhar é amplo e aparentemente disperso. Como diz Leon Dennis, a adolescência pode ser comparada a uma grande floresta. Cheia de vida, temperança e com muitos frutos ainda a amarelar.

O painel tem a cor do passado com o brilho do presente. Quem não tira os olhos de mim é Adísia Sá, a minha professora de sempre. Gosto de conversar com imagens. Sempre estou lhe perguntando sobre algo e chego até a ouví-la dizendo: "Abreu, a pior censura é a que você pode fazer a si mesma. Não se auto-censure". Conselho ouvido, conselho posto.

O diabo do um mais um

Estava vendo o celular sempre ao lado e à mão. Uma imagem guardada no cartão de memória foi transportada para o e-mail. Durante o transporte de poucos minutos, o sorriso não amarelou, continuou firme, assim como parece o teu ombro sustentando a minha cabeça. De repente, lembrei da segurança que sentia, mas não fiquei triste.

A foto não ficará rota, mas a esperança de um convívio sim. Sinto falta do companheiro esquecendo-me que as relações em muitas ocasiões são transportes e nós as bagagens que podem se extraviar sem ninguem para reclamar.

O pensar lateja, reclama, mas reconhece que hoje num encontro fortuito se o olhar não corresponde ao humor merecido, nada tenho que remendar.

Informações na urna

Estou sendo atacada. A minha caixa postal está carregada de e-mails a favor e contra os presidenciáveis da República do Brasil. E eu, que continuo em dúvida, duvido que o medo de cometer mais um erro, me deixe tão cedo. As inúmeras informações de quem fez e o que faz e o que promete bombardeiam o pensar.

Estava matutando uma forma de escapar do assédio, mas não posso bloquear amigos, são os meus contatos favoritos. E se apagar todos sem ler? A curiosidade não deixa. Só há uma forma de "escapar" é dar ouvidos aos mensageiros que a prece sempre costuma trazer.

Deus ajude-nos e auxilie com a luz do discernimento e da sensatez o eleito.

Criancice

Hoje sei que deixei a infância para longe.

Nesse esconde-esconde perdi a conta do tempo.

Quem dera gargalhar chorando como das outras vezes, que para isso bastava ganhar um bombom.

O pequeno é grande

O sonho do pequeno é ser grande. E ser pequeno é o pesadelo do grande. Este pensar me veio socorrer as inúmeras reflexões neste momento transitório da política. Nem tanto nem tão pouco tem sido a medida do bom senso. Eu não gosto de lamentar, mas a natureza do reclamar tem me acompanhado ainda.

Como pessoa abraço todas as boas ideias, mas como eleitora sou cabreira. Acredito que dias melhores sempre virão, até mesmo para os incrédulos. Aprendi com o tempo que tudo o que nos ocorre é absolutamente necessário para entender o universo dos acontecimentos. Nessa escola, toda a lição é aprendida de acordo com os nossos interesses.


Quer saber pra quê?

Sempre fui perguntadeira. Queria saber sobre tudo e depois de ouvir as explicações ainda vinha o por quê? E tinha como resposta quer saber pra quê, hem?

Resposta sábia dos pais que serve de lição até hoje.

Sempre quando vou divulgar algo na mídia pergunto-me com qual a intenção. Toda informação é intencional.

De lua

As vezes me sinto médica, quando sou exortada a tratar alguem que sofre. Noutras, sou a própria essência que provoca a saude.

Às vezes, sou professora e sirvo até de modelo. Noutras, não consigo um só ouvido de atenção. Às vezes, sou aluna dedicada, com os deveres em dia. Noutras, fujo da escola nos caminhos de escolhas vagas.

Ás vezes, o medo toma conta e me escondo entre os pensamentos que assustam. Noutras, a tranquilidade habita-me e experimento a paz que julgo ter.

Às vezes sou admirada, noutras vaiada e experiencio a dor da rejeição. Só que neste momento, é o meu melhor aprendizado. Se pensa que desisto, olha só a prova atual que estou respondendo.

Garras

Estava lembrando os apelidos que costumamos ouvir quando criança. Neste periodo da vida somos tão leais aos nossos sentimentos que chega a ser cruel. Ainda bem que a gente cresce e freia esse manifestar intenso. A ideia era ser engraçado, no entanto, quando a piada apenas faz rir o autor, o momento exige reflexão.

Em casa, por conta do cabelo grande, era chamada de cabeluda e quando defendia os meus interesses de onça. Ficava igual ao animal, super braba. Pelo menos era assim que o via.

No entanto, hoje, a definição não me feriria. A felina linda, tem garras, liberdade de uma selva verde e nada fez que se arrependesse.

O Adão não tem tantas costelas assim...

Com o passar do tempo, as vivências me constatam que todos temos razão em qualquer circunstância e por qualquer motivo. Isso, porque vemos o mundo com a bagagem que adquirimos durante a viagem.

Com isso, constatei que não sou apenas uma costela do corpo do homem. Sou uma constelação e nesse universo tenho luz própria.

Acredite, não é mais um discurso feminista. É a certeza de que sou criação divina.

Dia do radialista

Quando decidiram que o dia 21 de setembro é o dia dedicado ao radialista, eu nem tinha chegado por aqui na atual roupagem. Ou seja, quando vim muito já havia sido resolvido e eu, em meio aos livros deliciava-me no desejo de ser correspondente. Longas matérias, reportagens especiais e jornalismo científico. Este era o meu foco. E no ar da imaginação vivia. Nem me tocava que do ar não sairia por muito tempo no imaginário.

 Fazer rádio é estar no imaginário. Sinta a experiência. Você, numa sala, escrevendo e conversando ao mesmo tempo com alguém que não conhece, mas que sabe ser interessante a informação. E nem nos catamos para saber se é pretensão. Afinal, radialista, jornalista tem como meta informar. E a propósito: o presidente Lula assinou decreto mudando a data da comemoração do dia do radialista para sete de novembro, lembrando o nascimento do músico e radialista Ary Barroso.

Sinais de fumaça

As noites de sextas-feiras são apenas horas que antecedem o sábado, o dia que seria para descanso. E o que é o descansar senão o resfatelar-se diante da obra feita?

Graças a Deus tenho com  que exaurir energias, que se renovam a cada fazer. Isso tudo é pra desejar bom fim de semana com muita poesia.  Isso, porque no planeta Terra só não é poeta quem não tem um pé na letra e outro na ponta do dedo.

Até segunda-feira, usarei o twitter fóssil, que mandou bem o seu recado à época.

Pra acordar

Sonho é um desejo que dorme no tempo. É um querer a longo prazo com iniciativas de curto prazo.

Um tropeço no caminho e a esperança amarela. Mas, como nem todo fruto doce é vermelho, é preciso também morder os cítricos.

A vitoria é o doce. Lembro, quando menina, os discursos de estímulo para falar a verdade ou atravessar a tensão do medo: Dou-lhe um doce se você acertar.

Acredito que só aprendi a identificar o amargo depois de ter provado do mel.

Tempo

Nós deveriamos contar o tempo na Terra em números pares e sermos ímpar nos momentos de quietude.

Existe algo mais terno do que calar a boca enquanto seguramos a mão de alguem, com o olhar na mesma direção?

Dizem que o tempo voa e as ideias também, enquanto a ação cai em desastre.

O pensar cisma nas ondas muito além da periferia dos acontecimentos. Agir é um trabalho progressivo que começa muito antes da concorrência dos ponteiros.

Matar o tempo é pular sequencia.

A paixão é redonda

Medindo a paixão como se fosse uma bola. Durante a partida é uma disputa sem fim, os chutes fazem parte com machucados, contusões. Gente, um coração contundido é uma demonstração de que o campeonato está apenas começando. Aí, vale xingar à vontade. Nem interessa quem é o culpado - ah, sim no jogo alguém precisa perder porque o certame depende disso.

Vamos na onda da torcida:  menina vai que é tua, o cara tá a fim.... eeeeeeeeeba. Afinal, quando a torcida sai e só fica você diante do trofeu, quem foi mesmo que venceu? Neste jogo, é bom ter um técnico para garantir o respeito às regras. A mulher que vive com "regras", está sempre em busca das exceções e aí o penalti pode ser apenas um momento para troca de jogador.

Mas, na linha de fundo, eu quero mesmo é balançar na rede com um atleta da paciência, que pisa com determinação no gramado da convivência e se satisfaz em compartilhar a chuteira.

O diabo do self

Eu, que de anjo apenas antevejo a primeira "pena" de uma asa, vivia embirrando com o tal do self. A psicologia atrapalha o pensar. Certa feita, uma psicóloga sentenciou: "mãe pode tudo, inclusive matar!". Assustou você? Imagine o que senti.

Ontem, com a TV, a companheira fiel do quarto - está sempre ali disposta a me entreter, informar, só fala quando quero o que a torna não só fiel, mas também quase ideal - vi O Divã, filme com Lilia Cabral. Recomendo.

No momento em que escrevo este post, no trabalho (é... tô matando um tempinho) descobri que o divã é um grande ouvido.  O diabo, é que sempre estamos com alguém sem audição. Só tem olhos para as nossas formas. E isso, nem sempre porque as mulheres rebolam à sua frente. E o alguém nem repara a causa que são as pernas tortas que dão equilíbrio a bacia, que acomoda a semente.

E o pensar lateja, lateja... até nos resolvermos é provável que alguém resolva ficar.

Tic tac

Gosto de olhar pela janela a paisagem que o mundo oferece. Vejo partes que o olhar alcança e viajo na imensidão de um horizonte sem linhas.

Ocupo um transporte sem bilhetes. Paro na presença cobradora do relógio. Isso porque o tempo é uma dádiva divina e a hora é uma invenção humana.

Fundo versus forma

No fundo, no fundo, gostaria de mudar tudo, mas como não posso pinto o cabelo.

Não, não estou mais clara. Hoje sou parda, que quer dizer quase morena, quando o sol me pinta.

A forma como me apresento, não sou eu. Se você acha, isso é com você porque nem sei exatamente o que sou.

Pertenço à uma época em que para ser bonita, tem que ser magra, cabelos chapados, unhas azuis ou amarelas; boca carnuda, malhar e ser malhada. Ufa!

Além disso, tenho este blog, absolutamente democrático que suporta os escritos. Isso, porque ter um diário não significa escrever todos os dias.

Dieta ou fome?

Depois de tanto ver apelos para ser magra, magérrima, em todas as mídias, penso que entre nós existe a cultura de passar fome.

Os supermercados abarrotados de alimentos continuam vendendo e tendo lucros porque o culto `a magrelice não obtém êxito.

Ora, ensinar a passar a fome a quem dela tenta fugir não seria um insulto `a condição humana? É muito fácil deitar normas dietéticas para quem não ter o que comer não é exceção.

Muda

Cada dia certifico-me que tenho mais liberade quando escrevo.

Porque ninguem me manda parar de teclar. Diferente quando falo.

Política e emprego


Política é empregar o tempo para melhorar o coletivo. Não estou falando de ônibus.

Alguns candidatos distribuem bolinhas vermelhas cortadas pela metade. Não dá. Tenho sinusite.

Luta

O verbo lutar está ganhando audiência no horário eleitoral. Só perde para o verbo votar.

Acredito no voto, mas não sou do tipo bélico, se é que você me entende.

Google

A Internet é o meio mais democrático de aprendizado inventado até agora na Terra. É a nossa biblioteca disponível a qualquer momento. Variada, rica, generosa, não importa se bem ou mal utilizada. E o Google, o bibliotecário capacitado, operante, de uma rapidez admirável.

Na minha profissão, em todas as horas de trabalho e até de bobeira, valho-me desse "funcionário". Por trás da marca Google há uma equipe que merece ser destacada aqui.

Tiro chapeu, desfaço as tranças e agradeço. Como seria conhecida nesse virtual mundo da realidade nossa?

Declaração

Se fossemos sinceros com o outro diríamos olhando nos olhos, prendendo a respiração na cor da íris:

Não sou a pessoa que você sonha, mas estou disposto a acompanhá-lo(a). A pessoa que você sonhou não existe. É uma projeção sua do ideal de companheiro(a).

A beleza que vê em mim é passageira. Não me olhe doravante apenas com desejo, para poder admirar as marcas do tempo que passaremos juntos.

Tente me encontrar em meio ao infortunio da dúvida. Não se agarre na certeza de que poderemos seguir estradas paralelas, no entanto com um aceno de encontro final.

A Doutrina Espírita despertou-me para o lealdade do sentir. Por isso, a reação do encontro do companheiro nem sempre será apenas sorrisos, porque brigar também pode ser uma forma de declarar que me importo.

Etapas do amor

Quando menina precisava do amor proteção.

Adolescente apostava no frio na barriga, no coração aos saltos.

Mulher feita absorvia a ansiedade de um sentimento profundo, arrebatador.

Madura, aceitando a calmaria da resignação de que é necessário amar sem que dependa da pessoa. É o amor cantado por Mário Quintana. Mas, a percepção foi exclusivamente minha.

Quando a velhice chegar quero aprender a amar-me para esparramar esse sentir sem dores no mundo.

Informatizada


Estou ficando cada vez mais informatizada. Aqui, agora, diante da tela do computador, com os dedos no teclado escrevo o pensar sentido. Fico o tempo todo lembrando que pessoas diferentes vão ler e cada uma terá uma reação diferente. A pior é a indiferença.

Mas, o pensar corre solto, o falar danado também e o sentir vai se restringindo a administrar o que rola. Depois de muito falar descobri que sou ruim de conversa. Adoro ser ouvida, mas ouvir eu não sei. Principalmente quando o tema é sentimento. Sabe programa de computador quando você tenta acessar e deixa escapar uma letra, por mais insignificante que seja?

Pois é,  emperra, não baixa, não abre, não visualiza, não abre, não salva...

Cuidados


As músicas românticas que falam do amor - dentro da visão estreita nossa - lembram apelos para vida doméstica da mulher. Estava há pouco ouvindo a letra da música Abandono gravada por Roberto Carlos na década dos anos 1970.

A letra fala de uma mulher que parece pretender voltar pra casa depois de ter largado o companheiro. Pelo que entendi, e se ela existir, com certeza não vai voltar. A natureza feminina é organizada, gosta de limpeza não e a toa que a gente vive esfregando chão, paredes e cozinhas...

Mas, você que me lê agora, correria para se encontrar com alguém que propõe que caso volte, cuide apenas de você e não faça espantos (Se voltar não faça espanto, cuide apenas de você) e em seguida sugere que cuide da casa, limpe tudo?

Se voltar não faça espanto, cuide apenas de você(como?)


De um jeito nessa casa, ela é nada sem você

Regue as plantas na varanda, elas devem lhe dizer

Que eu morri todos os anos, quando esperei você

Se voltar não me censure, eu não pude suportar

Nada entendo de abandono, só de amor e de esperar

Olhe bem pelas vidraças, elas devem lhe mostrar

Os caminhos do horizonte

Onde eu fui lhe procurar

Não repare na desordem, dessa casa quando entrar

Ela diz tudo que eu sinto, de tanto lhe esperar

Envelhecência


Às vésperas das seis décadas, concluo - é precoce, mas assim faço - que o ímpeto da adolescente em querer dizer tudo o que pensava não era estratégico.

O código de convivência ensina-me que o pensar deve fluir no espaço da mente e a boca deve liberar apenas - já com edição - o que o outro gostaria de ouvir.

Mas, como não sou precoce, sou retardada, continuo adolescente.

Ser mãe é padecer na chatice


As campanhas de desarmamento que têm como alvo as crianças e os adolescentes fazem lá sua parte. É verdade, é preciso fazer algo. Mas fico cismando o pensar com relação o que passa na cabeça dos pais quando escolhem uma arma de "brinquedo" para o filho.

Nos filmes de bang-bang as crianças convivem com armas e violência e ganham arma de verdade. Na vida real quando a TV é a babá de quem não consegue contratar um profissional de confiança, a morte não é ficção. É verdadeira.

O pior de tudo é que a cada dia matamos oportunidades de conversas, que podem até ser os antigos sermões- acredito que mãe tem que ser necessariamente chata - ou puxões de orelhas. Sou do tempo "que se cortava o mal pela raiz", argumento doméstico que funcionava sempre.

Sufrágio

Antes de votar não acredite em tudo o que ouve e, muito menos, em tudo o que deseja. Lembre-se que é mais uma oportunidade - mesmo que obrigatória - de permitir o direito cidadão.

Só pense em algo consistente sem dar ouvidos aos números, candidato adora isso. Afinal, é preciso respaldo para um planejamento.

E acredite: tem gente que promete porque não sabe realizar e outras que prometem, realizam, mas nem sempre foi o motivo do voto.

Sinais

Com o tempo que não para de passar, descobri que as cicatrizes nem sempre retratam a marca da ferida. Porque são externas.


Que a marca não explica a dor sentida.


O tempo ensina que sentir nem sempre é medir a distância.

E que caminhar ao esmo significa ter certeza de que onde chegar é o destino.

Sinais

Os sinais do tempo na face são os que mais se quer notar. No entanto, muitos outros se perdem, códigos nem sempre decifrados por conta da convivência com ações outras. No relacionamento homem e mulher por exemplo, nem sempre vem a luz o que está claro.

Não é o tempo que se deixa passar juntos, mas o que se aprende com isso é que realmente importa. As relações se desgastam quando deixamos de nos perceber. São esses sinais, pequenos indícios que se somam e iguais ao fundo de um filtro, diminuem o curso da água.

Quando digo que cansei, na realidade quero dizer que não estou mais querendo continuar, pelo menos do jeito que está. E nem adianta cortar o cabelo, mudar o perfume, porque a cor, o cheiro, o tom e a qualidade da essência se perdem no ar.

Para amar - pelo menos esse tiquinho que a gente se permite perceber - é preciso ser leal, sobretudo, consigo mesmo.

Vitrine

As vitrines são belas, convidativas e indispensáveis. Espelhos do desejo de quem olha e não pensa que são cartões de visitas das oficinas que operam sem parar, com muita imaginação e muito suor.

As vitrines são transparentes mas, reduzidas com relação ao tamanho do imaginário dos oficineiros.

Portanto, antes de se encantar com o seu colorido, tente identificar o obreiro porque a obra nem sempre retrata o artista na essência.

Sem oficina, sem vitrines.

Copa e eleição


As indicações dos nomes para sucessão do Governo disputam a importância com os jogos da Copa. Há comparações com relação ao tempo, justo que as eleições para a escolha dos mandatários da União e das unidades federativas, além dos representantes estaduais e a Copa do Mundo ocorrem a cada quatro anos, mas o impacto leva mais tempo.

Depois das comemorações dos gols, com o hexa conquistado, um outro grande desafio aguarda os postulantes aos cargos e os eleitores. As torcidas mudam de acordo com as conveniências e necessidades. Estar atento é preciso porque ser verde e amarelo nem sempre corresponde às cores das prioridades.

Contando

Recebi da minha amiga, Fátima Villanova, um e-mail tão gostoso! Apresenta as relíquias de ensino deste País. Gente, a taboada tem tudo a ver!

Foi nesse pequeno livrinho que aprendi as quatro operações. Por isso hoje não tenho dificuldade para trabalhar números. Lamento que muitos garotos e garotas estejam usando máquinas para calcular, esquecendo que o cérebro necessita trabalhar e que é muito mais merecedor de crédito.

Festas juninas

A poesia é infantil. Não podemos matar o tempo, correr para alcançar a idade madura porque até o sabor na língua muda. A canjica da minha infância era muito mais gostosa. Queimava a boca mesmo assim continuava sorvendo aquela maravilha, que minha mãe levava horas preparando.

Acompanhava aquela aventura culinária num afã que até hoje não entendi.Começava na feira perto lá de casa, na escolha do melhor milho que me era mostrado, lembrando a importância dos bons grãos e os mais verdinhos. Anos depois, minha filha Érica, costumava me corrigir: Não é verde mamãe, é amarelinho.

Depois em casa, vinha o debulhe. Era uma mão de obra sem tamanho ter que catar os cabelinhos da espiga. Mas a aposta maior era correr atrás da bonequinha de milho - a espiga ainda em formação com muitos fios que virava brinquedo depois.

Depois de retiradas as cascas da espiga, lavar bem para receber a receita da pamonha, a parte mais grossa do preparo. Ralar o milho era muito dificil e perigoso por isso cabia a minha mãe fazer com ajuda da minha tia Almerinda. Em seguida, retirar a casca do milho coando em um pano, misturar manteiga, leite de coco, coco e açúcar.

Tudo na panela e aí vem a etapa que eu me metia a ajudar que era mexer tudo, naquele panelão - sim porque depois de tanto trabalho tem que fazer muito para render até o dia seguinte. E haja tempo para ferver, para pegar o ponto.

A pamonha não precisava mexer, mas tinha que ajudar na hora de amarrar os pacotinhos feitos com a casca da espiga.

Hoje, a canjica do supermercado passa ao largo no sabor, no cheiro, na cor, no fazer, reforçando a necessidade de vivenciar todos os dias nossos.

Tô de mal

Conversava há pouco com o comunicador Narcélio Limaverde sobre invasão de privacidade. Aquela história de ex (marido, companheiro e afins) que insiste em continuar muito por perto... Ora, ora, quando nos separamos é pra valer. Sentimento e opinião iguais aos de Narcélio.

A conversa foi desenrolando para as sínteses das relações também na época da infância. Ficar de mal, apresentando os dedos indicadores colados pelas pontas e pedindo para o outro - o desafeto - corta aqui. Tô de mal. A cara emburrada era o indicativo para constatar a mal querência.

Na fase adulta - a que a gente fica mais tempo - aparenta até ser rídiculo amarrar a cara. Mas, fazer greve de fala para quem como eu tagarela aos quatro ventos, é uma mania que não largo. Pra que castigo maior do que fazer greve de fala? Enquanto isso, a mente se agarra a tudo quanto é desaforo.

Verde e amarelo

Os meus olhos sempre brilharam com o amarelo. A fé é tingida de verde. O pensar é azul porque não tem fim. 
Dá-lhe Brasil!

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...