O tempo não para. E eu?

Não é justo lembrar com saudade dos 20 anos, quando três vezes mais o tempo passou e aos vinte, apenas eu era uma explosão de sentimentos. A minha amiga e professora Adísia Sá chamou atenção para o fato de estar ligada ao aniversário dos anos, que fingem passar, mas que estão comigo. Sério? Nem tinha percebido, amiga perspicaz.

A saudade dos vinte veio com a reprise do filme Mamma Mia, que só assisto por conta da Meryl Streep, maravilhosa atriz.

Ser chamada de velha é o de menos. O diabo é que a envelhecência me deixa tão confusa quanto a adolescência, só que de forma muito mais contundente, porque no atual periodo, dei para refletir.  Deveria ser proibido - como diz o amigo Narcélio Limaverde, acentuando refletir é contraindicado para os maiores de 60.

Pois bem, na adolescência, com a efusão de hormônios, cobrança de boletim e uma vontade louca de ser adulta, eu nem era mais feliz. O diabo da felicidade deve ser uma dormência, uma embriaguez momentânea... porque sempre acordo, com a peste sumindo!

Pois sim, que venha a envelhecência com seus "issos"- eu já vi isso, já senti isso, ja passei por isso, já sabia disso. Só não quero é me atrapalhar demais com tanta vivência em novas experiências. Se são novas, prá que usar coisa passada para destemperar o prato novo que brilha, que cheira num convite à fome de viver a tal qualidade de vida tão decantada!

4 comentários:

Karina disse...

Que texto maravilhoso! Sincero e delicado. Um desabafo bem elaborado pelo cérebro e sentido com a alma. Amei. Curti!

Maria das Graças Cabral disse...

Muito difícil se livrar dos vícios! E um dos mais inerentes ao ser humano é refletir... E parece que quanto mais os anos passam, mais refletimos! Tudo cabe uma reflexão, mesmo quando sabemos ser contraindicado.
Seu texto, por exemplo, é uma reflexão que cabe reflexão. Beijo.

Anônimo disse...

O texto sobre velhice é muito inteligente. Cheio de humor e sabedoria. Eu já estou na idade dos issos... Escapar dela quem há? Abrs.Helenira.

Ismael Luiz disse...

Refletir sobre os anos vividos,é correr o risco de "revivenciarmos" atos ou fatos cometidos,embora dos mesmos não nos arrependamos.Quando me aproximo dos 60 (faltam só quatro meses),não penso no passado e,muito menos,no futuro,embora a vida me tenha sinalizado,por tês vezes,que está chegando a hora de voar.Que venha!

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...