Desde pequena aprendi que deveria conter as sensações. Fingir que não existe a raiva, por exemplo, como conseguiria?
Estava cismando sobre o sentir, encabulando os efeitos para não atingir o outro. Ora, se a raiva incomoda é porque todos nós a temos, bem no íntimo.
Acredito que a explosão é o vômito natural que deve seguir o seu curso. As consequências desse efeito vulcânico não dormem. Espalham destruição, acinzentam os relacionamentos.
Gostaria de ter no íntimo uma orquestra, cujas sinfonias espargissem do meu ser. E alegro-me com a imagem não menos colorida do que o vento leva. Terrenos temperados pelo magma sedimentam e fortificam as flores que virão. E dentro do possível posso visualizar a calmaria do regente da música que enxuga a tempestade.
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