Quero chá

Uma xícara de chá sempre lembra calmaria, com o olhar sem muita pretensão para a fumaça que se esvai, prometendo um gole quentinho. Nem  sempre vou atrás do sabor, só o calor importa neste momento. Aos poucos, o corpo aquece a partir da glote.

Quando garota viajava no tempo dando ouvidos ao som dos goles aflitos. Isso porque quando criança a gente tem sempre pressa para que o alimento faça a sua função.

Depois, uma mesa (não importa o tamanho), um livro aberto, canetas sem tampas numa aflita vontade de  espalhar a tinta sobre o papel em forma de pensamento. A fumaça é o transporte para uma viagem sem retorno.

O pensar que extrapola o papel encontra destino num olhar descuidado. Nem tudo que se deita em folhas levanta ideias.

A xícara foi esquecida e o vento arrasta as folhas escritas sem piedade, que alçam voo desatinado e o olhar fica preso à distância de que nada vale a corrida do que se foi.

Um comentário:

FabiMaranhão disse...

É Fabreu, sem dúvidas você escreve com a alma, para si e para o outro. Acredito que vira e mexe um leitor se identifica com seu pensar, com seu retrô, com seu real...

Eu já me vi "Fabreu" em seu O Pensar.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...