Amei, amo...

Eu queria um dia pensar nos amantes sem melancolia, sem nostalgias. Mas, esse sentir é tão punjante.

Sempre quis tanto estar com alguem. Mas, acho que só tive. Há uma diferença bipolar nisso tudo.

Estar é caminhar junto numa estrada, que pode ser longa dependendo dos saltos da paixão.

Acredito que domestiquei sentimentos. Lavei, passei, guardei, cuidei.

Fui uma gueixa nordestina, fazendo pirão que provei com muito sal. Noutros, banquetes doces fortificaram a esperança das mãos dadas. Interessante que, por mais que o corpo pedisse sofreguidão, a mão queria conforto. O entrelaçamento que não houve.

Fui encolhendo para novidades à proporção da passagem dos anos. Mas, desde cedo neguei a amplidão da aventura. Apenas escapulidas sociais na folga do juiz que sempre fui. Estou sempre em dívida comigo, dai a toga ser sempre tão presente.

E de que valeram os apelos íntimos, sussurros que nem o meu self ouviu?

2 comentários:

FabiMaranhão disse...

O bom poeta é aquele que sabe enriquecer o que sente em palavras, a ponto de emocionar e fazer seu leitor viajar, se identificar. Você é rica. Sou admiradora incondicional da inteligência e da riqueza de textos que tenham identidade, personalizados.

Essa Fabreu só tem sorte de conhecer os que, em silêncio, acompanha seu Pensar.

Eu tenho essa sorte. Por isso, fico com ela por aqui.

fati disse...

Obrigada Fabiana pelas palavras carinhosas e, por isso mesmo, atenciosas.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...