Eu poderia começar
este texto de diversas formas. Mas, optei por ainda bem. Ainda bem que o maior
patrimônio do homem é ele mesmo. O somatório das experiências bem ou mal
sucedidas; as emoções sobrecarregadas ou as mais leves; o infortúnio (nada mais
desafiante e enriquecedor) e o prazer. Sim, o prazer! O que nos leva a crer a
vitória conquistada.
Estava ainda sob o êxtase da vivência feliz do encontro de
amigos. Foi assim que senti -e sou fiel as minhas impressões-, do lançamento do
livro da minha grande mestra Adísia Sá. O livro Em Busca de Iracema ainda não
foi devorado pelos olhos como merece a obra(uma virose cruel roubou-me esse
direito que logo mais terei) assim que puder usufruir esse afã.
Não mais que de
repente na primeira página do Jornal O Povo eis o que vejo: a estátua de
Iracema, a nossa virgem mais uma vez vilependiada: deceparam-lhe as mãos e lhe
arrancaram o arco. Uma personagem cearense agredida na sua pureza criativa. E cismo
o pensar sobre qual seria o prazer da destruição senão o desejo de quebrar a si
mesmo.
Fixando a foto de Adísia Sá no painel da rádio FM Assembleia, com o seu par de olhos a perscrutarem a
minha exaltação, suplico uma resposta e quase posso ouvir suas afirmativas – sim, Adísia
não fala apenas, ela sempre afirma: Abreu, não espere que os outros faça o que
você acredita. Faça você mesma.
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