Sem sentido

Eu gosto de ladrilhos, com seus brilhos, o tamanho, tão pequenos e tão lúcidos! São palavras que se encontram num verso para destoar da poesia.

Ladrilhar é pular sobre pedras coloridas da mente que explode muros  de artes. Fazer sentido tem sido a meta humana, quando um simples olhar pra chinelos largados embaixo de uma rede, me faz lançar suspiros muito mais do que qualquer objetivo.

A gente quer gente, mas...

Os salões de beleza são os redutos para confraternização. Já tive inúmeras conversas com milhares de cabeças tingidas. Não morro de amores pelos estabelecimentos que só busco pra cortar o cabelo. Em defesa do meu dinheirinho, pinto os brancos e faço pés e mãos em casa.

Acontece, que no último sábado, tive uma oportunidade bem diferente no salão próximo à minha casa. Por ser muito cedo, erámos apenas dois clientes: eu querendo ficar mais bonitinha e um professor aposentado. Depois do tradicional bom dia, confesso que fiquei muito a vontade, com aquele monte de "piranhas" prendendo os meu cabelos, cara sem maquiagem e ele me olhando, puxando conversa.

Aproveitando a deixa de estar tão desarrumada, ataquei na maior sinceridade, já que falávamos sobre antigos relacionamentos: O que você não mais faria por uma mulher? E ele, depois de uma certa demora: responder às cobranças, do tipo onde estava, a que horas e com quem? Ora, respondi. A pessoa quando estar alguem quer estar perto!

Na base da simbologia eu não espremeria mais laranjas, sem ligar o espremedor, para não acordar o dorminhoco. Acredita que eu fazia isso? E ele, sorrindo entendeu, curtindo a expressão "reincidência" para nós que nos apaixonamos e dividimos teto com outra pessoa mais de uma vez, que hoje incomoda se não baixar a tampa do sanitário depois do uso; que transtorna se não dá notícia - naquela base de nada de cobranças - e que aporrinha o meu mais novo amigo professor, se a moça pernoitada, não lavar as louças do café.

Agora, vejo com muita clareza, que depois de um certo tempo sozinha, a gente começa a se sentir autosuficiente. Eu, desde cedo aprendi a trocar lâmpadas, o botijão de gás, pintar paredes, e o principal, garantir sustento sem pensão. Não me sinto orgulhosa pra ser franca. Eu ainda prefiro um par de pés coçando os meus numa boa rede.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...