Até hoje escuto alguém me questionar: "Você fez por onde?" Não é uma pergunta simples pra saber se tenho me importado comigo mesma, é mais uma cobrança. E quando essa cutucada é latente no pensamento a gente pode passar a se culpar por algo que deixou escapar - seja pela preguiça de ir atrás ou até mesmo pela falta de importância no objeto. Aí nesse labirinto da incerteza, o que doi passa a ser por "minha culpa, minha máxima culpa".
Passamos muito tempo nessa andança auditiva e quando nos damos folga alguém vem e aí te cobra. É uma sentença. Se cai é porque foi descuidado e não foi por falta de aviso. Se é morto é porque vacilou. Se perde dinheiro é porque não planejou a vida financeira. Se bate o carro é porque é imprudente. Tantas causas e tantos efeitos!
Nós ainda temos muito o que aprender. As aulas são diárias e professores não nos faltam. Nesse cotidiano de aprendizado tenho lá cabulado algumas tarefas de classe para um recreio menos enfadonho e mais divertido. E o que é melhor: sem levar faltas no boletim corretivo da sociedade. Correr atrás do dez convencional, como bom exemplo, não zera a nossa tristeza e, nem muito, cessa a nossa alegria.
Portanto, faça por onde ser feliz: jogue fora a toga do juiz. Não complique. Se alguém não te valoriza e vive te cobrando por isso, dei-lhe um adeus. Se está fora do mercado, aproveita a pausa necessária e busque novos horizontes. E não fique achando que fez "por onde" estar na pior. Acredite: nada é por acaso.
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