Um capítulo após outro



Não vejo novelas como algo que tenho que seguir todas as noites. Mas, entendo quem as segue, como pauta da rotineira vida.

São as nossas dores representadas por pessoas talentosas, que mesmo demonstrando o que todos nós conhecemos, chegam a surpreender.

São as lágrimas saindo de olhos belos, com maquiagens artísticas. Palavras bem elaboradas, ditas com emoção eloqüente. Afetos e desafetos abundantes, que inspiram torcidas.

É o êxtase de problemas comuns, que na tela não nos pertencem, mas que temos sempre uma idéia, uma forma de ver que tudo resolve! Criamos amigos, buscamos ser leais e até mesmo cúmplices, arrumando formas para justificar o intrincado enredo.

Acompanhamos o desenrolar dos "fatos" e nos angustiamos com a personagem principal, sempre com uma justificativa pronta. Elegemos a heroina ou o herói, porque nosso modelo do bom senso.

Enquanto isso, os atores representam para todos apenas aquilo que mostram na telinha. E os noveleiros de plantão querendo imortalizar o personagem que ajudou a construir, numa interação virtual de passar adiante as suas emoções.

É a formatação da vida com direito a produção sofisticada. O que interessa mesmo o que faz o escritor para driblar a concorrência? Nada mais é concorrente do que a manjada forma de terceirizar sentimentos.

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  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...