Poesia não é tédio

Diz Mário Quintana que com o tempo nós aprendemos a entender e ver que o grande amor que sempre buscavámos, também nos procurava. Antes, não o viamos e, começo a acreditar que é porque a ânsia instalada em nós, nos cega e só vivemos a paixão, tirando-lhe o direito de ver. Não, a paixão não é cega. Ela tem os olhos vedados por nós.
E eu digo, parafraseando o fantástico poeta, que insisto na sua receita de não precisar da pessoa que amo.
Mas, que lição difícil.
Com o tempo descobri que certas companhias devem ser descartadas. A ânsia é uma delas.Da minha empresa de emoções a dita cuja foi demitida por justa causa. Isso, apesar de não faltar um só dia; de estar presente em todas as minhas emoções; de promover movimentos multiplos em casa; de trabalhar nos feriados e dias santos. Ah, a ânsia não fez merecer, apesar disso, os títulos e conquistas que só os melhores funcionários recebem.
Não curto você. Não gosto de você. Você me atrapalha. Esta é a minha declaração para quem nunca faltou ao serviço e sempre se dedicou a me acompanhar por todo este meio século que vivo presentemente.
Eu sabia, desde o início que precisava expulsar algo da minha vida.
Xô ânsia, não mais espaço. Não mais tempo pra você.
Quero baní-la e sei que vai demorar ainda um pouco a sensação que deixa em minha vida.
Mas, agora é tempo de você se transformar. E para isso, a minha empresa emoção contratou definitivamente a paciência - coitada que tantas vezes foi rejeitada por mim, mas que sempre esteve recatada num cantinho que lhe é de direito, só que sem reconhecimento. Mas, com a sua natureza suportou a tudo, sendo companheira e só encontrava refúgio quando a calma, diretora das ações, graças a Deus, lhe segurava a mão fortemente com toda a reflexão merecida. Este é o destino da ânsia: a reflexão, que necessito promover com louvor.

Enquanto não chego lá

Logo mais vou atingir aquele período em que a sociedade brasileira chama de coroa. Não, engano meu! Fui chamada de coroa gostosa quando datava 30 anos terrenos. Imaginem o meu espanto! Mas, logo fiquei tranqüila porque a saudação(?!) procedia de um grupo de jovens da idade dos meninos lá de casa. Refeita do susto, continuei caminhando e tentando conscientizar-me que o meu público alvo(homens) com certeza me veria de outra maneira, com outro relógio emocional.
Ser coroa nesta terra nem sempre significa poder e chances douradas. Mas, mesmo que muitos não admitam, nós brilhamos e reluzimos.
Você que vai me acompanhar vai perceber que algumas palavras e expressões serão chavões na minha linguagem porque iluminar e brilhar são o meu propósito.
É lógico que a nóia do corpo esbelto(!) (no meu tempo bastava ser ágil e manhosa), arrasta toda a galeria feminina e nós, é lógico, vamos na onda do consumismo. Damos adeus às peças originais (permita-me o termo) e substituimos seios que alimentam, marcas da emoção e rendemos graças à tecnologia.
Não, não me tornei adepta à tecnologia que modifica a mulher, modela o corpo num dinamismo louco. Faz-se cirurgias até para pagar em prestações módicas.
Fico me perguntando por que levantar seios e transformá-los em balões tentadores quando todos saberiam que inflei com silicone?
Qual é o problema com o meu corpo? Por que não posso continuar com ele com suas histórias fantásticas?
Alimentei três filhos permitindo à mãe natureza cumprir a sua missão. Fui tocada ardentemente, amada pelos maridos(foram dois); subi e desci escadas aos milhares de degraus em busca de alçar vôo - porque mãe tem que correr, mesmo; corrigi erros de saltos mil e guardo todo o tempo da minha existência nem sempre pacífica, aqui no meu corpo providenciado por Deus.
O que há de mal mantê-lo, permitir que seja visto, revisto, e novamente tocado?
Digo, agora, humildemente(se é que sei ser) que o homem ao me olhar, perceber a beleza da minha história, com certeza, será digno do meu amor. E eu já conheço este homem.
É lógico que sou sortuda.

Por que eu?


Estou reeditando o primeiro pensar escrito em dois de março de 2005.

Reedito porque mantenho o mesmo pensamento, que flui como louco,

mas que permanece fiel aos sentimentos.


Por que eu?


Por muito tempo, esta pergunta me perseguiu. E as respostas, já as tinha, mas não ouvia, via, escutava, percebia.
Enquanto me angustiava em perguntar, esquecia que antes de qualquer ato, a resposta já estava assinalada.
Só não queria ver.

Isto é o pensar que me fez buscar na Net um espaço para mostrar os pensamentos porque neste momento a minha mente é um macaco louco, ainda.

Seja bem vindo a este espaço, que não é só meu, já que entendemos que o discurso não é do autor, de quem escreve, e nem de quem lê. Tá me entendendo?
Não? Vamos pensar.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...