Elis


Lembro que não gostava, ou melhor não entendia, o seu jeito largadão, braços soltos, ocupando tanto espaço, dando vida a tanta letras que nada me diziam. Também, eu não era mais boba porque não sabia o quanto. Tempos passados, não é? Depois, paulatinamente, fui me sentindo tocada - ou seria, me tocando mesmo ?- por uma das mais belas vozes e interprétes deste país gostoso de se viver e de pertencer.

Elis Regina me arrancou lágrimas escondida atrás da porta, num sentimento enorme de perda. Que me fez dançar, imitando os seus gestos, num upa-upa formidável. Que também me deixou boquiaberta até hoje com a sua súbita saída.

Não lamento sua partida. Todos nós vivemos num ir e vir infinito, mas fazem falta no ar, na mídia, pessoas talentosas como ela. E são tantas vozes desequilibradas agredindo as pregas vocais. Fico me perguntando como se pode ocupar tanto espaço com tanta bobagem e mau gosto, enquanto ainda somos berços de Chico Buarque, Gal Costa, Zizi Possi, Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Caetano Veloso e tantos outros artistas de talento.

Ok, eu sei que o espaço é democrático, mas o meu ouvido, nem sempre.

Elis Regina, muita luz.

Imagem e obra de Paulo Gonçalo (http://www.paulogoncalo.com)

Sai mosquito!


Acabei de ver o vídeo divulgado pela Vigilância Sanitária do Rio Grande do Sul. Os produtores tomaram por base a batidíssima cena da modelo e apresentadora Daniela Cicarelli. Confesso que não vi o primeiro, mas o segundo, é bem claro. Observei atentamente o recado da Vigilância e não acredito que resolva a questão da Dengue.

Pelos comentários, a maioria atingindo em cheio à modelo pelas cenas salgadas, percebi outro tipo de reação. O meu primeiro pensamento foi o de que o mosquito transmissor da doença não se reproduz em água salgada. Ou será que já existe algum mutante fazendo isso?

Não estou aqui para avaliar moralmente o comportamento da modelo, quem sou eu para isso. Mas, não consigo evitar o pensar sobre os comentários. Neles percebi sentimento de raiva ou de descaso. Na hora de chamar a atenção de alguém com algum tipo de corrigenda, nós somos rápidos.

Admito que continuo sem opinião formada. Não sei o que passa na cabeça dos protagonistas. Só sei que muitos pagam e até caro para ver esse tipo de cena.


É difícil engolir certos mosquitos que nos aparecem.

Perdi o cometa


Estou passada: Não vi o Cometa McNaught cruzar os céus do meu Brasil. Soube que foi na noite da última segunda-feira. Já foi o tempo que os cometas errantes eram notícias alarmantes, prenunciando o fim do mundo como já se chegou a supor.

As bolas de fogo perderam o espaço nos noticiosos para as balas de fogo, que de tantas lançadas contra nós, já nem ocupam tanto espaço na mídia, assim.

Também, ultimamente, olho pouco para o céu por tanto tempo. Só um vislumbrar, da janela do meu quarto, para curtir o vento pintado de verde pelo ar tingido do meu jardim, no quintal. De frente, o prédio vizinho roubou-me o anil. Deve ter sido por isso que os construtores optaram pela cor azul?

Enquanto isso...



Na Terra, o homem inventou o terremoto porque quis ser Deus, mas não sabe medir as conseqüências e nem o que fazer com elas. Apela ao verdadeiro Deus e o chama com toda a veemência.

Ao olhar os céus, o terráqueo se assusta mais uma vez com o que diz desconhecer. Dá nomes, apresenta, classifica, mas não sabe bem do que se trata.

As indagações são tantas, por vezes pertinentes e outras impertinentes, que não se permite ouvir as respostas. Só tem uma certeza: isso vai passar.

Imagens uol últimas notícias

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...